Pesquisar
Pesquisar

Indígenas: Os povos mais esquecidos e desfavorecidos do mundo

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

xin_0011061714268543083533Os indígenas são um dos povos mais esquecidos do mundo. Existem pelo menos 5.000 grupos indígenas compostos por cerca de 370 milhões de pessoas vivendo em mais de setenta países dos cinco continentes, embora a região mais populosa seja a América Latina, segundo o Fórum Permanente Para as Questões Indígenas da ONU.

A maioria das populações indígenas tem sido excluídas dos processos de tomada de decisões. Muitos tem sido marginalizados, explorados e submetidos à força, abandonando seus lugares de origem, sua identidade e seu idioma, convertendo-se em refugiados por medo da perseguição.
A bacia do Rio Amazonas é uma imensa selva tropical que se extende por nove países latino-americanos e é habitada por mais de 300 nações indígenas. Trata-se da região com mais povos indígenas não contactados do mundo, com no mínimo setenta e sete grupos de indígenas isolados, segundo dados da FUNAI – Fundação Nacional do Índio.
Estes grupos tem suas terras ameaçadas pelo estado e por forças transnacionais. Há muitos grupos interessados no Amazonas, como os governos de Equador, do Brasil e do Peru, que usam estas terras para aumentar a renda de seus países.
Como um sem número de companhias dedicadas à extração das matérias primas como o ouro, a prata ou o ferro, madeiras nobres e a extração de gás e petróleo.
Estes interesses econômicos incorporam o conflito com as terras naturais dos nativos, que as consideram como terras ancestrais e sagradas. 

Os Kaiowás de Rio Pardo

guaraní kaiowásA tribo dos Kaiowás em Rio Pardo, no estado do Mato Grosso (Brasil), são um exemplo de povo indígena que quer permanecer isolado por causa dos abusos que se tem cometido contra eles. A Funai estima que apenas 50 deles querem (podem) ser atualmente “incluídos”.
Este grupo nunca permanece durante muito tempo no mesmo lugar, sempre fugindo dos madeireiros e outros intrusos interessados em suas terras. Por isso, estão deixando de ter filhos e continuam vivendo apenas da caça e da pesca, já que não podem fixar um “endereço” e cultivar suas terras, segundo explica o Movimento ‘Survival International’.
Suas terras não tem sido protegidas e sua sobrevivência como povo esta seriamente ameaçada. Sua selva está sendo literalmente invadida, especialmente por madeireiros, muitos dos quais operam a partir de Colniza, uma das cidades mais violentas da fronteira do Brasil, localizada numa das regiões mais desmatadas da Amazônia.

Os Korubos do Vale do Javari

Já a fronteira entre o Brasil e o Peru, conhecida como Vale do Javarí, abriga sete povos indígenas já contactados e outros sete não contactados e é uma das regiões de maior concentração de povos indígenas isolados do Brasil.

Nesta região, as doenças mortais contraídas através do contato com “estrangeiros” estão dizimando os grupos indígenas já contactados e teme-se que estes possam transmitir aos grupos isolados o que trará trágicas consequências.

Indígenas do México

maya222As comunidades indígenas do México enfrentam as piores condições educativas e socioeconômicas, além da discriminação. Quase 50% de sua população, o que equivale dizer cerca de 3,4 milhões de pessoas, não tem acesso aos bens e serviços públicos que o Estado deveria lhes garantir. Sendo que os mais pobres são aqueles que mais sofrem com a  parte da pobreza são aqueles que mais sofrem a ruptura de seus direitos sociais e com as limitações de suas capacidades e possibilidades de alcançarem melhores níveis de bem estar social.
Segundos dados da CONEVAL, pelo menos 48% daqueles que falam alguma língua indígena vivem em condições de exclusão educativa, graças a falta de atenção e as deficiências das políticas que deveriam garantir uma educação bilingue de qualidade para estes povos e comunidades, visando cumprir, por um lado, o direito a preservação da língua materna, e simultaneamente, gerar maiores condições de bem estar social, de não discriminação e inclusão.
Como em outras regiões do mundo, seus territórios também estão ameaçados por megaprojetos de mineração, implantação de hidrelétricas, parques eólicos e agora de Fracking (fractura hidráulica).

Reserva do Salitre

image_previewJá a Reserva de Salitre que esta situada no sul da Costa Rica é outro lugar de permanente conflito entre indígenas e terratenientes, como são conhecidos os ‘finqueros blancos’, que teimam em atacar os indígenas para “conquistar” suas terras.
Neste local, aconteceu um novo enfrentamento quando um grupo armado tentou os expulsar a força de suas casas, incendiando seus ranchos. O Governo da Costa Rica assegurou que “tentará” garantir a integridade física dos indígenas e proteger suas terras.
Finalizando um breve raio x da situação na região, atualmente, no Amazonas tanto os Kayapo e Waiapi do Brasil, os Yanomami do Brasil e da Venezuela, os Quichua e Shuar de Ecuador, os Ashaninka do Perú y os Aymara de Bolívia enfrentam lutas similares em defesa de suas terras.
Segundo a ONU, o crime de genocídio se define como “infligir deliberadamente um grupo a ameaças de morte com a intenção de  destruí-lo, total o parcialmente”. Poucos sabem, mas muitos dos povos indígenas da América Latina se encontram nesta situação. Ou seja, mais de 500 anos depois, o genocídio indígena continua na América Latina e no Caribe.
Tradução: João Baptista Pimentel Neto.
 
 
 


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

LEIA tAMBÉM

Hugo_Chávez_Venezuela (1)
70 anos de Hugo Chávez: a homenagem venezuelana e a emancipação da Pátria de Bolívar
Maduro_Venezuela (2)
Maduro encerra campanha com “mar de gente” e anúncio de diálogo nacional para 29/07
Inácio_da_Costa_atentado_Venezuela (2)
Deputado da oposição Inácio da Costa escapa por pouco de atentado mortal na Venezuela
Yamandú_Orsi_Pepe_Mujica_Uruguai
Esquerda caminha para retomar progressismo no Uruguai após desmonte de Lacalle Pou