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Mídia, ditadura e democratização da comunicação hoje

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

sabado resistenteO Sábado Resistente de 18/4 debaterá o apoio da imprensa ao golpe de 1964, a censura, o papel dos jornais alternativos no combate à ditadura e a democratização da comunicação como requisito para o fortalecimento da democracia no Brasil

O quarto Sábado Resistente de 2015 debaterá a participação da imprensa no golpe civil-militar de 1964, a censura à imprensa, o papel dos jornais alternativos no combate à ditadura e a democratização do acesso à comunicação como fator primordial para o fortalecimento da democracia no Brasil.

A grande imprensa contribuiu para a desestabilização do governo de João Goulart e saudou o golpe de 1964 como sendo “a revolução que salvou o país do comunismo”. Apenas os jornais Diário Carioca e Última Hora, a Rádio Marconi e a TV Excelsior se opuseram ao golpe. Todos foram fechados pelos militares.

O endurecimento do regime levou os diários O Estado de S.Paulo e Jornal da Tarde e a revista Veja – criada e dirigida à época pelo jornalista Mino Carta – a desafiarem a autocensura imposta pelos militares. Por causa disso, foram as únicas publicações obrigadas a conviver com censores nas redações e a terem matérias integralmente proibidas. Para denunciar a arbitrariedade, O Estado de S.Paulo publicou poemas de Camões; o Jornal da Tarde receitas de bolos; e Veja, ilustrações de anjos e demônios.

Nos anos de resistência foram lancados cerca de 170 jornais de oposição à ditadura, dos quais O PasquimOpiniãoMovimentoEm TempoVersusCoojornal foram as experiências de maior impacto e duração. A lista de 233 torturadores do regime foi publicada por Em Tempo, cujas sedes em São Paulo e Belo Horizonte foram atingidas por atentados assumidos por grupos de ultradireita.

O fim da censura, em 1979, e o definhamento do regime nos anos seguintes abriram espaço para um período de avanços na comunicação, com denúncias sobre crimes do Estado autoritário e o aparecimento de uma pujante imprensa sindical e comunitária, além do lançamento de jornais de partidos políticos ainda mantidos na ilegalidade.

Trinta anos depois do fim da ditadura, o debate sobre o direito de acesso à informação, o Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014) e a democratização da mídia fazem parte da agenda política do país como requisitos para a construção de uma sociedade mais equitativa e efetivamente democrática.

Programação

14h – Boas vindas
Kátia Felipini Neves (Memorial da Resistência de São Paulo)
Milton Bellintani (Núcleo de Preservação da Memória Política)

14h15 – Mesa
Armando Sartori (Editor da revista Retrato do Brasil, editor do histórico jornal Movimento, de oposição à ditadura)
Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (representante)
Rodrigo Vianna (autor do blog Escrevinhador)

16h30 – Conversa com o público

Os Sábados Resistentes, promovidos pelo Memorial da Resistência de São Paulo e pelo Núcleo de Preservação da Memória Política, são um espaço de discussão entre militantes das causas libertárias, de ontem e de hoje, pesquisadores, estudantes e todos os interessados no debate sobre as lutas contra a repressão, em especial à resistência ao regime civil-militar implantado com o golpe de Estado de 1964. Os Sábados Resistentes têm como objetivo maior o aprofundamento dos conceitos de Liberdade, Igualdade e Democracia, fundamentais ao Ser Humano.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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