Organizações sociais do Comitê de Greve na Colômbia convocaram uma grande paralisação nacional para o próximo 25 de março em rechaço às políticas do governo, pela vida e pela paz.
Assim foi acordado em um evento efetuado nesta capital com a participação de mais de mil delegados de todo o país.
A indignação e a mobilização do povo colombiano contra as políticas neoliberais do governo de Iván Duque continuam em 2020, expressaram em uma declaração.
Depois da portentosa paralisação nacional de 21 de novembro, o governo se nega à negociação da proposta de 13 eixos temáticos e 104 pontos apresentada pelo Comitê que recolhe a petição da maioria dos colombianos que saíram para realizar e respaldar a greve em suas múltiplas, pacíficas e criativas jornadas, apontaram.
Segundo precisaram, a resposta do governo de Iván Duque foi a aprovação da lei de financiamento, a fixação unilateral do miserável aumento do salário mínimo, a fumigação com glifosato, a realização de pactos com os empresários, negando a atenção aos camponeses e aos produtores agrários.
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Continuam os protestos na Colômbia
Também se referiram ao que consideram a restrição e a repressão aos protestos sociais, a eliminação de garantias sindicais e de proteção, o aprofundamento da nefasta doutrina militar e o consequente terrorismo de Estado através do reforço do Esquadrão Móvel Anti-distúrbios.
Os participantes no evento apontaram ademais a militarização e para militarização dos territórios, as interceptações e perseguições ilegais do Exército e a corrupção desbordada e “se persiste no não cumprimento de acordos com as organizações e setores sociais”.
O governo aplica políticas regressivas em matéria de migrações, de defesa da terra, privatiza o espaço público negando o direito ao trabalho dos informais, desatende a defesa da Amazônia, aprofunda a crise na saúde e não protege os direitos dos LGBTQI+, manifestaram.
Da mesma forma, rechaçaram “o engano do governo aos colombianos com a demagógica Conversação Nacional, pois é um processo no qual se quis entravar as petições do Comitê, já que se converte em um escuta insulsa das necessidades da população que não soluciona nada, em absoluto”.
Denunciaram o incremento dos assassinatos dos líderes sociais, defensores de direitos humanos e ex-guerrilheiros das FARC em processo de reincorporação.
Ao anterior se soma o desemprego, a pobreza e a desesperança que nos coloca como um dos países mais inviáveis e desiguais do mundo, enfatizaram.
*Prensa Latina, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.
**Tradução: Beatriz Cannabrava
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