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Manobra militar inédita dos EUA no Brasil ameaça governos sulamericanos progressistas

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

A presença de militares estadunidenses supõe um tipo de intervenção, patrocinada por governos direitistas dos países latino-americanos, com objetivo de se apropriar das riquezas naturais da região e acabar com os governos progressistas.

Militares de Estados Unidos e os Exércitos do Brasil, Colômbia e Peru começaram nesta segunda-feira uma manobra militar conjunta na região Amazônica.

Soldados do Exército brasileiro durante um treinamento na fronteira com Colômbia
Soldados do Exército brasileiro durante um treinamento na fronteira com Colômbia

Com a participação de dois mil soldados dos exércitos do Brasil, Colômbia e Peru realizam a manobra militar chamada AmazonLog 17, com o argumento de ensaiar atuações em situações de emergência humanitária.

A atividade conta com o apoio de EUA e se realiza em Tabatinga, localidade do estado brasileiro Amazonas, onde se prevê a instalação de uma base logística multinacional integrada para coordenar as atividades.

Nas manobras participam 1550 efetivos brasileiros, 150 colombianos e 120 peruanos, aos quais se somam observadores das forças armadas de 19 países que integram o acordo.

O apoio de Estados Unidos na operação gerou controvérsia no Brasil quando partidos de oposição ao governo de Michel Temer questionaram essa participação, por considerar uma violação à soberania nacional.

A participação estadunidense no AmazonLog chegou a ser debatida na Câmara Federal depois que o líder da bancada do Psol, Glauber Braga, advertiu que essa medida poderia representar a possibilidade de perda de soberania e de subordinação ao exército brasileiro.

Mais tropas de EUA na América Latina. Sinais de uma invasão HISPANTV. Uma nova manobra militar na Amazônia revela o ressurgimento da presença estadunidense na América Latina.
Mais tropas de EUA na América Latina. Sinais de uma invasão HISPANTV. Uma nova manobra militar na Amazônia revela o ressurgimento da presença estadunidense na América Latina.

Glauber Braga já tinha enviado em outubro, um requerimento ao ministro de Defesa, Raul Jungmann, e ao comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, solicitando mais informação sobre a participação de EUA nas manobras em um país sul-americano.

A realização conjunta de exercícios militares na região amazônica é inédita, mas não é a primeira vez que as forças armadas do Brasil trabalham com as de EUA. No ano passado, as Marinhas dos dois países realizaram uma atividade preparatória para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, com vistas a possíveis ataques terroristas.

Parece que EUA e os governos de direita planejam criar uma coalizão para realizar incursões bélicas contra países como Venezuela. No passado mês de junho o governo da Bolívia rechaçou um convite para participar dessas manobras militares com EUA na região amazônica.

Procedimento intervencionista

Em entrevista à TeleSur, a analista internacional Ana Esther Ceceña, explicou como essa manobra militar executada pelo governo brasileiro e apoiada pelos EUA se trata de uma operação para acabar com os governos progressistas na América Latina.

Mais tropas de EUA na América Latina. Sinais de uma invasão HISPANTV. Uma nova manobra militar na Amazônia revela o ressurgimento da presença estadunidense na América Latina.
Mais tropas de EUA na América Latina. Sinais de uma invasão HISPANTV. Uma nova manobra militar na Amazônia revela o ressurgimento da presença estadunidense na América Latina.

Para Ceceña “o objetivo do exército dos EUA que está entre o Brasil, Peru e Colômbia, é ter uma posição preparada e deixar uma base montada para qualquer momento que se requeira uma intervenção ou uma resposta que possa ser uma contingência gerada pelas pressões que exercem sobre a região o próprio exército de EUA”

Segundo a especialista a ideia é que a partir das instalações montadas nas fronteiras uma possível intervenção no território venezuelano poderia ser mais fácil e mais rápida, e apresentada não como invasão de Estados Unidos a Venezuela, mas como uma ação de forças combinadas de exércitos da região com o argumento de ameaça à segurança hemisférica.

Acrescentou que “os exército da Colômbia, Brasil e Peru teriam a possibilidade a partir dali, de mobilizar tanto na Venezuela como na Bolívia, uma ameaça direta aos dois governos que estão confrontando as políticas hegemônicas e que ademais são países em que há enormes riquezas naturais?

O senador pelo Polo Democrático Alternativo da Colômbia, Iván Cepeda, por sua vez, declarou que está preocupado com “a ascensão do militarismo e intervencionismo no Continente na última década, particularmente na região andina”.

“Tudo isso nos preocupa mais ainda sob a administração de Donald Trump, que não economiza declarações e ações fadadas a radicalizar, seja pela via  militar ou pela via de agressões e intervenções em situações em qualquer lugar do mundo”.

A presença de militares estadunidenses supõem um tipo de intervenção, patrocinada por governos direitistas dos países latino-americano, com objetivo de se apropriar das riquezas naturais da região e acabar com os governos progressistas.

 

 

*Original de Resumen Latinoamericano.

 


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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