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Oposição da Frente Ampla no Uruguai é denunciada por campanha similar a Bolsonaro

Dirigente sindical uruguaio afirmou que o Partido Nacional "por mais que se desmarquem do brasileiro, não podem ocultar a afinidade ideológica”
Redação Prensa Latina
Prensa Latina
Montevidéu

Tradução:

Os candidatos da fórmula presidencial da Frente Ampla, Daniel Martínez e Graciela Villar começaram este fim de semana uma campanha por bairros periféricos, com caminhadas e contatos diretos com moradores. 

Sob o lema adotado para o segundo turno de 24 de novembro “de voto a voto”, escutaram e dialogaram não só com partidários da coalizão de esquerda, mas também com aqueles que exibiam em suas casas bandeiras de outros partidos. 

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Martínez proclamou antes que se trata de “fazer política desde a sensibilidade humana, desde a aproximação, do conhecimento dos problemas das pessoas e que as pessoas nos digam o que sentem”. 

Em sua conta do Twitter escreveu que “mais que nunca sairemos a falar e escutar a cada uruguaio para seguir construindo um país que corrija os erros com humildade e que siga desenvolvendo riqueza para toda a sociedade”. 

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Depois de percorrer 10 áreas da capital de população trabalhadora, os aspirantes à presidência e vice do Uruguai se deslocaram às profundezas do departamento vizinho de Canelones, e continuarão por outros território do interior, conforme informou o comando da campanha. 

Nesse empenho se incorporará o veterano ex-presidente José Mujica, contra quem o senador do Partido Nacional, Sebastián Da Silva disse que “não podemos permitir que vá agitar os paisanos como está acostumado a fazer”, em clara alusão à sua capacidade de influência e convocatória. 

Desde vozes autorizadas da FA choveram críticas tais como “proibir que os trabalhadores rurais escutem a Mujica é claramente contrário a qualquer padrão democrático”, e que “já se acabou o tempo em que o patrão da estância definia os destinos dos homens e mulheres trabalhadores do campo”. 

Junto ao voto al voto, os mobilizados em campanha distribuem o folheto “Conquistas. Fazer Melhor”, difundido através das redes sociais, um documento sobre as conquistas e as propostas de governo para o período 2020-2025.

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Nestas se incluem propostas para as áreas de Economia, Transformação Produtiva Sustentável, Ciência, Tecnologia e Inovação, Trabalho e Previdência Social, Setor Agropecuário, Educação, Ambiente, Segurança Agenda de Direitos, Igualdade de Gênero, Saúde, Moradia e Habitat, Desenvolvimento Humano e Transformação do Estado.

Do outro lado, o candidato presidencial do Partido Nacional, Luis Lacalle elaborou um conjunto de propostas para a firma de seus aliados eleitorais de direita, que como os próprios estrategistas do partido afirmam,  recolhe todo o bem que fez a Frente e melhor.

Na opinião do senador eleito Mario Bergara, consiste em 13 promessas demagógicas  genéricas, sem conteúdos concretos. “É parte do processo de juntar coisas tão diferentes” e insistiu que é uma “coalizão instável” porque só “podem concordar” em pontos nos quais basicamente não dizem quase nada.

Dirigente sindical uruguaio afirmou que o Partido Nacional "por mais que se desmarquem do brasileiro, não podem ocultar a afinidade ideológica”

Reprodução
Plaza Internacional – Rivera, Uruguay

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Denunciam afinidade do candidato uruguaio Lacalle com Jair Bolsonaro

O dirigente sindical uruguaio Gabriel Molina afirmou hoje que no opositor Partido Nacional “por mais que se desmarquem de Jair Bolsonaro não podem ocultar a afinidade ideológica”.

Molina analisou as declarações do mandatário brasileiro nas quais reiterou sua preferência por uma vitória eleitoral dessa formação para contar com um aliado e reconheceu “que se sente ideologicamente afim a Lacalle Pou” seu candidato presidencial contra o da Frente Ampla, Daniel Martínez.

Em reflexões oferecidas ao diário La República, o responsável de imprensa da central sindical Pit-Cnt, advertiu que o comando de campanha desta força política só ataca tudo o que foi feito sob o governo da Frente Ampla, enquanto oculta o que vão fazer se ganharem no segundo turno. 

Mas, agregou, “eles mesmos disseram há semanas o que vão fazer com as empresas públicas, com o esvaziamento dos Conselhos de Salários”, durante um encontro na casa dos trabalhadores. 

A esse respeito disse que tanto Ernesto Talvi, do Partido Colorado como Lacalle falaram de “flexibilização trabalhista e de sua intenção de diminuir as empresas públicas”, o que implica “um retrocesso de todas as conquistas que temos tido as trabalhadoras e os trabalhadores nestes anos em nosso país”. 

Remarcou que agora se abre um momento de decisão chave para os trabalhadores, “no qual vamos decidir através do voto se queremos avançar e seguir construindo melhoras para a sociedade ou ingressar em um claro retrocesso que é o que propõe essa nova coalizão”. 

Molina aclarou que o movimento sindical “obviamente não vai dizer as pessoas como têm que votar, o povo é soberano, mas não podemos ser omissos ante os cenários futuros possíveis e o Uruguai está em uma disjuntiva onde se joga o futuro”.

O integrante do Comitê Executivo do Pit-Cnt considerou que os partidos opositores aliados “mentiram à sua própria gente quando ofereceram um programa, mas tinham escondido outro que negociaram para o caso de chegar ao segundo turno, como está acontecendo”.

Denunciou que o que estão fazendo não são conclaves pelo bem do país, é “uma simples e vulgar repartição de cargos”. 

*Tradução: Beatriz Cannabrava

**Prensa Latina, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

Redação Prensa Latina

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