Raphael Martinelli nasceu no dia 16 de outubro de 1924, no bairro da Lapa, em São Paulo. Filho de mãe italiana e pai brasileiro, começou a trabalhar aos 12 anos de idade como ajudante na indústria de anilina Produtos Químicos Sucuri.
Antes de entrar na ferrovia, trabalhou na Vidraçaria Santa Marina e na Indústria Metalúrgica Tupi como ajudante de ferreiro e, depois, como polidor de enxada. Em 1941, ingressou na companhia São Paulo Railway como aprendiz escriturário de “quinta categoria”, onde fez carreira e profissionalizou-se como ferroviário, a exemplo de seu pai e de seus irmãos.
No início da década de 1950, tornou-se líder sindical da categoria. Foi candidato a deputado federal em 1958 pelo Partido dos Trabalhadores do Brasil (PTB). Entre os anos de 1959 e 1961, cumpriu seu primeiro mandato como presidente da Federação Nacional dos Ferroviários. Foi membro do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) e, já no contexto da ditadura civil-militar (1964-1985), após sua saída do “Partidão” (PCB, Partido Comunista Brasileiro), participou da fundação da Ação Libertadora Nacional (ALN) ao lado de Carlos Marighela e Joaquim Câmara Ferreira, em 1967.
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Raphael Martinelli participou da fundação da ALN ao lado de Carlos Marighela, Paulo Cannabrava Fiho e Joaquim Câmara Ferreira, em 1967.
Por conta de sua militância, já havia sido preso em 1955 como líder sindical dos ferroviários. Atuando na clandestinidade, foi perseguido e preso novamente no ano de 1970, como militante de esquerda subversivo, pela Operação Bandeirante (OBAN), em São Paulo.
Condenado a oito anos de prisão, entrou com recurso e conseguiu ter a pena reduzida para quatro anos. Durante pouco mais dos três anos em que ficou preso, passou por outros centros de repressão como o DOI-Codi/SP e Deops/SP, onde foi submetido a torturas.
Nesse período, destacou-se como um dos militantes mais velhos, com quase 50 anos de idade, prestando auxílio aos mais jovens. Na década de 1980, com o processo de redemocratização, formou-se bacharel em Direito e participou da fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do Partido dos Trabalhadores (PT).
No ano de 2001, foi um dos fundadores do Fórum dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos do Estado de São Paulo, instituição em que atuou por muitos anos como presidente. Nesta instituição foi um dos principais responsáveis pela reivindicação da transformação do antigo DEOPS no Memorial da Resistência.
Em 2009, foi um dos fundadores, juntamente com outros ex-presos políticos, do Núcleo de Preservação da Memória Política, onde durante os primeiros 4 anos do Núcleo Memória fez parte do Conselho Administrativo da entidade. Nos últimos anos, foi advogado do Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil e membro fundador e Presidente emérito do Núcleo dos Irredentos.
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