Trabalhei no Projeto RADAM-RADAMBRASIL por oito (8) anos. Por esse motivo, por dever de ofício e pelo imenso prazer de trabalhar com o que amo, circulei por toda a Amazônia brasileira. Foram dias em estradas que na época eram somente trilhas, caminhos e pelos rios amazônicos. No final de 1974 a Amazônia ainda não tinha sido tão agredida pelos interesses das principais fortunas do Brasil.
Sim, já olhavam para a Amazônia com os olhos da cobiça, mas as condições ainda eram até certo ponto inóspitas para cravarem ali seus interesses de acumulação da riqueza econômica e dos componentes da natureza. O setor da mineração olhava com absoluta cobiça as possíveis riquezas ainda pesquisadas.
A escolha de desmatar vinha pelas iniciativas com uso de correntes ligadas aos tratores. Passar a corrente significava derrubar as árvores encravadas no solo superficial, pouco profundo. Em seguida a sofisticação da motosserra ganhou prestígio e as árvores individualmente eram jogadas ao chão. Cenas tristes do desmatamento para ocorrer o que chamavam de “amansar a Floresta” ou mesmo “amansar a Amazônia”. Com essas práticas, do trator com correntes e da motosserra abriam-se os espaços para a entrada das pastagens e com isso do gado.
Ibama
Até quando e onde os militares nacionalistas e as forças progressistas do Brasil aceitarão essa subserviência, sem reação à altura?
Enquanto os mineradores queriam as riquezas de pedras preciosas e outros componentes minerais, os fazendeiros queriam trocar a Floresta Amazônica pelas pastagens e introduzir seu gado. Tudo isso patrocinado com dinheiro público. Os impostos do Brasil financiando os interesses empresariais dos já afortunados do Brasil e do estrangeiro. Os povos originários e que vivem na Floresta, acostumados a circular e preservar o Bioma vão sendo confinados nos seus espaços de vida e perdendo para os interesses dos endinheirados. Há quem diga a plenos pulmões que o interesse é do povo brasileiro. Daí sacrificar os animais, os vegetais os povos da Floresta e nossas riquezas naturais é algo que interessa para um Brasil em que sua população a cada dia está mais empobrecida e os ricos, mais ricos a cada minuto.
Em visita mais recente ao Estado do Pará pude verificar a existência de mineradoras de Holanda, Suécia, França, Japão, Estados Unidos, Canadá, entre tantos outros, se apropriando das riquezas minerais, depredando a Amazônia, com apoio dos governos da União e do Estado.
O Brasil e a pobreza dos subalternos brasileiros sendo agravada pelo BNDES, Banco da Amazônia, Banco do Estado do Pará, transferindo financiamentos aos interesses das mineradoras estrangeiras.
O que é isso meu Brasil?
O governo brasileiro está a serviço dos interesses privados e governamentais de estrangeiros, em detrimento da própria soberania nacional. O crime é intencional e… planejado.
A Amazônia e o Pantanal em chamas procuram desviar a atenção para algo irrefutável, como diz Frei Beto, o brazil do BolsoNero:
– Mais do que entregar nossas riquezas, o governo de plantão cria o desentendimento com a Venezuela para atender os interesses da burguesia mundial e por isso dos Estados Unidos em controlar o petróleo disponível no continente e no mar da América do Sul. Faz-se assim a “máxima” da “América para os americanos” da doutrina Monroe, entendida, por eles, que americanos são aqueles vinculados aos Estados Unidos. A eleição do atual presidente Trump reedita o mesmo discurso da doutrina Monroe reafirmando que seu governo seria de garantia da América para os americanos. A vinda até Roraima do emissário da guerra e Secretário de Estado dos Estados Unidos, sr. Mike Pompeo, mais uma vez mostra que o Brasil está subserviente a tais interesses. Veio ao Brasil, nas proximidades da fronteira com a Venezuela para declarar que os Estados Unidos vão derrubar o governo Maduro. Serviu-se do Brasil que se deixou usar para promover a guerra.
Mais do que depressa Maduro se acercou de equipamentos russos para bloquear a fronteira com o Brasil. Tudo preparado para estabelecer a defesa contra qualquer tipo de ataque bélico. E os brasileiros estão a serviço da guerra?
O Brasil, como afirma Paulo Cannabrava Filho é um País ocupado belicamente pelos interesses econômicos e financeiros que controlam parte significativa de todo o Planeta Terra, a partir dos Estados Unidos. Quase nunca são os interesses da população estadosunidenses, mas daqueles que concentram as riquezas e setores financeiros mundiais. Tais setores financeiros e armamentista não se omitem, usam armas e guerra para reafirmar o poder que desfrutam e querem ampliar.
Na Amazônia que é maior do que a Amazônia no Território brasileiro a destruição predomina:
– Seja usando as correntes e tratores, a motosserra para derrubar a Floresta;
– Seja com a transferência de dinheiro para as empresas minerárias;
– Seja pelo extermínio das populações nativas, verdadeiros primeiros habitantes do Brasil e da Amazônia;
– Seja pelas criminosas queimadas, incêndios… o capital financeiro e a estrutura de poder do império demonstram que são os verdadeiros posseiros dos territórios, incluindo os símbolos imaginários.
Este País de “BolsoNero” está de joelhos, entregue, destruindo e oferecendo nossa soberania, trata-se do chamado bye, bye Brazil. Para Bolsonaro e caterva vivemos em um United States of Brazil, colônia de United States of America.
Até quando e onde os militares nacionalistas e as forças progressistas do Brasil aceitarão essa subserviência, sem reação à altura?
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