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“Nós, mulheres, transformamos violência em igualdade e liberdade”, diz Rita Sipahi

Representante dos anistiados políticos na Comissão de Anistia, Rita fala sobre o momento político de forte resistência do país
Redação Diálogos do Sul
São Paulo (SP)

Tradução:

“Nós, mulheres, temos transformado espaços de conflito, violência e repressão em espaços de igualdade e liberdade. Essa tem sido nossa resistência”, afirmou advogada e ex-companheira de cela da ex-presidenta Dilma Rousseff durante a ditadura militar (1964-1987), em entrevista concedida à Diálogos do Sul por ocasião do 8 de março.

Natural da cidade de Recife, Rita foi dirigente da União Nacional dos Estudantes (UNE), militante da Ação Popular (AP) e do Partido Revolucionário dos Trabalhadores (PRT) durante os anos de chumbo. Para ela, o momento atual é de resistência.

“As mulheres seguem resistindo e porque sua resistência ainda não garantiu igualdade social e Justiça, elas têm que continuar lutando. A resistência que eu venho desenvolvida coletivamente vem produzindo muitos resultados e isso tem que ser evidenciado e tem que nos alimentar para continuar resistindo”, disse, em referência às lutas do 8 de março.

Na conversa, ela falou também sobre uma possível sensação de desesperança pós-eleição: “a construção de sociedade que nós vínhamos erguendo, não está perdida, está abalada, mas está viva! A força que eu encontro, é justamente porque eu vejo vida”, disse.

“Esse 8 de março é muito forte porque ele vai tratar muitas questões que estavam latentes na sociedade”, considera. “Que ele seja capaz de mais do que denunciar, de demonstrar que as mulheres vão conseguir resistir!”, completa.

Representante dos anistiados políticos na Comissão de Anistia, Rita fala sobre o momento político de forte resistência do país

Mariane Barbosa
Rita Sipahi conversa com a revista Diálogos do sul

Torre das Donzelas

A advogada foi presa em 1971 pela Operação Bandeirantes (OBAN) no Rio de Janeiro, onde vivia com seus dois filhos pequenos, passando pelo DOI-Codi, Deops/SP e pelo Presídio Tiradentes, onde passou 11 meses e conheceu seu atual marido, o também militante Alípio Freire.

Na conversa, Rita, também falou sobre o documentário “Torre das Donzelas”, do qual é uma das protagonistas. O longa, dirigido por Susanna Lira, tem como personagens mulheres que foram presas políticas na época da ditadura militar com passagem pela “Torre das Donzelas”, apelido dado ao presídio Tiradentes, em São Paulo. Entre as pessoas retratadas está a ex-presidenta Dilma.

O filme, lançado em 2018,  será, em breve, exibido na França. A estreia nas salas de cinema no Brasil está prevista para abril deste ano. 

Confira a íntegra da entrevista:


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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