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Os abutres rondam sobre as eleições

Redação Diálogos do Sul

Tradução:

Chicotadas-na-Mídia3-400x4001As mazelas do cassino global.

O mundo sob a ditadura do capital financeiro, ou, se preferir, do pensamento único, tornou-se um grande, enorme, cassino global. Os corrupies não descansam em busca de incautos e tolos para sangrar-lhes até o último centavo. Deixá-lo ganhar no vermelho 27 e, tirar-lhe tudo no preto 17.
Latuff mídia sujaA proximidade de uma eleição presidencial é uma oportunidade imperdível para os abutres. Na realidade, pouco lhes importa quem ganhe ou perca as a eleição. Sabem que continuará tudo na mesma. O importante é aproveitar a conjuntura para ganhar dinheiro, muito e fácil.
“A eleição de Lula gerará o caos!” Lembra disso? A Bolsa despenca, ou seja, ações e demais papeis se desvalorizam: hora de comprar barato e vender caro mais adiante.
Qual a razão de um funcionário (assessor financeiro) de um banco dizer que “a eleição da Dilma gerará o caos”? Que papeis ele terá recomendado para seus clientes comprarem? Confiante no (deus) mercado, ou seja, na impunidade, pois faz parte do jogo, se expôs, mas, caiu do cavalo. Coisa rara, mas, caiu.
Não obstante, os rumores atemorizantes continuam…. a mídia abutre também se aproveita para seus fins hegemônicos. Preferem trocar pizza napolitana por pizza calabresa. Quem a volta de Armínio (Soros) Fraga. Em seu tempo o maior especulador no cassino global, hoje ambos dedicados também às commodities. Eles transformaram o Brasil num país exportador de commodities e capitais. Exportamos minérios, compramos trilhos. Trilhos da China, do outro lado do mundo. Vendemos soja, compramos feijão do México. Vendemos café e compramos trigo do Canadá. E querem reforçar esse modelo, sem desvios que gere competição no setor industrial. Nada que ameace a divisão do trabalho imposta pelos grandes conglomerados empresariais pode ser tocado.
Além disso, enquanto se pensa que acabou a ditadura militar, assiste-se a militarização do Estado. O Rio de Janeiro, nesse aspecto, é emblemático. Não bastando as forças militares e civis estaduais, agora temos as forças armadas e uma chamada força nacional ocupando a cidade. Aprenderam com os estadunidenses no Haiti, e com o generais da repressão desencadeada contra o povo nos anos 1960/70/80. Só falta cercarem os morros, como em Gaza.
Nas favelas “pacificadas” do Alemão e da Penha, por exemplo, ocupadas militarmente desde novembro de 2010, ocorrem mais crimes violentos que antes da ocupação. Foram 6.188 ocorrências, 30% mais que antes de 2010; estupros, 68% a mais; tentativa de homicídio, 25%; lesão corporal,81,8%. Foram mortos cinco PM contra zero antes de 2010 E tampouco acabou o tráfico, ao contrário, agora estão melhor armados.
É prova cabal de que o caminho da militarização do Estado escolhido é equivocado. O custo anual dessa ocupação daria para recuperar os CIEPs abandonados, criar outros e colocar todas as crianças na escola, em tempo integral, como sonhava o mestre Darcy Ribeiro
É preciso, com urgência ter um projeto de país, uma estratégia de desenvolvimento integral, com planejamento a curto, médio e longo prazo para cada área, com ênfase na educação.
É hora de perguntar para os candidatos:

  • Que país desejam para seus netos?
  • O que pretendem mudar na situação atual?
  • O que fará para sair do modelo exportador de produtos primários e de capital?
  • Qual o seu plano para universalizar a educação de qualidade a tempo integral?

Eleitores! Se não exigirmos dos partidos e dos candidatos que apresentem uma estratégia de desenvolvimento, com planos e metas de curto, médio e longo prazo estaremos contribuindo para manutenção do status quo. Vamos manter o mesmo ou trocar o mesmo pelo mesmo, ou vamos exigir mudança de rumo? Para mudar de rumo é preciso ter clareza sobre a rota a seguir. Isso só com uma estratégia definida. Fora disso, é pura engano.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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