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NYT revela que Trump é um empresário fracassado e um compulsivo sonegador

O New York Times revelou que o presidente não só não pagou impostos federais durante 10 dos últimos 15 anos e que só pagou 750 dólares no ano
David Brooks
La Jornada
Nova York

Tradução:

Revelações de falta de pagamento de impostos, graves perdas empresariais e dívidas pessoas multimilionárias de Donald Trump caíram como uma bomba sobre a eleição embora ainda não se saiba se detonará, provocando danos políticos para o mandatário.

Leia também: “Eu sonego tudo o que for possível”: Como Trump, Bolsonaro também burla as leis fiscais

Em uma reportagem exclusiva baseada em documentos fiscais de Trump, o New York Times revelou que o presidente não só não pagou impostos federais durante 10 dos últimos 15 anos e que só pagou 750 dólares no ano em que ganhou a presidência e no seu primeiro ano na Casa Branca, mas – potencialmente mais grave politicamente – que é um péssimo empresário que sofreu perdas constantes e que tem dívidas de centenas de milhões de dólares das quais é pessoalmente responsável. 

Embora o tema de que Trump evitou o pagamento de impostos federais não seja uma surpresa para muitos, as cifras não eram conhecidas e isso poderá ter algum efeito negativo, sobretudo em parte de suas bases.

Críticos estão enfatizando que uma família de classe média estadunidense paga em média de 2200 dólares de impostos ou seja, professores, bombeiros, enfermeira, muitos outros trabalhadores qualificados e até mesmo imigrantes indocumentado pagam muito mais em impostos que o presidente fanfarrão.

O New York Times revelou que o presidente não só não pagou impostos federais durante 10 dos últimos 15 anos e que só pagou 750 dólares no ano

Facebook |Reprodução
Em seus documentos fiscais detalhou gastos e pediu restituição de 70 mil dólares em cuidados capilares

Desde que o Times publicou a reportagem em seu site no domingo, os democratas e outros opositores a Trump não cessaram de assinalar como os mais ricos e as empresas pagam pouco ou nada de impostos aos cofres públicos.

“O doutor [Martin Luther] King tinha razão. Temos socialismo para os ricos e capitalismo bruto para todos os demais”, comentou o senador Bernie Sanders.

Mas talvez ainda mais grave para o presidente são outras duas revelações. Trump centrou sua eleição em 2016 e sua presidência na ideia de que era um empresário muito exitoso e conseguiu convencer milhões de seus seguidores de que isso era uma de suas principais virtudes para ocupar a presidência.

Mas os documentos registram anos de perdas multimilionárias – de fato, a justificação apresentada por seus contadores para o não pagamento de impostos foi tecnicamente que estava sofrendo mais perdas que lucros.

Isso implica que toda a sua imagem como “magnata” – o qual escolheu como seu nome em clave (“mogul”, em inglês) para o Serviço Secreto – é em grande medida algo fabricado.

O Times o resume assim: “Afinal de contas, o senhor Trump tem sido mais exitoso atuando como um magnata empresarial virtual do que em ser um, na vida real”. 

Enquanto isso, para alguns, a revelação mais grave de todas é uma dívida de centenas de milhões de dólares da qual é pessoalmente responsável e que tem que pagar nos próximos quatro anos.

A presidenta da câmara baixa, Nancy Pelosi declarou que “para mim isto é uma questão de segurança nacional” já que não se sabe quem são os credores do presidente. 

Um ex-inspetor geral do Departamento de Justiça, Michael Bromwich, argumentou que se Trump perder a eleição, poderia enfrentar, com toda a sua família, acusações federais e estaduais de fraude bancária e fiscal, entre outras. 

Trump respondeu nesta segunda-feira que pagou milhões de dólares em impostos, e que realmente gozava de muitos mais ativos que perdas e acusou que “como na eleição de 2016, os meios de Fake News, estão “focando” meus impostos e publicando todo tipo de bobagens baseados em informações ilegalmente obtidas e mal-intencionadas”. Mas não ofereceu nenhuma evidência ou comprovação de sua afirmação.. 

Talvez o detalhe revelado mais insignificante, mas muito comentado, foi que o presidente em seus documentos fiscais detalhou gastos de 70 mil dólares em cuidados capilares. 

David Brooks, correspondente de La Jornada em Nova York

La Jornada, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.

Tradução: Beatriz Cannabrava


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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David Brooks Correspondente do La Jornada nos EUA desde 1992, é autor de vários trabalhos acadêmicos e em 1988 fundou o Programa Diálogos México-EUA, que promoveu um intercâmbio bilateral entre setores sociais nacionais desses países sobre integração econômica. Foi também pesquisador sênior e membro fundador do Centro Latino-americano de Estudos Estratégicos (CLEE), na Cidade do México.

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