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Pepe Mujica: “Um bom dirigente deixa-se substituir por pessoas em melhores condições”

"Homens e mulheres passam. Algumas causas sobrevivem e precisam ser transformadas", disse Mujica em seu último discurso no Senado
Plinio Teodoro
Revista Fórum
São Paulo (SP)

Tradução:

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Aplaudido de pé, o senador José Alberto Mujica Cordano, ou simplesmente Pepe Mujica, se despediu nesta terça-feira (20) do parlamento uruguaio agradecendo “tanto reconhecimento”.

“Tenho que agradecer por tanto reconhecimento. Devo agradecer porque há um tempo para chegar e outro para ir-se na vida”, afirmou Mujica, ressaltando que há 26 anos “o suportam” ali.

Presidente entre 2010 e 2015 e símbolo do combate à ditadura militar no Uruguai, Pepe Mujica, que tem 85 anos, afirmou que deixa o Senado em razão de sua saúde diante da pandemia, mas não há política em sua carta de renúncia.

“Isso [a renúncia ao cargo] não significa o abandono da política, mas sim que vou deixar a primeira fila por entender que um bom dirigente deixa-se substituir por pessoas em melhores condições”.

"Homens e mulheres passam. Algumas causas sobrevivem e precisam ser transformadas", disse Mujica em seu último discurso no Senado

Telesur
O senador José Alberto Mujica

Em seu discurso, Mujica disse ainda que “há décadas não cultiva o ódio”.

“Há décadas não cultivo o ódio no meu jardim. O ódio acaba sendo estúpido. É cego como o amor. Uma coisa é a paixão e outra é o cultivo do ódio”.

Por fim, Pepe Mujica conclama as novas gerações a assumirem o protagonismo na política na “era digital”.

“Eu vivi com uma definição e eles mudaram todas as letras agora. Esse é um assunto para as novas gerações”, afirmou. “Na política existem causas. Homens e mulheres passam. Algumas causas sobrevivem e precisam ser transformadas. A única coisa permanente é a mudança”, disse, sendo aplaudido de pé.

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As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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