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Armas: EUA têm metade do arsenal civil global; 1 pessoa foi morta a cada 11 minutos em 2021

Em geral, pessoas negras têm quase 14 vezes mais probabilidade de morrer devido à violência armada que as pessoas brancas
Redação Pátria Latina
Prensa Latina
Washington

Tradução:

Uma pessoa morreu a cada 11 minutos em média nos Estados Unidos em 2021 devido à violência armada, que constitui a principal causa de morte de crianças e adultos jovens, segundo um estudo recente.

A pesquisa da Universidade John Hopkins, com sede em Baltimore, Maryland, concluiu que as mortes causadas pelas armas de fogo alcançaram o maior nível da história pelo segundo ano consecutivo em 2021, com 48.830 estadunidenses mortos.

1/5 dos estadunidenses já perdeu familiar por arma de fogo; medo é maior entre negros e latinos

O informe mostrou também que, desse total, 26.328 são suicídios, o que representa um aumento de 8,3% em relação a 2020, e 20.958 homicídios, ou seja, um aumento de 7,6% na mesma comparação, o maior aumento anual em mais de quatro décadas.

Os pesquisadores compararam a taxa de homicídios com armas de fogo com os cometidos por outros meios e comprovaram que, entre 2019 e 2021, registrou-se 45% de crescimento nas mortes causadas por balas, e 7% nos casos em que não houve balas.

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E ainda, enquanto o índice de suicídios com armas de fogo aumentou 10% durante o mesmo período, diminuiu 8% quando se analisam os números da morte auto infligida por outras vias.

“As armas estão impulsionando este aumento”, garantiu Ari Davis, autor principal do estudo, que se baseou em dados dos Centros para o Controle e a Prevenção de Enfermidades.

Nos EUA, total de armas de fogo ultrapassa população e causa recorde de mortes em 2020

“Creio que, de alguma maneira, isto não é surpreendente, porque vimos grandes aumentos na compra de armas. Vimos que uma grande quantidade de estados fazem com que seja muito mais fácil levá-las em público, levá-las ocultas e comprá-las sem ter que passar por alguns dos processos de investigação de outros estados”, afirmou.

Em geral, pessoas negras têm quase 14 vezes mais probabilidade de morrer devido à violência armada que as pessoas brancas

Ipsos
Estadunidenses possuem 393 milhões das 857 milhões de armas civis disponíveis em todo o mundo




Minorias

O informe descreveu igualmente aumentos alarmantes de homicídios com armas de fogo entre as minorias raciais e étnicas. De 2019 a 2021, em relação a estes delitos, registou-se um aumento de 49% em que as vítimas foram afro-americanas, 44% para os latinos e 55% entre os indígenas e nativos do Alasca.

Em 2021, o ano mais mortífero na história dos Estados Unidos devido à pandemia da covid-19, as armas de fogo também superaram o coronavírus, os acidentes automobilísticos e o câncer como a principal causa de morte entre crianças e adolescentes, sobretudo negros, indicou a análise.

Nos EUA, negros têm 20 vezes mais chance do que brancos de morrer por armas de fogo

Em geral, as pessoas negras têm quase 14 vezes mais probabilidade de morrer devido à violência armada que as pessoas brancas, e os homens latinos/hispânicos têm 2,8 vezes mais possibilidade.


Menores de idade

O estudo destacou o impacto da violência armada em pessoas de um a 19 anos, que representa 20% dos falecimentos nesse grupo de idade: 4.733 mortes em 2021.

As mortes por armas entre os jovens têm mais probabilidades de serem homicídios do que suicídios, já que os homicídios representam 64% nesta faixa etária e os suicídios 30%, específica a pesquisa.

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“Em 2020, durante o primeiro ano da pandemia de Covid-19, os Estados Unidos vivenciaram um aumento sem precedentes nos homicídios com armas de fogo. Muitos pensavam que este pico seria de curta duração mas, infelizmente, não foi este o caso”, escreveram os autores do estudo.


Vendas x mortes

Apesar de ter havido mais suicídios que homicídios entre a população em geral, quase dois terços das mortes de menores foram provocadas pela segunda causa, por meio de balas.

O estudo revelou ainda uma correlação entre as mortes por armas e as vendas de armas, já que durante a pandemia as vendas alcançaram níveis recorde, principalmente entre as pessoas negras, latinas e mulheres de todas as etnias e raças.

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Segundo o site Gun Violence Archive, neste ano já se registraram 146 tiroteios massivos nos Estados Unidos, país onde no mesmo período mais de 11.600 pessoas perderam a vida por causa das balas.

Os pesquisadores da organização suíça Small Arms Survey (SAS) consideraram recentemente que os estadunidenses possuem 393 milhões das 857 milhões de armas civis disponíveis.

Esta cifra supõe cerca de 46% do arsenal civil mundial nas mãos de uma sociedade que representa aproximadamente 4% da população do planeta.

Redação | Prensa Latina
Tradução: Ana Corbisier


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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