Conteúdo da página
ToggleProclamando que esta é uma “década decisiva”, a Estratégia de Segurança Nacional do governo de Joe Biden insiste que os Estados Unidos se manterão como “líder” mundial, identificam a China com seu principal adversário em concurso geopolítico mundial, propõem estar contra uma Rússia “perigosa”, afirmam que a América Latina é a região que “impacta diretamente os Estados Unidos, e – pela primeira vez nesse documento – aborda como assunto chave de segurança nacional a ameaça interna ao sistema democrático estadunidense.
A Estratégia de Segurança Nacional apresentada ´é um documento que toda nova presidência deve apresentar por lei e insiste que os“Estados Unidos continuarão liderando com força e propósito”. Biden escreve que “a necessidade da liderança estadunidense é maior do que nunca”, e reitera sua mensagem básica de que a conjuntura tanto doméstica como internacional se define pela batalha entre “a democracia e a autocracia”.
Assista na TV Diálogos do Sul
A Casa Branca resumiu a estratégia como uma que busca “avançar nossos interesses vitais e buscar um mundo livre, próspero e seguro”, empregando “todos os elementos de nosso poder nacional”.
O assessor de Segurança Nacional, Jake Sullivan, ao comentar o documento com jornalistas, sublinhou que “necessitamos estabelecer as regras do caminho para o século 21” em vários rumos, desde tecnologia aos investimentos, para que “a ordem internacional continue refletindo nossos valores e nossos interesses”.
Como parte disso, acrescentou, as alianças internacionais – OTAN, no Pacífico, e outras – estão no centro desta estratégia, afirmando que o G7 agora “revitalizado” voltou a ser “um tipo de comitê de direção para o mundo livre sobre temas críticos”.
A ótica da visão de segurança combina a “competição estratégica” sobretudo com a China, à qual qualifica como “o único competidor tanto com a intenção, e recentemente, com a capacidade para remodelar a ordem internacional”, conter “uma Rússia perigosa” e, ao mesmo tempo, abordar os “desafios compartilhados” transnacionais – como a mudança climática, controle de pandemias, segurança alimentar ou inflação – de uma maneira cooperativa com outros.
Joshua Qualls/Governor’s Press Office
Texto aborda “terrorismo doméstico” nos Estados Unidos e que país “não tolerará a interferência externa em nossas eleições”
As Américas
Em relação às Américas, a estratégia afirma que “nenhuma região impacta mais diretamente os Estados Unidos que o hemisfério ocidental”, embora o capítulo dedicado à região ocupe só duas das 48 páginas do documento e quase ao final.
Diagnostica que a pandemia de Covid-19 e a recessão econômica que resultou dela “exacerbaram desafios estruturais antigos, nutriu o mal-estar político e social, minou a fé na capacidade da democracia e gerou níveis sem precedentes de migração irregular aos Estados Unidos e através da região”. Diante disso, propõe “revitalizar” as relações com a finalidade de construir e manter a “resiliência econômica, a estabilidade democrática e a segurança cidadã dentro do hemisfério”.
O texto afirma ainda que os Estados Unidos buscam promover a cooperação para gerar crescimento econômico “inclusivo” e duradouro, e que nesse contexto a prioridade é trabalhar com o México e o Canadá para promover “uma visão norte-americana” para o futuro.
Ao mesmo tempo, proclama que os Estados Unidos promoverão a “estabilidade democrática” na região, incluindo “proteger contra a interferência ou coerção externa… da… China, da Rússia ou do Irã”. Informa também que através de “instituições interamericanas revitalizadas, e em associação com a sociedade civil e outros governos, apoiaremos a autodeterminação democrática para os povos da Venezuela, Cuba e Nicarágua e qualquer outro país onde a vontade popular seja suprimida”.
A estratégia também sublinha que os Estados Unidos continuarão “construindo segurança” regional ao apoiar esforços para enfrentar tanto ameaças domésticas, como as do crime organizado, e as “externas”, provenientes de “atores malignos que buscam estabelecer presença militar ou de inteligência na região”.
Segurança nacional em casa
A estratégia de segurança nacional de Biden difere das apresentadas por seus antecessores ao abordar os perigos que enfrenta o sistema democrático de seu país. Ao que parece, foi necessário escrever que “como estadunidenses, todos temos que acordar que o veredito do povo, tal como se expressa em eleições, tem que ser respeitado e protegido”.
Também é abordada a ameaça que representa o “terrorismo doméstico” nos Estados Unidos e que o país “não tolerará a interferência externa em nossas eleições”.
Para consultar o documento, clique aqui.
David Brooks | Correspondente do La Jornada em Nova York.
Tradução: Beatriz Cannabrava.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
Assista na TV Diálogos do Sul
Se você chegou até aqui é porque valoriza o conteúdo jornalístico e de qualidade.
A Diálogos do Sul é herdeira virtual da Revista Cadernos do Terceiro Mundo. Como defensores deste legado, todos os nossos conteúdos se pautam pela mesma ética e qualidade de produção jornalística.
Você pode apoiar a revista Diálogos do Sul de diversas formas. Veja como:
-
PIX CNPJ: 58.726.829/0001-56
- Cartão de crédito no Catarse: acesse aqui
- Boleto: acesse aqui
- Assinatura pelo Paypal: acesse aqui
- Transferência bancária
Nova Sociedade
Banco Itaú
Agência – 0713
Conta Corrente – 24192-5
CNPJ: 58726829/0001-56 - Por favor, enviar o comprovante para o e-mail: assinaturas@websul.org.br
- Receba nossa newsletter semanal com o resumo da semana: acesse aqui
- Acompanhe nossas redes sociais:
YouTube
Twitter
Facebook
Instagram
WhatsApp
Telegram