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Muito cuidado com o discurso que, apoiando-se na legitimidade dos movimentos, deseja direcionar toda a insatisfação para a “ilegitimidade” da presidenta.Existem vozes orquestradas que desejam questionar a liderança de Dilma e levar o país por descaminhos, pois sentem-se excluídos dos processos de decisão, que sempre incluíram alguns poucos ao longo da história.
A voz está nas ruas, mas existe uma ladainha confusa também em alguns que são levados pela capacidade formadora e mobilizadora das mídias.
Estamos vivendo um momento de disputas simbólicas muito fortes, entre aqueles que pretendem uma distribuição mais justa, um sistema decisório mais democrático e aqueles que apostam na mercantilização de tudo, inclusive dos processos decisórios. Sabedoria é saber agir com discernimento, saber fazer escolhas.
Questionar a atuação dos partidos e sua representatividade faz parte do amadurecimento da política, mas criminalizar vozes dissonantes e partidos é coisa que a história já conheceu e repudiou. Dilma deveria aproveitar o momento para chamar pela paz e passar o Brasil a limpo. Na verdade, o país clama por uma vida melhor. E a vida do jeito que está é também culpa do “vandalismo” colonial, imperial e também do republicano e “democrático”.
Sabedoria é guiar-se por estas estrelas que aparecem no céu do país e acrescentar vida a este processo deflagrado. Também saber com quem anda e com quem quer somar. A questão não é apenas política, é cultural. O momento de escolhas é este. A liderança de Dilma neste momento é importante, também de Marina e alguns bem intencionados espalhados pelos partidos, movimentos e pela sociedade.
* Hamilton Faria é poeta, professor universitário e especialista em políticas de cultura e desenvolvimento cultural.