A Audiência Nacional espanhola ordenou a detenção de nove independentistas da Catalunha e militantes dos autodenominados Comitês de Defesa da República (CDR), que são investigados por supostos delitos de terrorismo, rebelião e posse de explosivos.
A operação foi executada por mais de 500 agentes da Guarda Civil, que informaram terem encontrado os explosivos com o qual presumivelmente pretendiam sabotar edifícios públicos espanhóis em protesto pela iminente sentença do Tribunal Supremo contra os doze líderes separatistas processados pela falida declaração de independência de outubro de 2017.
Dois dos nove detidos foram libertados depois de acusados, enquanto os demais foram trasladados a Madri para comparecer nos próximos dias diante do tribunal especializado em delitos de terrorismo.
Socialista Morena
Manifestação pela independência da Catalunha
A operação foi iniciada de madrugada em vários pontos de Barcelona e imediações; o material que serviria presumidamente para a fabricação de bombas caseiras foi encontrado em uma oficina clandestina e abandonada em Sabadell.
A operação foi ordenada pelo juiz da Audiência Nacional, Manuel García Castellón, que agiu a pedido da Promotoria e como consequência da ação dos próprios agentes da Guarda Civil, que investigavam os CDR há mais de um ano.
No momento das detenções, foram realizadas concentrações espontâneas de repúdio, enquanto o conjunto das forças independentistas condenou a operação, que foi definido como uma “tentativa” do “Estado” de vincular o movimento com a violência e o terrorismo.
O próprio Quim Torra, presidente da Generalitat, advertiu que “a repressão continua sendo a única resposta do Estado espanhol. Estão tentando voltar a construir um relato de violência antes das sentenças. Não conseguirão. O movimento independentista é e será sempre pacífico”.
A formação CUP, próxima às juventudes mais combativas do movimento separatista, qualificou a operação de “montagem policial que não se justifica por nenhum lado” com a única finalidade de fazer “um relato falso que relacione o movimento popular a uma organização terrorista ou criminosa”.
O porta-voz de Podemos na Catalunha, Jaume Asens, advertiu que “nos preocupa porque sabemos como costumam acabar estas operações policiais. Temos presentes muitos casos nos quais se equiparam alguns fatos ao terrorismo e geram alarme social, mas depois, com o passar do tempo, se desinflam”.
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