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“Não haverá comemoração de Natal”: Evo lamenta mortos e desaparecidos na Bolívia

Dados oficiais apontam que foram mais de 30 mortos desde o golpe de Estado; movimentos sociais denunciam mais de mil desaparecidos
Lucas Rocha
Revista Fórum
São Paulo (SP)

Tradução:

O presidente deposto da Bolívia, Evo Morales, publicou uma mensagem nesta terça-feira (24), véspera de Natal, lamentando que os familiares dos mortos e dos desaparecidos da ditadura comandada pela autoproclamada presidenta Jeanine Áñez não celebrarão este Natal da mesma maneira. Morales está refugiado na Argentina após ter sido derrubado por um golpe de Estado no dia 1o de novembro.

“Não haverá comemoração na véspera de Natal se um pai, mãe ou filhos estiverem desaparecidos por terem sido mortos pelo governo de fato de Áñez. Não haverá paz ou amor enquanto a liberdade e a democracia não voltarem, nem o Natal com asilados e perseguidos. Um abraço às famílias do nosso país”, publicou.

Dados oficiais apontam que foram mais de 30 mortos desde o golpe de Estado; movimentos sociais denunciam mais de mil desaparecidos

Reprodução/Twitter
Evo Morales se encontrou com o ativista Pérez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz, na segunda-feira (23)

Morales também postou um vídeo destacando a coragem daqueles que seguem lutando contra o golpe de Estado. “Nosso respeito por essa grande resistência, de tantas humilhações. Suportamos tanto racismo, tanta discriminação. No entanto, seguimos unidos, seguimos organizados e seguimos fortes”, declarou o ex-líder sindical, que ainda afirmou que acredita que o MAS vai retornar para continuar com a revolução democrática e cultural iniciada nos últimos anos.

Desde o início dos conflitos provocados pela não aceitação dos resultados das eleições de 22 de outubro, que garantiram vitória eleitoral em primeiro turno pra Morales, foram registrados 35 mortos, 832 feridos e 1504 presos (106 seguem presos até hoje), segundo a Defensoria Pública. Movimentos sociais denunciam que, para além dos números oficiais, há mais de mil de desaparecidos.

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Lucas Rocha

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