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Pela libertação da Palestina

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

B @ uDoPyment @ sPalestinaLivreA data de 29 de novembro foi declarada Dia Mundial de Solidariedade com o Povo Palestino em alusão à Resolução da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que há 67 anos indicou a criação de um estado palestino, ao defender o Plano de Partição da Palestina criando os Estados de Israel e da Palestina.

Nosso colaborador Kháled Fayez Mahassen fez um emotivo pronunciamento na homenagem realizada na Câmara Municipal de São Paulo que aqui transcrevemos ratificando nossa solidariedade com a luta de libertação nacional do povo palestino.

Palestina

O que dizer da Palestina? E a ferida aumenta a cada dia, a cada morte, a cada destruição.

O que dizer da Palestina?

E minhas entranhas agitam-se e rasgam-se a cada ataque israelense a uma jovem que junto ao vermelho do sorriso adicionou o vermelho do sangue.

O que dizer da Palestina?

E a agressão às aldeias, a ocupação e o abuso israelense acontecem aos olhos do mundo e em especial aos olhos dos governos árabes (que dizem irmãos) sem mexerem uma palha sequer para impedir isso.

O que dizer se substituíram a prioridade da causa palestina por outros conflitos como na Síria e no Iêmen, claro após a trama de destruir Iraque e acabar com Líbia?

O que dizer da liga árabe se classificou o único grupo árabe que declarou guerra a Israel, e faz parte da resistência libanesa de terrorista.

Que vergonha.

A Palestina sempre foi e sempre será a principal causa da nação árabe. Os conflitos do Iraque, o ataque internacional a Síria, e tudo que está acontecendo no mundo árabe para desviar o foco da causa Palestina e deixar Israel exterminar o povo palestino e ocupar cada centímetro da terra Palestina e transformá-la em estado judeu.

Daqui desta casa de leis, na maior cidade da América Latina, digo aos governos árabes, digo ao mundo que a Palestina é dos palestinos, e todas as tentativas de roubar, saquear, furtar, desviar o foco da Palestina, não conseguirão, não passarão, e jamais desistiremos de lutar pela Palestina.

Palestina é a alma árabe, a consciência árabe.

Palestina é a rosa dos ventos, a flor de lis, e a oliveira da vida.

Palestina é o resumo da luta pela justiça, pela paz, e pela Humanidade.

Palestina é a nossa canção e o nosso poema. Viva Palestina.

São Paulo, 28/03/17

 

poesiapalestinaProcuro por Palestina

Desde minha infância

Aprendi que temos uma parte de nós que

Foi tomada, saqueada e abusada.

Desde minha infância escuto sobre a morte,

Sobre o sequestro,

sobre invasão de casas e confisco de terras.

 

Desde minha infância, falava-me, meu pai sobre o sionismo e suas ações na fronteira sul do Líbano.

Nossos professores eram palestinos, refugiados no Líbano,

em Sabra e Chatila, em Tel El Zaatar, e outros cantos.

Ouvira todos falar sobre Palestina.

Ouço falar sobre Palestina.

Sobre a luta, qual eu participei no sul do Líbano na minha juventude, e participo hoje, embora de outro modo, onde eu estiver.

 

Já se passaram longos anos,

Longos anos,

O abuso continua,

O confisco continua,

E os árabes negociam,

E nada muda, nada muda.

 

Não vi Palestina

Nos planos dos países árabes,

Não na ONU

Nem na diplomacia internacional

Como país ou como pátria.

Apenas

Uma terra como moeda de troca

E um povo em extinção

Mesmo assim,

Desde minha infância

Procuro pela Palestina,

Nos livros, nas revistas e jornais,

Nos mapas.

Achei a Palestina

Nos galhos da oliveira,

No fuzil,

na espada,

no punhal,

na pedra,

No meu coração e no meu sangue.

 

Viva palestina.

 

A Terra / O grito da terra

Terra do Samih Al Kassem,

Grito da terra

e grito do Mahmoud Darwish.

Grito dos famintos da liberdade,

da cidadania

Grito da Fadwa Tawkan.

Grito da terra que Khadija

não verá mais.

 

Grito da terra roubada e abusada

e gritos dos samurais

partindo dos corações das crianças palestinas

ao atirarem uma pedra

ou amaldiçoar um traidor

ou enfrentar um soldado

frio e sangrento

Oh! quantos gritos.

 

Grito da mãe ao enterrar o filho mártir

Grito do pai nas masmorras sionistas (liberdade)

grito da casa caída

Gritos, gritos, gritos

e mais gritos.

A terra não perdoa

a lágrima voa

e o corpo soa, soa

soa luta

luta por Palestina

 

As oliveiras,

mataram as oliveiras,

ficou a terra

Mataram o homem

ficou a terra

A criança brota do ventre da terra

se torna homem, se torna mulher

se torna mártir

e fica a terra.

O deserto

Macularam o deserto

Abusaram das pedras

Mancharam o Aqsa

Macularam a Natividade

E riram, riram e riram

Terra,

Não há terra

Não há liberdade

Não há justiça

Não, não há dignidade sem luta

Não há terra sem luta

Não há justiça sem luta.

Pedra, Pedra, casa

pedra, pau. cerca

Pau, planta,

Morte, parto

Morte,

Grito

Luta, força

força

terra, terra, terra

retomada  pela luta

pela força,

pelo sangue que jorra,

jorra da terra.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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