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Existe uma máxima de que só conseguimos sair do poço quando conseguimos pisar o fundo dele. Hoje sentimos que o fundo do poço foi pisado para dar o impulso da mudança.
São pés de mulheres, milhares de Simone de Beauvoir, de Mães de Maio, de Marias da Penha, de Zuzus Angel, de escravas Anastácias, de milhares de anônimas que fazem da unidade da luta seu fio condutor.
O PL 5069/2013 de autoria do deputado Eduardo Cunha altera a forma do atendimento das vítimas de violência sexual. O que isso significa? Significa que está sendo alterado o que se entende por violência sexual. Atualmente, no Brasil, violência sexual é qualquer atividade sexual sem o consentimento da vítima, mas com o PL passará a ser entendido como violência sexual somente os casos que resultem em danos físicos e psicológicos.
Isto é, a mulher vítima de violência sexual deverá procurar pela polícia e passar por um exame de corpo de delito antes de receber qualquer tratamento do sistema público de saúde, sendo que atualmente, basta a palavra dela e o testemunho da pessoa no serviço de saúde, sem exigência de provas.
A restrição das mulheres em situação de violência sexual no acesso a tratamento e informações sobre os meios disponíveis para os cuidados de sua saúde reprodutiva viola os direitos das mulheres conseguidos com muita luta e poderá forçá-las a ter uma gravidez estressante ou realizar abortos em clínicas clandestinas que não oferecem nenhuma segurança e higiene, com alto risco de vida.
As mulheres estão saindo às ruas para protestar contra este descalabro, sendo que em Porto Alegre e Belo Horizonte foram recebidas com covarde violência policial. Repudiamos qualquer ato de violência contra as mulheres ou qualquer ser vivo.
Gente, vocês não estão entendendo!
Mexeram com as mulheres, mexem com todas nós.
Renovamos a esperança por um país melhor
Cunha sai e os direitos das mulheres ficam!!!
A virada começou.