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ToggleHá quem se interesse por tal política de juros.
Os endinheirados banqueiros, certamente ganham com isso! Aqueles que recebem as dívidas existentes com base na atualização efetuada a partir dos juros, os rentistas, também gostam desses juros altos!
As justificativas para esses juros altos estão na argumentação de economistas que essa é a metodologia para conter inflação, diminuição da dívida pública e para estabelecer o que eles chamam de equilíbrio fiscal.
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Os bancos e os fundos de investimentos são os credores de cerca de 70% das dívidas públicas. Os pagamentos das dívidas públicas são efetuados com base nos juros estabelecidos pela taxa que o Banco Central usa, o SELIC.
O Selic, se trata, portanto, da taxa básica de juros utilizada para definir o critério utilizado pelo Banco Central para administrar a inflação e remunerar os credores da dívida pública. É exatamente o procedimento adotado para beneficiar aqueles que são os credores da dívida pública.
Assim é que os maiores beneficiários dos juros altos, correspondem aos 10% da população brasileira, compostos pelos setores mais enriquecidos. Esse é o pessoal que sustenta a necessidade dos juros no tamanho atual.
É difícil entender como em um país que tem desemprego e fome, a economia deva incentivar o não consumo, ou seja a redução do consumo. Se isso implicasse no excesso de consumo dos mais enriquecidos, seria compreensível. Mas, elevar os preços dos alimentos, dos medicamentos, da moradia para a população empobrecida, se trata de crime contra as famílias e as pessoas.
Se os juros fossem menores, as empresas poderiam investir e projetar crescimento, gerando empregos, o que aqueceria a economia e o consumo
Aumento do consumo
O mais lógico é se pensar que o aumento do consumo leva o País a produzir mais, gerar mais empregos, ter mais gente incluída no mercado de trabalho, movimentando a economia.
Mas, não é assim que pensam os economistas tradicionais a serviço dos governos neoliberais. Para esses e os governos, os juros altos reduzem os financiamentos e o uso dos cartões de débitos e créditos, assim fica diminuído o consumo estimulando o controle da inflação.
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Significa que quem tem dinheiro para emprestar e investir, quer juros altos, evidentemente, acima dos números da inflação. Ao contrário, as famílias e pessoas desempregadas, que passam fome e que vivem na miséria… sofrem consequências dos juros altos.
Os juros altos afetam quem precisa de dinheiro emprestado, ou seja, o crédito. Com isso, aqueles que precisam vender suas mercadorias precisam de preços que sejam superiores ao que se poderia obter com empréstimos. Significa que o assalariado, para manter seu nível de consumo, precisa ter reajustes salariais. Daí, por exemplo, o salário mínimo não pode ficar 4 anos sem algum ganho, acima dos números inflacionários.
Com a aplicação dessa política do capitalismo pelo neoliberalismo, os Bancos que são os maiores credores da dívida pública estão capitalizados. Estão com suas “burras cheias”. Possuem muito dinheiro para emprestar. Mas, isso não ocorre pelo fato de que os setores industriais e comerciais não podem acessar esses créditos pois terão que pagar elevadas taxas de juros. Mas, para os bancos isso não tem importância, pois no final eles receberão seus créditos com base na taxa Selic.
Com juros elevados, as empresas investem menos, reduzem os níveis de empregos, muitas vezes demitem. Se os juros fossem menores, as empresas poderiam investir e projetar crescimento, gerando empregos, o que aqueceria a economia e o consumo.
Essas diferenças justificam o estabelecimento do conflito entre a direção do Banco Central com as concepções de Lula.
O presidente do Banco Central está mantendo e defende a política de juros elevados. Isto, na concepção de Lula, dificulta os processos de crescimento da economia com geração de emprego e salário para a população brasileira.
Os motivos pelos quais o chamado “mercado financeiro” quer a chamada independência do Banco Central, em verdade, é ter sua influência direta nas decisões econômicas. Em outras palavras, o Banco Central para a burguesia e o mercado capitalista, neoliberal.
Cláudio Di Mauro | Geógrafo e colaborador da Diálogos do Sul.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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