A Rússia levou a cabo nesta segunda-feira (5) um novo bombardeio massivo com mísseis e drones contra a infraestrutura energética de numerosas cidades ucranianas e, em contraparte, dois aeródromos militares russos, longe da fronteira com a Ucrânia, sofreram ataques com drones de fabricação soviética, mas lançados pelo exército ucraniano, segundo o Ministério da Defesa local
Desde a primeira hora desta segunda-feira, os radares da defesa antiaérea ucraniana acenderam os alarmes ante a iminente chegada de mísseis e drones, pela oitava vez desde que a Rússia, no passado outubro, na antessala do inverno, se propôs a meta de destruir as instalações civis que asseguram luz, calefação e água às cidades da Ucrânia, que já tem danificada quase metade da rede energética do país.
Desta vez, foram lançados 70 mísseis – os drones nem se contam – sobre pelo menos nove regiões da Ucrânia, e sobretudo Zaporíjia, que o exército russo controla cerca de 70% no centro e sul de seu território, mas sem poder invadir a capital regional e enquanto se mantém a incerteza em torno à central nuclear ali localizada e em mãos russas.
A permanência da Rússia na central nuclear depende de que o exército ucraniano, antes que aumente o frio invernal, consiga ou não entrar na cidade de Enerhodar, a 120 quilômetros, com o qual as tropas russas, si não se retirarem do lugar, ficariam rodeadas e sem possibilidade de receber nenhum suprimento para subsistir o sítio.
Anton Romanko – Flickr
Repórteres questionaram por que Putin fez o percurso da Criméia a Krasnodar em um veículo estrangeiro e não russo
Em um breve vídeo em sua conta no Telegram, o presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky, afirmou que a defesa antiaérea conseguiu derrubar a maioria dos mísseis – 60 dos 70 – lançados pela Rússia desde os mares Negro e Cáspio, assim como da região russa de Rostov.
Os militares russos informaram que nesta segunda-feira destruíram 17 instalações que “complicam o traslado de reservas do exército ucraniano por trem e de armamento estrangeiro e munições à zona de combate”.
A aviação desempenha um papel de primeira ordem nos ataques com mísseis e, talvez por isso, não é comum que a Ucrânia – de acordo com a versão russa e a falta de confirmação ou negação por parte dos ucranianos – tenha atacado bombardeiros estratégicos – assim chamados por ter como função portar ogivas nucleares a larga distância – em dois aeródromos militares na Rússia.
Em todo caso, de acordo com o comunicado do Ministério da Defesa russo, “o regime de Kiev tentou deixar fora de serviço bombardeiros estratégicos com drones de fabricação soviética nos aeródromos militares ‘Diaguelovo’, na região de Riazán, e, ‘Engels’, na de Saratov”.
O comunicado assegura que a defesa antiaérea russo derrubou os drones e, no entanto, seus fragmentos danificaram alguns aviões, causando a morte de três militares do serviço técnico, e feridas graves a outros quatro.
A tudo isto, o serviço de imprensa do Kremlin difundiu nesta segunda-feira imagens do presidente Vladimir Putin ao volante de um veículo Mercedes Benz inspecionando a ponte da Criméia, danificada em um atentado com bomba atribuído à inteligência militar da Ucrânia.
O chefe de estado russo exorta seu acompanhante, Marat Jusnulin, vice-primeiro ministro russo a cargo do setor de construção, a terminar quanto antes a reparação da estrada dos carriles esquerdos da ponte.
“Vamos pelos quatro carriles direitos”, comenta Putin, no fragmento transmitido por todos os noticiários da televisão local. Ele completa: “e o setor esquerdo entendo que já se pode utilizar, mas de toda maneira há que terminar quanto antes sua reparação. Sofreu pequenos danos e devemos conseguir que tenha um estado ideal”.
O mandatário perguntou se o mau tempo afetou a reparação da ponte. “De 55 dias, em 22 houve tormentas que nos complicaram muito as coisas”, respondeu Jusnulin dentro do veículo, prometendo que os trabalhos terminarão no fim de março seguinte.
Por sua vez, o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, explicou aos repórteres porque seu chefe fez o percurso da Criméia a Krasnodar em um veículo estrangeiro e não russo.
“Não havia à mão um carro russo e para não ter que levar um especialmente, usaram o primeiro disponível”, disse Peskov.
Juan Pablo Duch | Correspondente do La Jornada em Moscou.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
Assista na TV Diálogos do Sul
Se você chegou até aqui é porque valoriza o conteúdo jornalístico e de qualidade.
A Diálogos do Sul é herdeira virtual da Revista Cadernos do Terceiro Mundo. Como defensores deste legado, todos os nossos conteúdos se pautam pela mesma ética e qualidade de produção jornalística.
Você pode apoiar a revista Diálogos do Sul de diversas formas. Veja como:
-
PIX CNPJ: 58.726.829/0001-56
- Cartão de crédito no Catarse: acesse aqui
- Boleto: acesse aqui
- Assinatura pelo Paypal: acesse aqui
- Transferência bancária
Nova Sociedade
Banco Itaú
Agência – 0713
Conta Corrente – 24192-5
CNPJ: 58726829/0001-56 - Por favor, enviar o comprovante para o e-mail: assinaturas@websul.org.br
- Receba nossa newsletter semanal com o resumo da semana: acesse aqui
- Acompanhe nossas redes sociais:
YouTube
Twitter
Facebook
Instagram
WhatsApp
Telegram