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México: Defesa de García Luna tenta manobra para descredibilizar denúncias de ameaças

Ex-secretário de Segurança Pública do México é acusado de supostas tentativas de “silenciar” jornalistas e intimidar ou manipular testemunhas
David Brooks
La Jornada
Nova York

Tradução:

A defesa de Genaro García Luna questionou a evidência que os promotores federais estadunidenses desejam incluir no caso para julgar o ex-secretário de Segurança Pública do México. Ele é acusado de supostas tentativas de “silenciar” jornalistas e intimidar ou manipular testemunhas, segundo uma carta em resposta à promotoria registrada no tribunal federal em Nova York. 

O advogado Cesar de Castro, encarregado da defesa de García Luna, assinala que a evidência que a promotoria deseja apresentar sobre tentativas de seu cliente para silenciar repórteres quando era funcionário mexicano aparentemente provém de uma jornalista no México (na solicitação à promotoria não era indicado o gênero) que alega que foi ameaçada pelo acusado. 

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O advogado escreve que os promotores não identificam a suposta ameaça, “mas acreditamos que é uma jornalista que atacou o Sr. García Luna durante décadas com alegações sem fundamento apresentadas como jornalismo”.

Castro agregou que “notavelmente, agora parece que (a mesma jornalista) está fazendo afirmações parecidas contra o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador”.

Diante disso, Castro afirma que a defesa buscará demonstrar “a falta de confiabilidade” desta evidência e de sua fonte.

Ex-secretário de Segurança Pública do México é acusado de supostas tentativas de “silenciar” jornalistas e intimidar ou manipular testemunhas

Observatorio
Genaro García Luna questionou evidência que os promotores federais estadunidenses desejam incluir no caso

Por outro lado, no que se refere à solicitação dos promotores para apresentar evidências que supõem que García Luna, depois de seu encarceramento em espera do seu julgamento, conspirou com um informante dos promotores dentro da prisão para manipular testemunhas, de Castro informou que essa evidência consiste em mais de 500 horas de gravações que, em sua maioria, “não são inteligíveis” nem se podem escutar claramente, e que em grande medida são declarações do informante e não do acusado. 

Em torno a esta evidência, agrega, a defesa buscará apresentar provas que põem em dúvida a credibilidade do informante, como outras gravações que demonstraram que tão pouco confiáveis ou falsas são as alegações contra seu cliente. 

Promotores pedem condenação para ex-comandante que trabalhava com García Luna”

Na carta enviada ao juiz Brian Cogan, encarregado do caso no Tribunal Federal do Distrito Leste em Nova York e registrada no fim de semana, de Castro solicitou uma prorrogação de duas semanas para avaliar a evidência e apresentar a resposta da defesa à solicitação dos promotores. 

No passado 15 de junho, os promotores apresentaram uma solicitação para a inclusão de evidência no caso contra García Luna sobre como “o acusado ameaçou, fustigou e subornou jornalistas que estavam investigando seus delitos, e que depois de sua prisão, manifestou a disposição de manipular testemunhas”.

García Luna enfrenta acusações de que entre 2001 e 2012, quando ocupava primeiro a direção da Agência Federal de Investigações e, a partir de 2006 a 2012, como secretário de Segurança Pública, usou seus postos oficiais para assistir ao Cartel de Sinaloa em troca de subornos de dezenas de milhões de dólares.

O julgamento de García Luna está programado para 24 de outubro ante o Tribunal Federal de Distrito do Leste no Brooklyn, Nova York, o mesmo lugar e juiz onde se realizou o julgamento de Joaquín El Chapo Guzmán. Os promotores estadunidenses disseram que esperam contar com o testemunho de vários ex-mandantes do cartel de Sinaloa, entre outros, no julgamento. 

David Brooks é correspondente do La Jornada em Nova York.
Tradução de Beatriz Cannabrava.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

David Brooks Correspondente do La Jornada nos EUA desde 1992, é autor de vários trabalhos acadêmicos e em 1988 fundou o Programa Diálogos México-EUA, que promoveu um intercâmbio bilateral entre setores sociais nacionais desses países sobre integração econômica. Foi também pesquisador sênior e membro fundador do Centro Latino-americano de Estudos Estratégicos (CLEE), na Cidade do México.

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