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ToggleA espionagem ilegal instrumentada pela Agência Federal de Inteligência (AFI) durante o governo do direitista Mauricio Macri (2015-2019) a dirigentes opositores, legisladores, jornalistas, juízes entre outros, alcançou também os familiares dos 44 marinheiros tripulantes do submarino Ara San Juan que desapareceu no Atlântico Sul, parece que por causa de uma explosão enquanto de desenvolviam manobras navais da Argentina, Estados Unidos, Grã Bretanha, Chile nessa zona próxima às Ilhas Malvinas, em fins de 2017.
Os parentes das vítimas, cujos corpos não foram resgatados, depois de encontrados os restos do submarino no fundo do mar por uma empresa contratado, graças à busca dolorosa e incessante das famílias, às quais as autoridades mentiram durante meses, especialmente o então ministro da Defesa, Oscar Aguad e o próprio Macri, qualificaram como “muito perverso” o fato de terem sido espionados em semelhantes circunstâncias.
Inclusive para ser escutados sob o frio de um inverno duro em junho de 2018, eles se acorrentaram e acamparam diante da casa de governo, em condições desumanas declarando que se sentiam “abandonados por parte do governo nacional e da Armada (…) não vamos nos mover até que o governo resolva esta situação e busque uma empresa de qualquer país, que seja viável para achar o submarino e seus tripulantes”.
Até agora não se sabe o que aconteceu com o submarino, encontrado depois de meses de busca por parte de vários países, que parece que receberam informação falsa do lugar onde estava, encontrado por uma empresa que exigiram os familiares durante meses.
Prensa Latina
A espionagem ilegal foi realizada pela Agência Federal de Inteligência (AFI) durante o governo do direitista Mauricio Macri (2015-2019)
Espionagem ilegal
A interventora da AFI, Cristina Camaño, que denunciou as provas da espionagem ilegal, apresentou-se ante a justiça com as provas encontradas na delegação desse organismo em Mar del Plata sobre o seguimento aos familiares dos 44 marinheiros.
“Não estávamos falando nem de terroristas, nem de crime organizado, mas de um grupo de familiares que estava tratando de buscar os parentes que ficaram presos no submarino ARA San Juan, ou seja, que resulta perversa esta espionagem”, disse Caamaño, depois de apresentar a denúncia e pedir o depoimento de Macri, dos ex-titulares da AFI, Gustavo Arribas e Silvia Majdalani, que são investigados por dezenas de vítimas de espionagem ilegal.
Morre Francisco Madariaga Quintela
Por outra parte, enquanto correm os julgamentos contra responsáveis de delitos de lesa humanidade durante a ditadura (1976-1983), que estavam paralisados durante o governo de Macri, a organização das Avós da Praça de Maio, está profundamente comovida pela morte do neto recuperado Francisco Madariaga Quintela, de 43 anos, restituído à sua família em fevereiro de 2010.
Este caso foi um dos poucos em que o recuperado pode encontrar-se com seu pai, Abel Madariaga, que estava na clandestinidade quando sequestraram sua esposa grávida, Silvia Quintela, que foi levada ao centro clandestino de detenção no Campo de Maio. Parece que teve seu filho no hospital militar onde foi apropriado pelo oficial do exército Víctor Alejandro Gallo, do sinistro batalhão 601 de inteligência. Silvia continua desaparecida.
“A infância de Francisco foi tortuosa, sofreu violência física e psicológica por parte de seu apropriador, que o manteve cativo como despojo de guerra, e como consequência desses maus tratos desde criança, teve diabetes dependente de insulina com a qual lutava todos os dias”, escreveram as Avós ao destacar que “Francisco buscou sua verdade, encontrou-se com seu pai, com sua história, com sua família e construiu muitos vínculos e amizades(…) queremos acompanhar especialmente a nosso companheiro Abel, secretário e único pai que integra o grupo dos Avós, que está internado por coronavirus”. Também se pronunciaram nesse caso o presidente e a vice-presidenta da Nação.
Stella Calloni, colaboradora de Diálogos do Sul desde Buenos Aires.
Tradução: Beatriz Cannabrava
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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