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Mercados negros, uma das mais poderosas economias do mundo

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

Roberto F. Campos*

armas-290x220Ao comparar algumas das mais importantes economias mundiais, os principais mercados negros abarcam na atualidade amplos espaços como é o caso dos carregamentos de pescado e o comércio ilegal de armas e drogas.

A revelação de tal inconsistência em matéria de comércio e das dificuldades de encontrar respostas, está em recente informe de Yahoo finanças, apoiado na revista The Economist, a partir de relatórios do Banco Mundial e das Nações Unidas.

O mercado negro, ou economia subterrânea, é um termo empregado para descrever a comercialização clandestina de bens, produtos e serviços, em violação tabelas de preços ou racionamento impostos por governos ou empresas. Estima-se que esta economia submersa proporciona algo em torno de 800 milhões de postos de trabalho.

Apesar de que esse comércio constitui soluções fortuitas para muitas pessoas, os números mais altos estão na droga, a pirataria e o tráfico de pessoas. Empresários com imensas fortunas podem muito bem significar bandidos de colarinho branco apoiados em uma complicada engrenagem que os beneficiam com consideráveis somas provenientes do crime.

Analise dessa economia indica que não só resiste a crise, como se aproveita dela e cresce, como ocorre com relação ao comercio de artigos e serviços ilegais, até que esta maneira informal e ilegal alcance os mais altos degraus das estatísticas globais.

Dados do The Economist indicam que só os cinco maiores mercados ilegais do mundo movimento em torno de 475 bilhões de euros por ano, o que supera as riquezas de uns 170 países e territórios juntos.

Entre cifras e analises

Segundo a revista The Economist o narcotráfico gera em torno de 240 bilhões de euros anuais, e adverte que as estatísticas podem estar curtas quando se analisar a fundo essa parte do mercado negro.

Contar os lucros do tráfico de drogas é quase impossível uma vez que as estimativas  são feitas com base nas quantidades de substância ilícitas apreendida pelas forças policiais.

Depois do narcotráfico vem a pirataria e a cópia de produtos de marca, videogames ou filmes, que mobilizam em torno de 187 bilhões de euros a cada ano. O outro degrau nessa escala é do tráfico de seres humanos e de animais, com valores em torno de 23 e 15 bilhões bilhões de euros respectivamente.

Nessa lista de vendas ilegais está também a comercialização ilícita de petróleo com 8 bilhões e 200 milhões, seguida da pesca ilegal, o corte indiscriminado de árvores e o tráfico de órgãos humanos.

As pesquisas que serviram de base para o artigo sobre a economia mundial indica a Espanha como o país que concentra o maior tráfico de drogas, prostituição ou pirataria, considerado por isso como paraíso das ilegalidades, confirmado por um estudo internacional realizado pela consultora Havocscope.

Segundo esse estudo, a nação ibérica contribui com dois mil euros de mercado negro por habitante, inclusive crianças e anciãos.

Contudo, os Estados Unidos não ficam atrás nessas estatísticas, cabendo uns 1.500 euro por pessoa a cada ano nessa matéria, enquanto no México são mil euros por pessoa.

Yahoo finanças situa os Estados Unidos como o quarto país com maior mercado negro no mundo. Só em 2012 o tráfico de drogas, falsificações, pirataria e prostituição movimentaram 123 bilhões de duros.

Este fenômeno econômico surge em momentos de crise ou em períodos de controles rígidos da economia e do comércio, como resposta à falta de bens de primeira necessidade. Sob tais circunstâncias, os vendedores estão dispostos a burlar as leis com o fim de conseguir maiores lucros, enquanto os compradores se veem obrigados a pagar preços maiores devido a suas necessidades.

Além dos produtos de primeira necessidade a cada momento e lugar, como ocorre com o fumo e o álcool, o mercado negro cuida de introduzir produtos ilegalmente e abarca a compra-venda de armas, drogas e outras substâncias. Os economistas também identificaram que faz parte deste mercado o câmbio ilícito de moeda, o mercado negro de moeda estrangeira.

Alguns estados adotam políticas inflacionarias e tentam disfarçar sua própria responsabilidade pela deterioração de uma moeda. O mercado nego de moedas, portanto, constitui uma resposta irreverente a irresponsabilidade das autoridades econômicas e monetárias. Durante épocas de crise mundial, como a que assola o planeta desde 2008, esse tipo de sistema econômico submerso se emerge e se destaca.

*Prensa Latina, de La Habana para Diálogos do Sul


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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