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Conservadores vencem no Reino Unido e Boris Johnson deve seguir primeiro-ministro

Vitória deve efetivar Brexit, promessa de campanha feita pela direita britânica; chanceler é conhecido por ser midiático e adepto das fake news
Mariane Barbosa
Diálogos do Sul Global
São Paulo (SP)

Tradução:

O partido Conservador britânico garantiu mais uma vitória nas urnas nesta quinta-feira (12), o que indica que o projeto de saída do Reino Unido, chamado de Brexit, deve se concretizar e o primeiro-ministro, Boris Johnson, seguirá comandando o governo.

Os conservadores obtiveram 368 cadeiras contra 191 dos trabalhistas, como indica pesquisa de boca de urna divulgada no começo da noite. 

Na oposição, o Partido Trabalhista, que faz oposição a Johnson com o líder Jeremy Corbin, já não havia conseguido um resultado satisfatório nas eleições europeias e locais em 2019 para retornar em maioria ao governo. A sigla se dividiu em 2016, quando metade de sua base votou no Brexit

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Um dos maiores debates sobre a saída do país da UE são as políticas de temas como imigração, livre-comércio e globalização.

Quando a ideologia bate à porta do Brexit

Segundo o jornal El País, mesmo que as pesquisas já apontassem uma vantagem do Partido Conservador, grandes figuras como o ex-ministro e líder trabalhista Tony Blair advertiram que “tentar resolver o labirinto do Brexit com eleições gerais pode provocar uma confusão ainda maior porque questões ideológicas e “até sentimentais” se misturariam com o assunto que dividiu o país nas últimas décadas.

Um dos maiores debates sobre a saída do país da UE são as políticas de temas como imigração, livre-comércio e globalização.

Em 2016, um número recorde de 46,5 milhões de eleitores foram convocados para responder se o Reino Unido deveria ou não permanecer como membro da União Europeia. Já naquele ano, a maioria optou por deixar o bloco econômico por mais de 1,2 milhão de votos. 

Ainda durante o mandato da ex-primeira-ministra britânica Theresa May, em março de 2017, a decisão da saída foi notificada ao bloco europeu, que segundo o Artigo 50 do Tratado de Lisboa, comunicou que o desmembramento se tornaria oficial após o período de dois anos. 

Quando o tempo previsto para a saída chegou, em março de 2019, a separação não aconteceu, pois o acordo apresentado pela ex-primeira-ministra foi rejeitado pela terceira vez pela oposição no Parlamento britânico, o que a levou a deixar o cargo em junho.

Eleições na era Boris Johnson

No lugar de Theresa May, foi eleito, em 23 de junho, o líder do Partido Conservador e ex-prefeito de Londres, Boris Johnson, que ganhou muita força ao realizar sua campanha com a promessa de deixar a UE até 31 de outubro “com ou sem acordo”

Conhecido por fazer lives em sua página no Facebook, seguindo a linha de Donald Trump e Jair Bolsonaro, o que preocupa a oposição britânica é o histórico de fake news espalhada pelo conservador, que já nos tempos de jornalista foi demitido depois de publicar uma citação falsa na primeira página da revista Times, em 1988.

Recentemente, em comparação à ex-primeira ministra, Johnson demonstrou um endurecimento ao dizer que o Reino Unido acabará com a livre circulação dos europeus no país. “A livre circulação, como existe atualmente, acabará quando o Reino Unido abandonar a União Europeia (UE)”, indicou uma porta-voz de Downing Street em agosto, ao citar também um projeto para atrair os “melhores cérebros” ao país.

Contra a saída inoportuna do Reino Unido, especialistas alertaram que o país pode se submergir em uma crise econômica e social, devido não só à escassez de remédios e alimentos que a atitude pode causar, mas também ao incremento do desemprego e ao aumento da inflação.

Inclusive, o atual ministro da Economia, Philip Hammond, admitiu que um Brexit sem acordo provocará a curto e médio prazo uma redução da capacidade produtiva do país. 

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Mariane Barbosa

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