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Líder do ETA negocia com governo espanhol saída da prisão de 200 ex-combatentes

No 10º aniversário do fim da luta armada por parte do ETA, o líder da esquerda abertzale, Arnaldo Otegi negocia libertação em troca da aprovação do orçamento do governo
Armando G. Tejeda
La Jornada
Madri

Tradução:

No décimo aniversário da declaração do cessamento unilateral e definitivo da luta armada por parte da organização separatista basca ETA, o líder da esquerda abertzale, Arnaldo Otegi tornou a se converter no protagonista ao reconhecer que negocia com o governo espanhol, do socialista Pedro Sánchez, a saída da prisão de até 200 presos etarras em troca de apoiar os orçamentos. 

O mandatário espanhol enfrentou um alude de críticas e desqualificações da direita no Congresso em uma sessão de controle na qual afirmou que “rotundamente não” vai liberar os militantes da organização armada. 

Otegi, como líder de EH-Bildu e representante histórico do chamado “braço político do ETA”, reconheceu em um encontro com seus militantes que sua formação normalizou a relação institucional com o governo espanhol, sobretudo graças à intermediação do Unidas Podemos (UP) e a mudança de postura do Partido Socialista Obreiro Espanhol (PSOE). 

Os cinco deputados do Bildu são cruciais na aritmética parlamentar espanhola e podem inclinar a balança para aprovar ou não as iniciativas do governo. De fato, os anteriores orçamentos gerais foram adiante graças aos votos do Bildu, que receberam em troca o acercamento dos presos do ETA a prisões da região e uma promessa, ainda não cumprida, que foi a da derrogação a atual lei trabalhista.

No 10º aniversário do fim da luta armada por parte do ETA, o líder da esquerda abertzale, Arnaldo Otegi negocia libertação em troca da aprovação do orçamento do governo

La Jornada
Otegi reconheceu que na mesa de negociação com o Executivo de Sánchez está a saída da prisão de até 200 membros do ETA

Neste sentido, Otegi reconheceu que na mesa de negociação com o Executivo de Sánchez está a saída da prisão de até 200 membros do ETA. E explicou: “temos 200 presos no cárcere e se para tirá-los há que votar os orçamentos, pois os votamos. Eu digo assim alto e claro”.  E agregou: “demos uma patada no formigueiro e nos pusemos no centro do tabuleiro. Este é o momento. É um momento crítico, é um momento difícil, é um momento importante. E vamos dar tudo, vamos colocar tudo”. 

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O presidente Pedro Sánchez recebeu duras críticas da oposição de direita no Congresso dos Deputados, sobretudo do Partido Popular (PP) e de Vox, que lhe exigiram romper qualquer tipo de aliança ou de negociação com Bildu. 

O mandatário espanhol se limitou a responder que “rotundamente não” vai libertar os 200 presos do ETA a que aludiu Otegi. 

Também, aproveitando o aniversário do comunicado do ETA, os ex-presidentes do governo espanhol Felipe González e Mariano Rajoy exigiram à esquerda abertzale que “peça perdão” pelos atentados. 

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Além de ser negociado no Congresso dos Deputados uma declaração institucional de condenação à violência do ETA, que foi impulsionada conjuntamente pelo PP e o PSOE, mas à qual já expressaram seu rechaço tanto o partido do governo, UP, como seus sócios parlamentares da Esquerra Republicana de Catalunya. Enquanto as formações bascas, Bildu e Partido Nacionalista Basco, não contestaram.  

La Jornada, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.

Tradução: Beatriz Cannabrava


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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Armando G. Tejeda Mestre em Jornalismo pela Jornalismo na Universidade Autónoma de Madrid, foi colaborador do jornal El País, na seção Economia e Sociedade. Atualmente é correspondente do La Jornada na Espanha e membro do conselho editorial da revista Babab.

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