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Oxfam esmiúça machismo entre jovens da América Latina e Caribe

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

Focado exclusivamente em jovens, entre 15 a 25 anos, o estudo ‘Rompendo Padrões: Transformar imaginários e normas sociais para eliminar a violência contra as mulheres’ analisa a violência machista entre jovens de oito países: Bolívia, El Salvador, Colômbia, Cuba, Guatemala, Honduras, Nicarágua e República Dominicana.

Por Tatiana Carlotti, da Carta Maior*

A Oxfam lançou, na última semana (25 de julho), importante contribuição ao combate à violência contra a mulher na América Latina e no Caribe. Focado exclusivamente em jovens, entre 15 a 25 anos, o estudo “Rompendo Padrões: Transformar imaginários e normas sociais para eliminar a violência contra as mulheres” analisa a violência machista entre jovens de oito países: Bolívia, El Salvador, Colômbia, Cuba, Guatemala, Honduras, Nicarágua e República Dominicana.

Em quase todos esses países, registram-se avanços nos índices de violência e feminicídios, mas eles estão muito longe de serem suficientes. Em 2016, na América Latina e no Caribe, 1.831 mulheres foram assassinadas pelo fato de serem mulheres. Segundo os jovens (entre 20 e 35 anos) que participaram do estudo, 56% dos homens e 48% das mulheres disseram ter conhecimento de casos de violência contra a mulher no último ano.

O relatório é categórico: precisamos “transformar os imaginários e as normas sociais nocivas”,

Esmiuçando o imaginário e as normais sociais, a pesquisa identifica a naturalização da violência machista. Mostra, por exemplo, como a ideia do amor romântico entre os jovens pode ser nociva. Seis entre cada dez homens, de 15 a 19 anos, acreditam que o ciúmes é uma demonstração de amor. “É fundamental que mulheres e homens jovens possam problematizar o amor romântico e construir relações amorosas igualitárias”, alerta o texto.

A impunidade vem sendo fortalecida pela tendência de se considerar ‘normal’ atos de violência contra mulheres e meninas. Entre os entrevistados, 65% afirmam que quando uma mulher diz “não” para uma relação sexual, está querendo dizer “sim”. Sete entre 10, inclusive, atribuem a responsabilidade de agressão sexual às próprias mulheres, devido à roupa que elas usam.

O relatório é categórico: precisamos “transformar os imaginários e as normas sociais nocivas”, assumindo que “crenças e comportamentos construídos na chave machista, sexista e racista são parte das causas estruturais das desigualdades que alimentam as violências contra as mulheres”.

Segundo Damaris Ruiz, coordenadora de direitos das mulheres da Oxfam na América Latina e Caribe, essa “normalização do machismo cotidiano muitas vezes termina com as piores consequências. Prova disso são as 1.831 mulheres assassinadas em 2016 sem motivo outro que seu gênero, de acordo com dados da Cepal. Sabemos que isso pode e está mudando, e devemos apoiar os jovens nessa transformação para que vivam livres da violência de gênero”.

Confira aqui a íntegra do relatório.

 


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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