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Oriente Médio: eleições no Líbano são cartas marcadas; Israel segue guerra contra palestinos

Controle do Parlamento libanês deve ficar com grupo a favor do ocidente e de Israel, que segue em franca oposição às normas internacionais e à ONU
Paulo Cannabrava Filho
Diálogos do Sul Global
São Paulo (SP)

Tradução:

O Líbano realiza, em 6 de maio, eleições para o Parlamento, que decidirá quem será o próximo governante do país.

O perigo vem do Ocidente, que não só quer influenciar, mas também controlar o país e ali manter sua presença. São mais de mil candidatos disputando 128 vagas, já determinadas para cada agrupamento étnico-religioso em que está dividido o país.

São 64 vagas para os cristãos, sendo 34 para os maronitas, 14 para os ortodoxos orientais, oito para católicos orientais, cinco para ortodoxos armênios, uma para católicos Armênios, uma para protestantes e uma para outros cristãos.

Controle do Parlamento libanês deve ficar com grupo a favor do ocidente e de Israel, que segue em franca oposição às normas internacionais e à ONU

Wikimedia
As eleições do palamento do Líbano acontecem em 6 de maio

Outras 64 vagas são destinadas a muçulmanos, sendo 27 para sunitas, 17 para xiitas, oito para drusos e duas para os alauitas. 

Os candidatos estão organizados para a disputa em torno de movimentos formados ao redor de lideranças. A Coalizão 14 de Março é maioria desde 2005 e reúne as principais figuras sunitas, cristãs e drusas e conta com o apoio do Ocidente; a Coalizão 8 de Março é formada em oposição, liderada pelo Hezbollah e tem o Movimento Amal, apoiado por países árabes, principalmente Síria e Irã.

Palestina fustigada

Às vésperas do Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos, Israel incrementou ações de provocação e represálias contra os palestinos, que “insistem em continuar a viver na terra que lhes pertencem desde tempos imemoriais”. 

Em 31 de março, o parlamentar da ultra-direita Bem Gvir entrou na Esplanada das Mesquitas, o segundo lugar mais sagrado do Islã. Nessa mesma área, o exército israelense matou duas pessoas, uma delas um garoto de 17 anos, e deixou 15 pessoas feridas, 14 delas, à bala.

Israel diz que age em represália porque em 22 de março foram mortos cinco agressores e, no dia 28, dois agentes da polícia. O agressor se fazendo de vítima.

Dia 30 foi o Dia Nacional da Terra Palestina. Esse povo realizou marchas por toda parte para recordar a Greve Geral deflagrada em 1976, há 46 anos, cuja repressão desencadeada por Israel deixou seis pessoas mortas.

Dia 29 o exército entrou no povoado de Yabad, invadiu, matou as pessoas e, em seguida demoliu as casas. Cinco palestinos foram executados. A ideia do estado teocrático de Israel é impor-se como um só estado por toda a área que historicamente é a Palestina.

Nesse mesmo dia, colonos israelenses, invadiram a área onde está situado o Hotel Petras, propriedade da Igreja Ortodoxa Grega, utilizado por peregrinos cristãos e muçulmanos do mundo inteiro. Esses colonos são empregados na expansão da ocupação israelense, sempre com proteção policial. 

Em 2021, 313 palestinos foram assassinados pelas forças de ocupação de Israel, 86 deles eram menores., 70% dos mortos na Faixa de Gaza, onde se concentra o Movimento de Resistência Islâmica Hamas. Gaza vem sofrendo assedio permanente desde 2014.

Israel não se contenta por estar submetendo o povo palestino a um verdadeiro apartheid, quer submeter também os povos vizinhos. Segundo a edição do dia 30 do jornal The Jerusalém Post, a Força Aérea de Israel executou mais de 408 ataques contra 1.200 objetivos no exterior nos últimos cinco anos. Alvos estavam,  fundamentalmente, no Irã, na Síria e no Líbano.

A Síria fez várias denúncias sobre essas violações ao direito internacional ao Conselho de Segurança da ONU, mas, protegido pelos Estados Unidos, nada acontece contra o Estado de Israel.


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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Paulo Cannabrava Filho Iniciou a carreira como repórter no jornal O Tempo, em 1957. Quatro anos depois, integrou a primeira equipe de correspondentes da Agência Prensa Latina. Hoje dirige a revista eletrônica Diálogos do Sul, inspirada no projeto Cadernos do Terceiro Mundo.

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