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"Organização vergonhosa", declara Nicarágua ao oficializar saída da OEA

Governo do país afirmou ainda estar encerrando um "capítulo prejudicial" na história do país e contribuindo à destruição da hegemonia unipolar do Ocidente
Redação Sputnik Brasil
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Dois anos após a denúncia da Carta da Organização dos Estados Americanos (OEA), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), a Nicarágua retirou-se oficialmente da sua adesão nesta segunda-feira (20).

O governo da república presidida por Daniel Ortega afirmou que estava assim encerrando um “capítulo prejudicial” na história do país, de forma a contribuir para a destruição da hegemonia unipolar do Ocidente, segundo o ministro das Relações Exteriores, Denis Moncada Colindres.

“19 de novembro de 2023 marca dois anos desde que o governo da Nicarágua denunciou a Carta da Organização dos Estados Americanos e, de acordo com o artigo 143, esta Carta já não tem força em relação ao Estado da Nicarágua. Estamos saindo definitivamente, a Nicarágua não tem mais relações e não é mais membro desta vergonhosa organização chamada OEA”, declarou.

As autoridades nicaraguenses anunciaram a decisão inicialmente em novembro de 2021 devido a sua interferência ocidental nos assuntos internos do país. O escritório de representação da OEA na República da Nicarágua foi fechado em abril de 2022.

Além da Nicarágua, a Venezuela, que foi expulsa a seu próprio pedido em 2019, e Cuba, cuja adesão foi suspensa em 1962 sob pressão dos Estados Unidos, não participam nos trabalhos da OEA.

No texto da declaração por ocasião de sua saída da OEA, o governo do país centro-americano chama a organização de “Departamento de Colônias dos EUA”, lembrando os numerosos golpes e intervenções na região ocorridos desde 1954 com o seu apoio indireto, ou não, na Guatemala, Cuba, Brasil, República Dominicana, Chile, Ilhas Malvinas argentinas, Granada, Panamá, Venezuela, Honduras, Equador, Paraguai e Bolívia.

“A OEA tem repetidamente levado a cabo ações intervencionistas contra a Nicarágua, violando os princípios de não ingerência nos assuntos internos, de respeito pela soberania dos Estados e do direito dos povos de escolherem livremente o seu próprio destino, reconhecidos pelo direito internacional e contidos no seu estatuto fundador.”

O ministro citou “ações intervencionistas”, que “foram demonstradas pela sua participação e ações tendenciosas na tentativa de golpe na Nicarágua em 2018”.

Redação | Sputnik


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