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Na China, Lula propõe moeda do BRICS para substituir dólar e crítica FMI por ‘asfixiar’ países

Já Dilma Rousseff, empossada presidente do NDB, afirmou: "Buscaremos financiar projetos em moedas locais, privilegiando os mercados domésticos"
Redação Sputnik Brasil
Sputnik Brasil
Xangai

Tradução:

Nesta quinta-feira (13), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da cerimônia alusiva da presidência do Novo Banco do Desenvolvimento (NDB), conhecido como Banco do BRICS, que passou a ser chefiado por Dilma Rousseff.

Ao longo de seu discurso, Lula indagou por que o BRICS precisava do dólar e defendeu uma moeda própria para o bloco, uma vez que pode trazer uma situação mais tranquila para os países. “Por que não podemos fazer o nosso comércio lastreado na nossa moeda? Quem é que decidiu que era o dólar? Nós precisamos ter uma moeda que transforme os países numa situação um pouco mais tranquila, porque hoje um país precisa correr atrás de dólar para exportar”, afirmou o presidente citado pela Folha de São Paulo.

Já Dilma Rousseff, empossada presidente do NDB, afirmou: "Buscaremos financiar projetos em moedas locais, privilegiando os mercados domésticos"

Foto: Ricardo Stuckert/Palácio do Planalto
Dilma endossou o discurso de Lula e disse que pretende ampliar o recurso às moedas dos próprios integrantes

Lula ainda reafirmou a pergunta, do “por que o BRICS não pode ter uma moeda que possa financiar a relação comercial entre Brasil e China, entre o Brasil e os outros países?”, perguntou. “Eu acho que o século XXI pode nos ajudar, quem sabe, a fazer as coisas [de maneiras] diferentes”, complementou. 

“O Banco do Brics representa muito para quem sonha com um novo mundo, para quem tem consciência da necessidade de desenvolvimento e que, portanto, precisa de dinheiro para fazer os investimentos”, acrescentou. 

Lula acredita que o NDB pode ser uma alternativa ao Fundo Monetário Internacional (FMI), visto que, quando o FMI empresta dinheiro a países em desenvolvimento, “se sente no direito de mandar, de administrar a conta do país”.

“Não cabe ficar asfixiando as economias como estão fazendo agora com a Argentina, o FMI. Nenhum governante pode trabalhar com uma faca na garganta porque está devendo. Os bancos têm que ter paciência e, se for preciso, renovar os acordos. O FMI ou qualquer outro banco, quando empresta para um país do Terceiro Mundo, as pessoas se sentem no direito de mandar, de administrar a conta do país. Como se os países virassem reféns daquele que emprestou dinheiro”, afirmou. 

O presidente também criticou os obstáculos à ampliação do poder das economias emergentes no FMI e no Banco Mundial e defendeu a expansão do número de integrantes do NDB, afirmando que Dilma dará impulso à mudança. 

Dilma endossou o discurso de Lula e disse que pretende ampliar o recurso às moedas dos próprios integrantes também para os investimentos a serem aprovados.

“Buscaremos financiar nossos projetos em moedas locais, privilegiando os mercados domésticos”, disse Dilma, acrescentando que vai buscar “construir alternativas financeiras robustas”.

Ao mesmo tempo, Lula afirmou que o NBD pode ser “o grande banco do Sul Global”. Após a posse, o presidente e sua comitiva de congressistas seguiram para fábrica da Huawei, onde foram recebidos por representantes da empresa e testaram alguns produtos da marca.

A Huawei Technologies, considerada pelos Estados Unidos um risco à segurança, é uma empresa privada que se vê no centro das disputas sino-americanas. A decisão de Lula de visitar a gigante chinesa atendeu a um convite feito pela empresa, que está presente no Brasil há mais de 20 anos. A agenda do petista à China tem gerado incômodo junto a diplomatas americanos, segundo relatos feitos à CNN.

Vale lembrar que, em 2021, a administração Biden, representada pela visita do conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, à Brasília, disse ao então governo Bolsonaro que o Brasil poderia ser parceiro global da Otan se abandonasse a tecnologia 5G da Huawei, conforme noticiado.

Redação | Sputnik Brasil


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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