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ToggleA revelação de que entre os documentos secretos guardados indevidamente por Donald Trump em sua residência privada aparentemente haveria informação ultrassecreta sobre as capacidades militares nucleares de outro país, continua alarmando especialistas em inteligência, enquanto prossegue uma avaliação oficial do dano potencial que foi causado pelo ex-presidente à segurança nacional do país.
Ex-oficiais de inteligência, entre eles o ex-diretor da CIA, John Brennan, reiteraram em entrevistas na semana passada que seus colegas ativos dentro do governo estão cada vez mais alarmados pelo potencial prejuízo que poderia ser causado por Trump ao manter de maneira insegura – incluindo no seu escritório privado – documentos oficiais secretos, inclusive os relacionados com capacidades nucleares de outros países, como outros sobre operações clandestinas no estrangeiro.
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O documento descrevendo as defesas militares, entre elas nucleares, de outro país, revelado pelo Washington Post, era parte de uma série de documentos “top-secret” que foram confiscados na residência e clube privado de Trump conhecido como Mar-a-Lago, e alguns têm um nível de proteção tão alta que só um presidente, alguns integrantes de seu gabinete e muito poucos altos funcionários de inteligência têm acesso e eles, reportou o jornal.
No total, até agora, o FBI recuperou mais de 300 documentos classificados em Mar-a-Lago este ano – aproximadamente 184 em janeiro, outros 38 em junho – quando advogados de Trump certificaram que eram já os últimos – e mais de 100 depois da busca em agosto.
O escritório do Diretor de Inteligência Nacional está avaliando o prejuízo potencial de que Trump tivesse todos esses documentos que transferiu para sua residência quando concluiu a presidência. Por lei, todo presidente está obrigado a entregar todos os documentos oficiais aos Arquivos Nacionais ao sair da Casa Branca.
Trump continua a denunciar a seus apoiadores que investigações são tentativas para "silenciar" ele e seus seguidores
Arbitro judicial
A decisão no último dia 29, de uma juíza federal que foi nomeada ao seu posto por Trump, aprovando a solicitação do ex-presidente de instalar um árbitro judicial para avaliar os materiais que foram confiscados pelo FBI, foi amplamente criticada por especialistas legais, inclusive pelo próprio ex-procurador geral de Trump, Bill Barr, mas o consenso é que só terá o efeito de demorar a investigação criminal que é levada a cabo pelo Departamento de Justiça.
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Enquanto isso, Stephen Bannon, estrategista político de Trump no início de sua presidência, enfrenta acusações estaduais que poderiam ser parecidas às acusações federais por fraude em torno de uma operação, We Build the Wall, supostamente para arrecadar fundos para a construção do muro fronteiriço prometido por Trump, mas os fundos foram usados para gastos pessoais. Bannon se salvou dessas acusações federais quando recebeu um indulto presidencial de seu ex-chefe.
Em outra notícia relacionada com Trump, pela primeira vez em mais de 100 anos um político eleito foi expulso de seu cargo – neste caso um comissionado de um condado no Novo México – por ordem de um juiz usando a 14ª Emenda da Constituição, que proíbe aos acusados de insurreição ocupar um posto público. Couy Griffin, fundador de Cowboys por Trump, foi considerado culpado de participar no ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, o que foi qualificado como uma “insurreição”.
Alguns têm a intenção de usar essa decisão contra outros cúmplices do ex-presidente e inclusive contra ele mesmo.
Trump, entretanto, continua a denunciar às suas fileiras que estas investigações são tentativas para “silenciar” ele e seus seguidores. Aproveitando esses sentimentos, outro ex-sócio de Trump, que foi seu primeiro assessor de Segurança Nacional na Casa Branca, o ex-general Michael Flynn, agora está se dedicando a organizar um movimento “cristão nacionalista” ultra-direitista, informa a agência AP.
David Brooks, correspondente do La Jornada em Nova York.
Tradução: Beatriz Cannabrava.
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