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Luis Manuel Arce Isaac*
No dia primeiro de julho o presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, iniciou seu último ano de um governo que esteve marcado por elogios, críticas e os escândalos, mas, em meio a uma economia sempre em crescimento e de quase pleno emprego.
O presidente pronunciou seu penúltimo informe à nação na abertura das sessões ordinárias da Assembleia Nacional que conquistou passo a passo e a golpes de um criticado aliciamento que lhe deu frutos por debilitar seus opositores e fortalecer seu controle sobre o legislativo.
Precisamente essa relação de subordinação subjacente dos poderes legislativo e judiciário ao Executivo é motivo das maiores críticas a Martinelli porque nisso repousa sua maneira impositiva de governar.
Numerosos escândalos de corrupção sacudiram sua administração, como por exemplo o que ocorreu com a empresa italiana Finmeccanica, que chegou a compromete-lo em comprar de componentes de segurança supostamente sobre-faturados ainda que sem que houvesse transcendência judicial no Panamá.
Sua forma autoritária de governar, seu amor pelo confronto e sua verve as vezes desenfreada e quase irreverente lhe tem acarretado montões de críticas as quais enfrenta sempre sem se aborrecer e sem dar o braço a torcer.
Seus quatro anos de governo se caracterizaram por esse desejo de demonstrar ser o mais forte através de um voluntarismo considerado pela sociedade como impróprio para o Estado de Direito e levou ao questionamento de sua vocação democrática e seu respeito pela constitucionalidade.
A autoestima de seus seguidores contrasta com a desconfiança bem marcada dos que a ele se opõe, a tal ponto que, mesmo estando já eleito o candidato presidencial pelo partido Cambio Democrático, criado por ele, continuam as dúvidas se não armará alguma jogada para sua reeleição.
Poucos duvidam de que seja um homem complicado, polêmico, mas ao mesmo tempo carismático que se sente fortalecido pelos evidentes sucessos alcançados, como o de sustentar o crescimento do Produto Interno Bruto mais alto da América Latina durante todo seu governo.
Isso fez com que, entre outros fatores, as pesquisas sobre sua gestão fossem favorável com 54% de aceitação dos panamenhos consultados, mesmo considerando que muitas das grandes obras que realiza, como a Linha I do Metrô, as estradas ou a ampliação do Canal do Panamá, vêm de administrações anteriores, seu governo é o que deu impulso e executou essas obras.
Essas e muitas outras obras, os subsídios outorgados à população, o impacto positivo da atividade econômica, os tratados internacionais para tirar o Panamá da lista negra dos paraísos fiscais, contam a favor de Martinelli.
Isso tudo sustenta a campanha presidencial de seu candidato, José Domingo Arias, que tem como meta que Cambio Democrático mantenha o controle do governo nas eleições de maio de 2014.
*Prensa Latina de Cidade do Panamá, Panamá – para Diálogos do Sul