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Os efeitos da mudança climática se aproximam do ponto de não retorno

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

Juana Viúdez – IPCC*

Wildfire Burning FieldEstudos sobre os efeitos da mudanças climáticas indicam que parte do CO2 emitido permanecerá na atmosfera pelo menos mil anos. A pior previsão é que o mar suba 82 centímetros e a temperatura 4,8 graus em 2100.

Os cientistas têm cada vez mais claro – em 95% – que o homem é o principal ator da mudança climática e advertem que os danos causados até agora pelas emissões – subida do nível do mar, acidificação dos mares e o derretimentos dos glaciais – vão se manter durante séculos se os governos não se conscientizarem de que o aquecimento é real e muito grave, ainda que tenha sido suavizado nos últimos anos, e adotem já medidas drásticas para combater. Ainda que enfrentem com firmeza, ya há efeitos com o qual conviveremos pelo menos mil anos. Dependente do cenário, entre o 15% e o 40% do CO2 emitido pode ficar já na atmosfera. Segundo previsões, o nível do mar poderá subir entre 26 e 82 centímetros e a temperatura amentar até 4,8 graus em fins do século.

O grupo Intergovernamental da Mudança Climática (IPCC), criado pelas Nações Unidas,  adiantou em Estocolmo, Suécia, as principais conclusões de seu último informe, que representa uma chamada de atenção aos líderes políticos em um momento de crise em que a luta contra o aquecimento deixou de ser prioridade.

O documento será estudando pelos governantes do mundo antes de chegar a um acordo multilateral vinculante para reduzir a emissão de gases de efeito estufa em 2015, que deverá ser aplicado a partir de 2020. “Ainda podemos prevenir os piores efeitos da mudança climática e deixar a nossos filhos e filhas um planeta decente. Porém necessitamos governos que atuem como bombeiros e não como pirômanos”, diz uma tabela contendo conselhos para políticos citado pela Europa Press mas não divulgado.

mudança-climáticaPara conseguir, os autores recomendam começar “o mais rápido possível” um caminho em direção a energia renovável, proteger os bosques, os oceanos e os recursos hídricos dos quais depende a economia.

O informe AR5, principalmente pensado para os representantes políticos, reúne as evidencias científicas dos últimos seis anos. Nesta edição, da qual participaram 831 especialistas de 85 países, pode-se compreender com maior exatidão a forma pela qual está subindo o nível do mar, algo que tem aumentado a confiança em suas previsões, evidenciadas em vários cenários possíveis.

O trabalho anterior, difundido em 2007, mostrou evidencias suficientes de que a mudança climática é inequívoca e estabeleceu como causa provável as atividades humanas. Foi atacado em seu momento por vários especialistas por incluir erros. Entre outros, sobre a velocidade com que poderiam desaparecer os glaciais do Himalaia. Outro grupo o revisou depois e concluiu que as principais conclusões continuavam válidas.

Os pesquisadores acreditam em 95% que o homem é o principal causant.

Estas são algumas das previsões da edição atual:

Nível do mar. A confiança nas previsões do crescimento do nível do mar cresceu com respeito ao informe anterior, o AR4, graças à melhora da compreensão dos componentes do nível do mar, um maior acordo dos modelos baseados em processos com observações e a inclusão do gelo nas alterações climáticas. “Como o oceano esquenta, os glaciais e as camadas de gelo se reduzem e o nível do mar continuará aumentando em âmbito mundial, mas a um ritmo mais rápido do que o experimentado nos últimos 40 anos” disse Qin Dahe, vice-presidente do grupo de trabalho número 1 do IPCC. As previsões apontam para uma subida para 2100 que vai dos 26 aos 82 centímetros. A forca é maior que a estimada em 2007 (18 e 59 centímetros).

mudança-climática1Papel do homem. O estudo diz que é muito factível, com uma probabilidade de pelo menos 95%, de que as atividades humanas sejam a causa predominante do aquecimento global no século XX Este aspecto aumentou com relação ao último estudo de 2007, em que a probabilidade se situava em 90%. No ano 2001, estava em 66%.

“Mudança no clima. O aquecimento é inequívoco e desde 1950 muitas das mudanças observadas não tem precedentes em décadas ou milênios. A atmosfera e os oceanos esquentaram, as quantidades de neve e gelo diminuíram, os níveis do mar cresceu, e as concentrações de gases de efeito estufa cresceram. Cada uma das últimas três décadas foi sucessivamente mais quente – e as ondas de calor serão mais frequentes e duradouras com uma probabilidade de 90%-, a superfície da terra esteve muito mais quente que em qualquer década precedente a 1850. Entre 1880 e 2012, o aumento estimado da temperatura foi de 0,85%-. Os cientistas acreditam “provável” que até o final do século suba pelo menos 1,5 graus com relação a era pré-industrial, ainda que os cenários mais pessimistas elevem o aumento a 4,8 graus.

O texto deve servir aos líderes mundial para um pacto vinculante em 2015

“Oceanos. É “virtualmente certo” (em 99%) que esquentou a parte superior dos oceanos, da superfície até 700 metros de profundidade, desde 1971 até 2010. O relatório considera, com alto nível de confiança, que o aquecimento oceânico é o principal ator do aumento da temperatura, já que representa mais de 90% da energia acumulada entre 1971 e 2010.

“Gelo. Nas últimas décadas, os blocos da Groelândia e do Antártico foram perdendo massa, enquanto os glaciais continuam minguando.

“Carbono. As concentrações na atmosfera de dióxido de carbono, metano e óxido nítrico cresceram até níveis sem precedentes pelo menos nos últimos 800 mil anos. Esses agrupamentos de CO2 cresceram 40% desde os tempos pré industriais, principalmente pelas emissões de combustíveis fósseis. Os oceanos absorveram 30% de dióxido de carbono produzindo a acidificação dos mares.

“irreversibilidade. Muitos aspectos da mudança climática persisterão durante séculos enquanto não cessem as emissões de CO2. As temperaturas permanecerão em níveis elevados durante séculos.

Relatório completo, 2013, baixado em inglês:

http://ep00.epimg.net/descargables/2013/09/27/5177839cc4f679dff4e035ebae96503b.pdf

*IPCC, por sua sigla em inglês,  Intergovernmental Panel on Climate Change


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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