Pesquisar
Pesquisar

No México: 2 de outubro não se esquece!

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

Marta Molina*

Tlatelolco 1968 Diálogos do Sul Reprodução
Tlatelolco 1968 Diálogos do Sul Reprodução

Cada 2 de outubro, México recorda o que ocorreu neste dia de 1968 na Plaza de las Tres Culturas de Tlatelolco – no Distrito Federal – em que centenas de estudantes foram assassinados pelo governo de Gustavo Díaz Ordaz. Em dez dias, na mesma cidade, começariam os Jogos Olímpicos, paradoxalmente batizados como “A Olimpíada da Paz”.

A matança, executada por um grupo paramilitar denominado Batallón Olimpia e o Exército Mexicano foi a resposta repressiva e selvagem do governo contra uma manifestação convocada pelo Conselho Nacional de Greve, órgão diretor do movimento estudantil mexicano que começou a se organizar anos antes e do qual participavam no só estudantes universitários mas também professores, intelectuais, donas de casa, operários, gente comum e corrente. Pediam a liberdade dos presos políticos, a destituição dos generais Luis Cueto Ramírez e Raúl Mendiolea, a extinção do corpo de granadeiros (polícia militar), a revogação dos artigos 145 do código penal – delito de dissolução social -, a indenização para as famílias dos mortos e feridos vítimas das agressões nos atos repressivos iniciados em 26 de julho e o esclarecimento da responsabilidades o atos de repressão e vandalismo realizados pelas autoridades através da polícia e os granadeiros.

Foi o mesmo ano do Maio Francês, dos protestos contra a Guerra no Vietnam, o Movimento pelos Direitos Civis nos Estados Unidos, da Primavera de Praga, da luta contra o franquismo no Estado Espanhol, do Outono quente na Itália e de outros movimentos sociais que , partir daquele 1968, revolucionariam para sempre os valores estabelecidos que nos impedem viver uma vida fora do espetáculo a aparência da sociedade de consumo.

No México, professores, professoras, estudantes, mães, pais e filhos continuam ocupando o futuro e lutando por uma educação pública de qualidade, não mercantilizada e contra uma reforma trabalhista imposta pelo atual governo priista, um governo que continua recortando direitos e atuando de forma repressiva contra a cidadania que se manifesta e organiza situando-se não tão distante daquele 68.

Marta Molina*


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

Revista Diálogos do Sul

LEIA tAMBÉM

Ana Maldonado, líder chavista Se a Venezuela resistir ao imperialismo, inspirará toda a América
Ana Maldonado, líder chavista: Se Venezuela resistir ao imperialismo, vai inspirar toda América
Estela de Carlotto, Avó da Praça de Maio “Querem reduzir a democracia ao simples ato de votar”
Estela de Carlotto, Avó da Praça de Maio: “Querem reduzir democracia ao simples ato de votar”
Salvação” do Haiti exige formação de Estado, e não missões humanitárias, diz socióloga haitiana (2)
“Salvação” do Haiti exige formação de Estado, e não missões humanitárias, diz socióloga haitiana
Mercenários capturados, sujeição de Trinidad e Tobago o plano da CIA desmantelado pela Venezuela (1)
Mercenários capturados, sujeição de Trinidad e Tobago: o plano da CIA desmantelado pela Venezuela