Pesquisar
Pesquisar

Los 119 no Memorial da Resistência de São Paulo

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

colectivo-119O Memorial da Resistência de São Paulo, instituição da Secretaria de Estado da Cultura, apresenta de 18 de outubro de 2014 a 15 de março de 2015 sua nova exposição temporária: “119”. A mostra apresenta o trabalho do artista chileno Cristian Kirby (1970, Chile), composto de 120 intervenções realizadas a partir de fotografias de desaparecidos políticos durante a ditadura chilena.

Organizada pelo Memorial da Resistência, “119” apresenta o caso da “Lista dos 119”, conhecida como Operação Colombo, uma articulação engenhosa entre o governo e a Operação Condor e que contou com o apoio decisivo da imprensa ligada ao governo. Divulgando notícias falsas nos meios de comunicação de massas que desqualificavam as organizações opositoras, essa operação culminou com a publicação de duas listas em 1975, uma no Brasil e outra na Argentina, com os nomes de pessoas que estavam desaparecidas. As manchetes anunciavam que haviam se matado umas às outras, como ratos.

Para o Memorial da Resistência, acolher a exposição “119” é mais uma oportunidade de cumprir o compromisso de tratar questões políticas recentes na América Latina, especialmente aquelas relativas aos anos de 1960 a 1980, período em que muitos países latino-americanos tiveram seus presidentes democraticamente eleitos substituídos por governos militares por meio de golpes de Estado.
Para o artista Cristian Kirby “expor o projeto 119 no Memorial da Resistência de São Paulo é uma das maneiras de reapropriação e ressignificação dos cenários da crueldade e do extermínio tomados pelo poder e uma maneira de refletir sobre a posição que adotamos na recuperação e defesa dos direitos humanos”.

Ao expor o lugar público como espaço de violência, “119” também se coaduna com o Programa Lugares da Memória do Memorial da Resistência. O programa busca desvelar e educar o olhar para os lugares como espaços de resistência e de repressão, para que a violência, em períodos de ditaduras ou democracias, não seja banalizada.

Sobre as performances “436” e “119”

119 ddDe 19 a 25 de Outubro 2014, o público poderá montar máscaras de papel, que simbolizam o rosto de cada uma das 436 pessoas que morreram ou desapareceram durante o regime ditatorial brasileiro (1964-1985). A obra será realizada no espaço expositivo pelo performer Alexandre D’Angeli, que orientará os visitantes em silêncio.

Alexandre diz que pretende “provocar o público a lembrar ou conhecer esses sujeitos que, mais do que rostos muitas vezes esquecidos, são pessoas que tinham família, uma história e faziam parte da vida de pessoas que até hoje, em sua grande maioria, continuam sem uma explicação”.

Após montadas, as máscaras, juntas, formarão uma instalação que fará parte da exposição de longa duração por período determinado. O trabalho de Alexandre D’Angeli chamou a atenção do chileno Cristian Kirby e surgiu a ideia de que, no final de sua exposição de fotos, Alexandre repita a performance, mas dessa vez com 119 máscaras, relembrando os chilenos vítimas da Operação Colombo. Essa segunda etapa da performance acontece de 12 a 15 de março de 2015, última semana da exposição 119.

Serviço
Memorial da Resistência de São Paulo
Largo General Osório, 66 – Luz
CEP 01213-010 – São Paulo – SP
Tel: 55 11 3335 4990
memorialdaresistenciasp.org.br
twitter.com/M_ResistenciaSP
facebook.com/memorialdaresistenciasp
 
Exposição “119”
18 de outubro de 2014 a 15 de março de 2015
terça a domingo, das 10h às 18h, entrada até as 17h30
Visitação gratuita


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

LEIA tAMBÉM

Hugo_Chávez_Venezuela (1)
70 anos de Hugo Chávez: a homenagem venezuelana e a emancipação da Pátria de Bolívar
Maduro_Venezuela (2)
Maduro encerra campanha com “mar de gente” e anúncio de diálogo nacional para 29/07
Inácio_da_Costa_atentado_Venezuela (2)
Deputado da oposição Inácio da Costa escapa por pouco de atentado mortal na Venezuela
Yamandú_Orsi_Pepe_Mujica_Uruguai
Esquerda caminha para retomar progressismo no Uruguai após desmonte de Lacalle Pou