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Há 64 anos, Prensa Latina nascia para dar voz aos esquecidos e à causa popular

Agência tem hoje escritórios em cerca de 40 países e transmite cerca de 400 despachos diários em espanhol, inglês, português, italiano, russo e turco
Ernesto Vera Mellado
Prensa Latina
Havana

Tradução:

O registro da Ata constitutiva de Prensa Latina, pouco mais de três meses depois do triunfo da Revolução cubana, marcou o nascimento desta agência criada para romper o monopólio midiático das grandes corporações.

A assinatura do instrumento jurídico, em 16 de abril de 1959, iniciou o laborioso caminho destinado a defender as lutas dos povos e seu direito à independência, soberania e autodeterminação.

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A tal irreverente ousadia prognosticaram um mês de vida; era tão avassaladora a hegemonia midiática das grandes transnacionais da informação que a intenção de amplificar a voz das causas populares pareceu a alguns um desafio condenado ao fracasso.

No entanto, dois meses depois desta ação primeira, a Prensa Latina – qualificada por jornalistas latinoamericanos na época como “a agência que faltava” – transmitiu ao mundo seu primeiro telegrama noticioso com a sigla “PL”, e com esse estímulo festejou 64 anos neste 16 de junho, data adotada oficialmente como a de sua fundação.

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Registro da Ata Constitutiva da Prensa Latina 

Hoje a agência tem escritórios em cerca de 40 países, a maioria na América Latina, e transmite cerca de 400 despachos diários que formam principalmente o serviço mundial de notícias nos idiomas espanhol, inglês, português, italiano, russo e turco.

Também chega a seus leitores por meio de publicações como Cuba Internacional, Orbe, Negocios en Cuba, The Havana Reporter e Correos de Cuba, enquanto trabalha para aproveitar as possibilidades das tecnologias da comunicação e da informação para, de uma perspectiva multimidiática, tornar mais efetivo seu trabalho.

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Agência tem hoje escritórios em cerca de 40 países e transmite cerca de 400 despachos diários em espanhol, inglês, português, italiano, russo e turco

Prensa Latina
A Prensa Latina, ao longo das últimas 6 décadas, testemunhou e divulgou diversos marcos no processo histórico latino-americano

Seus estreitos vínculos e convênios de trabalho com várias agências e cadeias internacionais de imprensa como Sputnik, Al Mayadeen, Telesul, AVN, HispanTV, VNA, SANA, entre outras, contribuem para romper o cerco midiático e divulgar a realidade latinoamericana e mundial do ponto de vista dos povos e de suas aspirações.

Esse empenho, assim como o prestígio da Revolução cubana e o compromisso compartilhado por seus fundadores e continuadores – destacados intelectuais latinoamericanos e cubanos – impulsionam atualmente a tarefa dos trabalhadores de Prensa Latina, sob o princípio de servir à verdade.


Uma agência para enfrentar a guerra midiática

O triunfo da Revolução cubana, em 1º de janeiro de 1959, marcou a necessidade e, sobretudo, a oportunidade de romper o sequestro da verdade pela grande mídia, e enfrentar a guerra midiática organizada e dirigida dos Estados Unidos contra a ilha e seu processo de mudanças.

As falácias e tergiversações das grandes corporações da informação, iniciadas até antes do triunfo rebelde sobre a tirania do ditador Fulgêncio Batista (1952-1958), aumentaram durante os processos contra criminosos de guerra e torturadores, testas de ferro do regime responsável por atrozes atos de sangue.

Neste contexto, o Governo Revolucionário convocou quase 400 jornalistas do continente para que fossem a Havana constatar a campanha de calúnias e mentiras sobre a realidade cubana, ação que foi denominada Operação Verdade.

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Comandante Fidel Castro Ruz e Jorge Ricardo Masetti, diretor da Prensa Latina no Escambray. 

Durante aquele encontro, o líder histórico da Revolução, Fidel Castro, mostrou a imperiosa necessidade de que os povos da América Latina tivessem uma agência de notícias para divulgar sua realidade, manipulada, silenciada e caluniada pelas grandes transnacionais da informação.

Com o estímulo e o apoio de Fidel Castro e do comandante guerrilheiro argentino-cubano Ernesto Che Guevara, um grupo de jornalistas atribuiu-se a tarefa de organizar a fundação da Agência Informativa Latinoamericana Prensa Latina.

Entre eles estavam Gabriel García Márquez, Carlos María Gutiérrez, Rodolfo Walsh e Aroldo Wall, assim como o argentino Jorge Ricardo Masetti (primeiro diretor geral da Agência), junto a um grupo de profissionais cubanos com experiência, como Ángel Augier, Francisco Portela, Ángel Boán Acosta e Gabriel Molina.

Desde então e até hoje, várias gerações de profissionais de Prensa Latina foram testemunhas presenciais – às vezes solitariamente e em meio a complexas circunstâncias – e divulgadores objetivos de fatos que foram marcos no processo histórico latino-americano e de outras latitudes, prestigiando diariamente o trabalho da agência que fez e faz falta.

Ernesto Vera Mellado | Prensa Latina, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.
Tradução: Ana Corbisier.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.
Ernesto Vera Mellado

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