Enquanto a nação se distrai com páginas e mais páginas escritas y muitas horas de televisão e de radio sobre escândalos de corrupção, os vivos se aproveitam para se apropriar mais e mais das riquezas do país. Apenas foi noticias que se realizou um leilão de 29 usinas hidrelétricas e que se arrecadou 17 bilhões de reais.
Coisa de louco.
Nenhuma avaliação sobre o significado disso. Só as duas maiores usinas do complexo de Urubupungá (entre os dez maiores do mundo), Ilha Solteira e Jupiá, construídas nos anos 1950/60, com capacidade geradora de 4.995 MW, foi levada por 13.8 bilhões pela estatal chinesa Three Gorge.
Segundo o edital o governo pretendia arrecadar 22.9 bilhões por essas duas mega-usinas, o que também é uma bagatela considerando o tamanho da obra, considerando o imponderável valor da água.
Obra prima da engenharia nacional, um reservatório de água equivalente à baia da Guanabara, agora é dos chineses. Comprou na bacia das almas num país que está em liquidação. A água, o bem mais vital para a sobrevivência da humanidade hoje e principalmente no futuro, agora vai produzir lucro para os chineses. E essa água, patrimônio nacional de um país que está com sede, com rios secando ou morrendo pela ação predadora das empresas, vai produzir riqueza para uma empresa só interessada em ter lucro. Mas essa água gera energia.
Será que os 13 bilhões pagam a quantidade de água utilizada para gerar a energia. O que o governo vai fazer com os 17 bilhões?
Seguramente isso vai desaparecer na especulação financeira. Isso não é nada comparando com 1.3 trilhão de reais que se está gastando este ano com a dívida pública. Nem pra fazer superavit primário serve, e tampouco para pagar os escorchantes juros de 12,75% que alimentam os especuladores. Sem ter investido nada, a empresa estatal chinesa vai ter uma fábrica de dinheiro vendendo energia.
Os principais bancos, inclusive o Banco do Brasil e a Caixa, o Itaú e o Bradesco, vão financiar o negocio. O país está de parabéns. Comete-se um duplo crime: de lesa pátria e de traição ao povo… e não acontece nada.
