A Casa Branca e o Departamento de Estado rebateram nesta terça-feira (21) comentários do Presidente Andrés Manuel López Obrador caracterizando o processo judicial contra Donald Trump em Nova York como um intento de frear sua candidatura presidencial. Além disso, negaram que o governo estadunidense tenha sabotado o gasoduto Nord Stream 2 e reiteraram a conclusão do informe sobre direitos humanos de que “atos de corrupção e assassinatos ilícitos arbitrários permanecem um sério desafio para o México”.
Na entrevista à imprensa na Casa Branca, a porta-voz Karine Jean-Pierre foi perguntada sobre as afirmações de López Obrador em torno à reportagem do jornalista veterano Seymour Hersh de que Estados Unidos explodiram uma gasoduto russo e, por outro lado, que o processo judicial contra Trump em Nova York era só uma tentativa política para tirar o ex-presidente das cédulas eleitorais. Jean-Pierre declarou que essas duas coisas “não são verdade” e que “certamente vou declarar e corrigir” o comentado pelo presidente mexicano.
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A porta-voz também rechaçou os comentários anteriores do presidente mexicano de que o fentanil não é problema mexicano, é estadunidense. “Este não é um problema estadunidense, é global. O tráfico de drogas ilícitas está causando danos sociais, mortes desnecessárias e sofrimento, não só aqui, mas também no México, e queremos ser realmente conscientes disso”.
Ao mesmo tempo, Jean-Pierre enfatizou que os Estados Unidos continuam trabalhando de maneira conjunta com o México e a relação pessoal que existe entre ambos os presidentes. “Vivemos nossa relação com o México como vital e importante… continuaremos tentando desenvolver essa relação”.
Os comentários do porta-voz do executivo estadunidense são cuidadosamente elaborados e usualmente revisados por 4 ou 5 pessoas, e depois redigidos por escrito para que os funcionários os leiam frente às câmeras. Portanto, foi aparente que o governo de Joe Biden decidiu responder desta precisa maneira às declarações de López Obrador em suas declarações na manhã de terça-feira.
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“Nunca tentamos dizer que não temos nossos próprios desafios domésticos”, dizem EUA
No Departamento de Estado, o porta-voz interino Vedant Patel foi perguntado na entrevista à imprensa sobre a acusação do mandatário mexicano de que os Estados Unidos “se creem o governo do mundo” e que o informe anual sobre direitos humanos emitido por esta secretaria está mentindo. “Nunca fomos os que indicam que somos o governo do mundo ou um tipo de edito tal como esse”, respondeu Patel.
Com relação ao informe anual requerido pelo Congresso, afirmou que é feito porque os Estados Unidos respeitam os direitos humanos no nível mundial, e “especificamente em relação ao México”.
“O envolvimento de integrantes da polícia, militares e outras instituições governamentais em atos série de corrupção e assassinatos ilícitos arbitrários permanecem um sério desafio para o México e por isso estavam os resultados no nosso informe”, continuou.
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Mas o Departamento de Estado tentou suavizar sua crítica ao agregar que “nunca tentamos dizer que não temos nossos próprios desafios domésticos”, assinalando que não se busca ocultar estes problemas, que o Congresso não autorizou a inclusão dos Estados Unidos neste informe anual, e que em vários outros fóruns os Estados Unidos oferecem uma autocrítica.
Por outro lado, o secretário assistente de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental Brian Nichols se reuniu nesta terça-feira com o diretor do INE, Lorenzo Córdova, que está em uma viagem por Washington.
Em um tuíte emitido ao concluir a reunião, Nichols escreveu que “foi um prazer me reunir com @lorenzocordovav de @INEMexico. Falamos da importância de instituições eleitorais bem financiadas e independentes, e a reputação mundial do INE por sua excelência em promover eleições livres e justas”.
Córdova também ofereceu uma palestra no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais e teve reuniões com outros nesta capital.
Jim Cason e David Brooks | Correspondentes do La Jornada em Washington e Nova York.
Tradução: Beatriz Cannabrava.
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