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Metalúrgicos de SP aprovam: ‘fábricas vão parar no dia 28’

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

Metalúrgicos de São Paulo realizaram assembleias para decidir greve geral

Ana Campos*
GreveGeralApós a reunião das centrais sindicais que deliberou pela construção da Greve Geral no próximo dia 28 de abril, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) vem mobilizando os seus sindicatos para que organizem assembleias para aprovar a greve contra o desmonte da Previdência, a terceirização irrestrita e o fim da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo/Mogi das Cruzes realizou diversas assembleias durante a semana, que finalizará com uma enorme assembleia geral, com a presença de toda a categoria, na sexta-feira. “Estamos num processo de resistência contra as reformas, denunciando os deputados que estão votando contra a classe trabalhadora no Congresso. Estamos falando dos prejuízos que essas reformas vão impor aos trabalhadores, e na assembleia de sexta-feira vamos aprovar greve no dia 28 de abril, Dia Nacional de Luta pelos Direitos convocado pelas centrais sindicais para pressionar o governo e o Congresso Nacional a derrubarem as reformas”, afirma Miguel Torres, presidente do Sindicato e da CNTM e vice-presidente da Força Sindical.
A CNTM ainda reuniu a sua diretoria executiva em Belo Horizonte (MG), e participou de uma palestra sobre Previdência Social na quarta-feira (29), no sindicato da capital mineira, com participação do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Desde o início do ano o governo vem tentando colocar em votação a chamada “Reforma da Previdência”, que visa deliberadamente dificultar o acesso dos trabalhadores à aposentadoria. Através da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287, Temer quer exigir idade mínima de 65 anos para ter acesso à aposentadoria, além de aumentar para 49 anos o tempo de contribuição necessário para ter o benefício integral.
Sob o pretexto de que não haverá dinheiro para pagar o benefício dos aposentados daqui a dezenas de anos, o governo – desde antes mesmo do governo Dilma – propagandeia que há um enorme rombo na previdência, e que os recursos são insuficientes, ao mesmo tempo em que esconde da população os impostos criados justamente para sustentá-la, bem como todos os desvios desse orçamento, e as sonegações e isenções feitas ao INSS. Outro grande fator para que a Previdência não tenha ainda mais recursos está na grande quantidade de empresas que simplesmente não pagam – estão com dívidas. 
Para o secretário-geral do Sindicato dos metalúrgicos de São Paulo, Jorge Carlos de Moraes, o Arakém, “nós não aceitamos nenhuma retirada de direitos. Se realmente existir uma necessidade de fazer reforma o governo tem que fazer uma discussão mais profunda com a sociedade. Por que o que o ele está fazendo agora é tirar de quem paga; quem vai pagar essa conta é o companheiro que contribui, porque setores da sociedade que deveriam contribuir não pagam! Hoje os 100 maiores devedores da Previdência social, quem são? É o agronegócio, o Bradesco, o Itaú, clubes de futebol. E quem vai pagar a conta é justamente o trabalhador, que é quem contribui, quem constrói a riqueza do país”, denunciou.
Além de tentar acabar com a aposentadoria, o governo ainda pretende rasgar a
CLT, propondo uma “reforma” que define que os “acordos coletivos” –  isto é, as exigências das grandes empresas adquiridas através de chantagem e ameaças aos trabalhadores – estejam acima da lei, autorizando retirada de direitos mesmo que infrinjam claramente a CLT. Parte do plano de “reforma trabalhista” colocada em prática pelo governo está na aprovação da terceirização. O projeto foi colocado em pauta na Câmara pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, após uma manobra junto com Temer para votar um projeto de 1998 que liberou a terceirização irrestrita.
“Essas reformas agridem os trabalhadores e merecem ser repudiadas. Vamos fazer protestos, manifestações e mobilizar os trabalhadores e pressionar os parlamentares a votarem contra elas. A saída, para o Brasil, da crise passa pela retomada do desenvolvimento econômico, com valorização da produção nacional, geração de empregos, mercado de consumo reaquecido, garantia dos direitos, trabalho decente e justiça social e não pelo desmantelamento da legislação trabalhista e previdenciária”, afirma Miguel Torres.
Em seu boletim mensal, a CNTM denuncia também que “a proposta do governo visa, na prática, acabar com a Previdência Social e não preservá-la para que possa continuar pagando as aposentadorias no futuro. Se for aprovada pelo Congresso Nacional, beneficiará só os patrões da previdência privada e irá desestimular os trabalhadores de contribuírem para o INSS (Previdência Pública), diante das dificuldades que terão para se aposentar”.
“Com certeza se acontecer essa reforma, do jeito que o governo quer, o trabalhador e a trabalhadora nunca mais vão se aposentar”, prevê Arakén. 
*Original da Hora do Povo


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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