Mulheres esterilizadas a força em programa massivo do governo de mão dura de Alberto Fujimori (1990-2000), pai da atual candidata presidencial, Keiko Fujimori, protestaram no Peru em demanda de justiça.
Representantes das afetadas que chegaram das regiões nortistas de Piura e Cajamarca, das centro-andinas de Cusco, Cusco, Ayacucho e Huancavelica, das amazônicas de San Martín e Ucayali, participaram com mulheres da capital em ato realizado na frente do palácio de Justiça, sede dos tribunais.
A Associação de Mulheres Afetadas pelas Esterilizações Forçadas, organizadora do protesto, precisou que “lutamos há 25 anos e continuamos mobilizadas por Verdade, Justiça e Reparação”.
Reprodução: Prensa Latina
Mulheres esterilizadas protestam no Peru.
O agrupamento denunciou que as audiências prévias ao julgamento do ex-governante Fujimori e vários do que ocuparam o Ministério da Saúde, estão sendo desenvolvidas apesar das manobras dilatórias dos advogados.
O defensor de Fujimori pai, César Nakazaki, pretende a prescrição do delito, alegando que transcorreram mais de quinze anos desde a execução de tais atos.
A Promotoria considera que as esterilizações forçosas de cerca de 300 mil mulheres pobres e indígenas, segundo a Defensoria do Povo, atentaram contra os direitos humanos, portanto são imprescritíveis.
Em seu informe, resultado de uma longa investigação, o promotor apresentou 182 provas de culpabilidade dos acusados, pelo qual, segundo a associação de vítimas, o juiz encarregado deve iniciar o julgamento para conseguir a esperada justiça às mulheres afetadas. O processo em curso se refere somente a 1.312 vítimas do oficialmente chamado Programa de Anticoncepção Cirúrgica Voluntária, apresentado como um plano de planejamento familiar.
Além de Fujimori, o promotor acusa de lesões graves e lesões mortais os ex-ministros da Saúde, Eduardo Yong, Marino Costa e Alejandro Aguinaga.
A Associação de Vítimas condenou também a intenção da candidata presidencial Keiko Fujimori de, no caso de ser eleita, indultar seu pai que cumpre uma condenação de 25 anos por crimes de lesa humanidade e corrupção.
Ao mesmo tempo, o grupo anunciou que deseja dialogar com o candidato de esquerda, Pedro Castillo, rival de Fujimori na segundo turno da eleição a ser realizado no dia 6 de junho, para demandar-lhe que garanta justiça e as devidas reparações às vítimas.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
Assista na Tv Diálogos do Sul
Se você chegou até aqui é porque valoriza o conteúdo jornalístico e de qualidade.
A Diálogos do Sul é herdeira virtual da Revista Cadernos do Terceiro Mundo. Como defensores deste legado, todos os nossos conteúdos se pautam pela mesma ética e qualidade de produção jornalística.
Você pode apoiar a revista Diálogos do Sul de diversas formas. Veja como:
- Cartão de crédito no Catarse: acesse aqui
- Boleto: acesse aqui
- Assinatura pelo Paypal: acesse aqui
- Transferência bancária
Nova Sociedade
Banco Itaú
Agência – 0713
Conta Corrente – 24192-5
CNPJ: 58726829/0001-56
Por favor, enviar o comprovante para o e-mail: assinaturas@websul.org.br - Receba nossa newsletter semanal com o resumo da semana: acesse aqui
- Acompanhe nossas redes sociais:
YouTube
Twitter
Facebook
Instagram
WhatsApp
Telegram