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Olavo de Carvalho aconselha seus “alunos” a abandonarem o Governo

Provável desembarque dos “alunos” de Olavo de Carvalho fortalece o “núcleo militar” que já comanda cerca mil cargos estratégicos
João Baptista Pimentel Neto
Rio Claro

Tradução:

No melhor estilo “olavobolsotrumpista”, Olavo de Carvalho, o todo poderoso astrólogo apontado como (ex?) guru do clã do Capitão Zero Zero em mensagem postada, distribuída e viralizada nas redes sociais, desabafou, fez um mea culpa, se disse arrependido e desiludido com os rumos do Governo e, finalmente,  “aconselhou” a todos os seus alunos a abandonarem “o mais cedo possível” seus cargos no governo e voltarem a “vida de estudos”.

Como se sabe, o astrólogo foi responsável pela indicação de dezenas de seus “alunos” para importantes e estratégicos cargos no Governo “presidido” pelo Capitão Zero Zero.

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Caso o sugestivo conselho do astrólogo seja “aceito” por seus alunos, as consequências deverão provocar dezenas de baixas por toda a Esplanada dos Ministérios e profundas mudanças nos Ministérios das Relacões Exteriores e da Educação, respectivamente comandados pelo “aluno” chanceler Ernesto Araujo e pelo “aluno” colombiano Vélez Rodrigues, que são os mais importantes representantes do “olavismo” no Governo Federal.

“O presente governo está repleto de inimigos do presidente e inimigos do povo, e andar em companhia desses pústulas só é bom para quem seja como eles. Todos os meus alunos que ocupam cargos no governo — umas poucas dezenas, creio eu — deveriam, no meu entender, abandoná-los o mais cedo possível e voltar à sua vida de estudos” afirmou Olavo em mensagem postado no Twitter.

Mitomaníacos acusam o astrólogo de covardia, traição e de ser “comunista”

Não é preciso ser astrólogo para prever que o “explosivo” conteúdo da mensagem viralizou e trouxe consequências imediatas nas redes. Poucos minutos depois de postada a mensagem já havia sido curtida ou não curtida e compartilhada por centenas de bolsonaristas das mais diferentes facções.

Os comentários iniciaram com as já conhecidíssimas e sarcásticas trocas de amabilidades entre pessoas e grupos de apoiadores do Capitão Zero Zero, que a cada nova “polêmica” promovida por ele e seus “garotos” divergem mais e mais em suas avaliações, opiniões e atuação nos debates públicos pelas redes sociais, através da qual dia após dia se consolida uma sensação de que o bolsonarismo acredita que a campanha ainda não acabou e que talvez nunca venha a acabar, como defendem os mitomaníacos mais extremados, que acreditam piamente que a agressividade, a difusão de fakes news, o discurso de ódio, a aniquilação das minorias e a desqualificação de qualquer posição divergente são instrumentos indispensáveis a governabilidade e perpetuação do bolsonarismo no poder.

Neste contexto o debate entre as facções esquentaram e expuseram a canibalesca guerra existente entre os bolsonaristas. Uma guerra agressiva, sem limites, sem pudores e sem arrependimentos. Guerra onde ameaças de ações violentas visando exterminar virtual e até mesmo fisicamente seus opositores são tratadas com uma naturalidade assustadora.

Neste caso específico, Olavo que até ontem era uma figura considerada pelos bolsonaristas tanto ou, em alguns casos, até mais importante que o Capitão Zero Zero, em menos de cinco minutos passou a ser acusado de covarde, traidor, espião e pasmem, comunista enrustido. Os comentários mais equilibrados acusaram e sustentaram que astrólogo estaria sendo covarde e traidor ao “lavar as mãos sobre o sucesso do governo cedo demais”.

Guerra Intestina: Olavo de Carvalho versus General Mourão

Os acalorados debates provocados pelo post entre os bolsonaristas, confirmou inquestionavelmente os rumores de que várias decisões recentemente tomadas pelo Capitão Zero Zero, em especial, relacionadas a Venezuela e ao comando de vários setores no Ministério da Educação, teriam “desgostado” e “aborrecido profundamente” Olavo de Carvalho, já que atenderam a orientações e fortaleceram ainda mais o núcleo militar do Governo, em detrimento do núcleo “olaviano.

O exemplo mais contundente desta situação teria sido a presença do Vice Presidente Mourão na reunião do Grupo de Lima, que mais do que ofuscar a presença do seu dileto aluno e chanceler Ernesto Araújo, foi uma explícita intervenção dos militares no Itamaraty e nos rumos que serão dados “a nova política de relações exteriores do Brasil” que será muito diferente da pretendida e planejada por Olavo e seus discípulos.

O episódio na avaliação de Carvalho fragilizou de forma irreversível a imagem e o comando de Ernesto Araujo interna e externamente, transformando-o num mero fantoche e porta voz das decisões impostas pelos militares.

Por outro lado, a nomeação de vários militares para os principais cargos dentro da estrutura do MEC, somados as trapalhadas e falta de preparo do ministro colombiano por ele indicado, provocaram um estrago semelhante ou até maior dentro da perspectiva de transformar o MEC num reduto integralmente “olavista”.

Finalizando o cenário desfavorável ao “olavismo”, também a ministra pastora “assustada” com a perspectiva de não conseguir a sustentação necessária para se manter no cargo, aconselhada pelo ex Senador Magno Malta e por grupos religiosos menos extremados e fundamentalistas, resolveu adotar uma postura menos agressiva e radical, até porque a prioridade legislativa do governo já está posta. Ou seja, as propostas relacionadas a família, costumes e questões morais e religiosas, além de serem prioritárias, pelo seus conteúdos polêmicos e pouco consensuais, só serão encaminhadas ao Congresso depois da aprovação da Reforma da Previdência.

Quando e como será o The End desta situação

O novo “racha” nas hostes do mitológico capitão presidente, ainda vai dar muito pano prá manga, até porque resta saber o que farão os mais “estrelares alunos” do astrólogo, Ernesto Araújo e Vélez Rodriguez. Será que se apegarão aos cargos que ocupam no Governo Messiânico ou aceitarão o sugestivo conselho de seu Messiânico Guru deixando o Governo?

Por outro lado, seja qual for o the end de mais este surpreendente episódio novelesco-humorístico das Aventuras do Capitão Zero Zero no país das Goiabeiras Sagradas, a expectativa é que nos próximos episódios venhamos a conhecer as avaliações, os posicionamentos e reações dos garotos Zero Zero Zero que todos sabemos influenciam no comportamento e nas decisões do Papai Zero Zero.

Será Olavo de Carvalho um novo Bebiano? Qual será a reação de Eduardinho, o “Zero Três”? 

Caso o desfecho seja desfavorável ao astrólogo guru, terei certeza que provavelmente Olavo de Carvalho, assim como Bebiano, deve ter colocado o nariz onde não devia, nas atividades do “núcleo miliciano”.

Neste caso. no núcleo relacionado a milícia internacional comandada pelo mais novo Guru e Padrinho de Eduardinho, o capo da extrema direita global Steve Bannon que através de uma organização denominada The Movement, quer transformar o mundo inteiro numa grande e aprazível Baixada Fluminense, sob o lema:

“Os milicianos acima de tudo.
E o The Movement acima de todos”

Confira a íntegra da mensagem do astrólogo Olavo Carvalho

“Jamais gostei da ideia de meus alunos ocuparem cargos no governo, mas, como eles se entusiasmaram com a ascensão do Bolsonaro e imaginaram que em determinados postos poderiam fazer algo de bom pelo país, achei cruel destruir essa ilusão num primeiro momento. Mas agora já não posso me calar mais. Todos os meus alunos que ocupam cargos no governo — umas poucas dezenas, creio eu — deveriam, no meu entender, abandoná-los o mais cedo possível e voltar à sua vida de estudos. O presente governo está repleto de inimigos do presidente e inimigos do povo, e andar em companhia desses pústulas só é bom para quem seja como eles”. escreveu Carvalho em seu Twitter


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.
João Baptista Pimentel Neto Jornalista e editor da Diálogos Do Sul.

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