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Jerusalém: Israel mata mais de 50 em ato contra embaixada dos EUA; 6 eram crianças

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

As forças de repressão israelense voltaram a provocar uma matança na fronteira da Faixa de Gaza nesta segunda-feira (14). Pelo menos 55 palestinos foram mortos e mais de 2.700 ficaram feridos, muitos deles em estado grave, segundo dados do Ministério da Saúde da Palestina. Dentre os mortos, há pelo menos seis palestinos menores de 18 anos. O menino Izz Al Din Musa Al Samak, de 14 anos, está entre as vítimas.

Lúcia Rodrigues*

Com o massacre sionista desta segunda, sobe para 111 o número de mortos por Israel em atos desde o início da Grande Marcha do Retorno, em 30 de março. A manifestação de hoje foi contra a transferência da embaixada dos Estados Unidos de Tel Aviv para Jerusalém e antecede o protesto desta terça (15), que irá lembrar os 70 anos da Nakba (catástrofe), quando Israel expulsou aproximadamente 800 mil palestinos de suas terras e casas para assentar em seu lugar colonos judeus.

Leia também: Zeev Sternhell: “Em Israel, cresce um racismo próximo do nazismo em seus primórdios”

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Palestinos reagem com paus e pedras à agressão | Midle East Monitor

Ao amanhecer, Israel já dava mostras do que pretendia fazer durante o dia de hoje. Milhares de panfletos foram lançados de aviões sobre Gaza com ameaças que diziam que se os palestinos se aproximassem da fronteira poderiam morrer.

Assim como nos protestos anteriores, os profissionais de imprensa foram novamente alvo dos militares israelenses. De acordo com autoridades da saúde, o cinegrafista argelino Omar Hamdan e os jornalistas Farhan Hashem Abu Hadayd e Abdullah Al Shurbaji foram baleados enquanto cobriam a manifestação. Os fotógrafos da Union Press, Mohammed Wael Dweik, e da Reuters, Ahmed Zaqout, também foram atingidos por estilhaços de balas explosivas e o jornalista da Al Jazeera, Wael Dahdouh, também foi ferido por soldados durante a cobertura.

O ministro da Saúde da Palestina, Jawad Awad apelou para que os países e organizações de direitos humanos pressionem Israel a parar o massacre contra manifestantes desarmados na fronteira de Gaza.

 

Reação internacional

 

Manifestação em Lisboa | Aparecido Araujo Lima

O banho de sangue provocou reações ao redor do mundo. Liderados pela Central Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), manifestantes portugueses e brasileiros, que vivem no país, realizaram um ato no final da tarde desta segunda, no centro de Lisboa, para protestar contra a matança de Israel e em solidariedade ao povo palestino.

“Basta de crimes! O povo palestino precisa da nossa solidariedade!”, afirmava um dos documentos distribuído à população. “É preciso dizer basta à provocação de Trump. Liberdade para a Palestina! Paz no Oriente Médio”, enfatizava outro trecho do documento. O governo português, assim como vários governos da União Europeia, já havia recusado o convite para participar da inauguração da embaixada estadunidense em Jerusalém nesta segunda.

Em Istambul, na Turquia, milhares de pessoas protestaram contra a medida dos Estados Unidos e em apoio à Palestina:

Nesta terça (15), em São Paulo, a Frente Palestina e o Movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) encabeçam a manifestação contra os massacres promovidos por Israel contra o povo palestino. O ato será em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na avenida Paulista, à partir das 18 horas. Recentemente a Federação de empresários projetou a bandeira israelense na faixada de seu edifício em apoio a Israel.

Em Londres, está previsto um ato, também para esta terça, organizado por entidades apoiadoras da causa palestina. “Por várias semanas, o governo do Reino Unido ignorou o pedido para tomar medidas contra o governo israelense por seus assassinatos. “O que estamos testemunhando hoje é um massacre. Apelamos ao governo do Reino Unido para pressionar o Conselho de Segurança da ONU para acabar com o uso da força letal por parte de Israel. Apelamos ao governo do Reino Unido para suspender imediatamente a venda de armas para Israel”, enfatizou em comunicado o diretor da Campanha Solidariedade Palestina, Ben Jamal.

Já o presidente golpista do Brasil, Michel Temer, apesar de lamentar as mortes, preferiu pedir moderação aos dois lados. O Brasil é o quinto maior comprador de armas de Israel. “Lamento profundamente os terríveis episódios de violência na fronteira entre Israel e a Palestina. Nossa solidariedade com os feridos e às famílias dos mortos. O Brasil faz um apelo à moderação, um chamado à paz”, escreveu.

Tivemos acesso ao nome das primeiras 43 vítimas. Confira:

Izz Al Din Musa Al Samak (14 anos);

Fazal Fazl Izzat al-Sheikh Khalil (15 anos);

Ahmed Adel Mousa Al-Sha’er (16 anos);

Mohammed Abu al-Khair (16 anos);

Sa’di Sa’id Fahmi Abu Salah (16 anos);

Ibrahim Ahmed al-Zarqa (18 anos);

Emad Ali Sadiq al-Sheikh (19 anos);

Zayed Mohammed Hassan Omar (19 anos);

Mutasim Fawzi Abu Louli (20 anos);

Anas Hamdan Salem Qudeih (21 anos);

Mohammed Abdel-Salam Haraz (21 anos);

Yehia Ismail Rajab al-Dakour (22 anos);

Mustafa Mohammed Samir Mahmoud Al-Masri (22 anos);

Izz al-Din Nahid al-Aweiti (23 anos);

Mahmoud Mustafa Ahmed Assaf (23 anos);

Ahmed Fayez Harb Shehada (23 anos);

Ahmed Awadallah (24 anos);

Mahmoud Yahya Abdel Wahab Hussein (24 anos);

Ahmad Zuhair Hamed Al-Shawa (24 anos);

Khalil Ismail Khalil Mansour (25 anos);

Mohammed Ashraf Abu Sitta (26 anos);

Bilal Ahmed Abu Daqqa (26 anos);

Ahmed Majid Qassem Attallah (27 anos);

Ahmed Mohammed Ibrahim Hamdan (27 anos);

Ahmed Mahmoud Mohammed Rantissi (27 anos);

Mahmoud Rabah Abu Muammar (28 anos);

Alaa Anwar Ahmed Al-Khatib (28 anos);

Musaab Yousef Abu Liliya (28 anos);

Ahmad Fawzi al-Tatar (28 anos);

Mohammed Abdel Rahman Mekdad (28 anos);

Obaida Salem Farhan (30 anos);

Jihad Mufid al-Farra (30 anos);

Fadi Hassan Abu Salmi (30 anos);

Ismail Khalil Ramadan Dahouk (30 anos);

Ahmed Abdullah Al-Adini (30 anos);

Moataz Bassam Kamel al-Nunu (31 anos);

Mohammed Riyad Abdul Rahman Al-Amoudi (31 anos);

Jihad Mohammed Osman Mousa (31 anos);

Shaher Mahmoud Mohammed Al-Madhoun (32 anos);

Mohamed Hani Hosni Al-Najjar (33 anos);

Fadl Mohammed Atta Habashi (34 anos).

Musa Jaber Abdel Salam Abu Hassanein (35 anos);

Mohammed Mahmoud Abdel Muti Abdel Aal (39 anos).

Publicado no Ibraspal, com informações do Arab 48, Quds Press e Middle East Monitor


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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