Durante mais de trezentos anos de colonização portuguesa, foram levados do Brasil R$ 193 bilhões em ouro e R$ 420 bilhões em diamantes. A soma da pilhagem lusitana chega a impressionantes R$ 613 bilhões, de acordo com a cotação dos dois minerais no dia 06 de novembro de 2019, data do mega leilão de campos já descobertos do Pré-sal. É como se vendêssemos por R$ 1 o que vale R$ 10.
De acordo com os ex-diretores da Petrobras Guilherme Estrella e Ildo Sauer, em apenas um dia o governo entreguista de Bolsonaro vai transferir para o controle estrangeiro mais do que o dobro da fortuna que a coroa portuguesa demorou cerca de 300 anos para subtrair da colônia brasileira. O governo pretende entregar uma riqueza calculada em mais de R$ 1,2 trilhões pela bagatela de R$ 106 bilhões.
Um crime como esse não é cometido apenas por ideologia ou por dolosa traição à pátria. Quem quiser saber as verdadeiras razões de Bolsonaro e Paulo Guedes, faça como recomenda o gringo Carville: siga a grana.
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Durante mais de trezentos anos de colonização portuguesa, foram levados do Brasil R$ 193 bilhões em ouro e R$ 420 bilhões em diamantes.
Estrella e Sauer são pesquisadores renomados, respeitados mundialmente, e entendem de petróleo muito mais do que as atuais equipes de comando da estatal e do que corretor de valores Paulo Guedes, que insiste em se apresentar como economista e ocupa a cadeira de ministro da economia.
O que se pretende apurar com a entrega de tamanha riqueza é o que se chama em Minas Gerais (de onde saiu boa parte dessa cordilheira de ouro e diamantes) de “dinheiro de pinga ruim”. Ou seja, o fruto do butim mal dará para pagar 25% do serviço da dívida deste ano. Tão logo entre nos cofres da União, portanto, a merreca será transferida para os bancos e vai virar fumaça. Não por acaso já lambem os beiços as treze gigantes pré-qualificadas para participar desse Baile da Ilha Fiscal: Wintershall (Alemanha), CNODC Gás (China), CNOOC Petroleum (China), QPI (Catar), Ecopetrol, (Colômbia), BP Energy (Inglaterra), Chevron (EUA), ExxonMobil (EUA), Total E&P (França), Shell (Inglaterra), Petronas (Malásia), Equinor (Noruega) e Petrogal (Portugal).
Sauer e Estrella (este responsável pelas pesquisas que resultaram na descoberta do Pré-sal e viabilizaram a sua extração) estimam que as perdas para o país podem chegar a astronômicos R$ 1,6 trilhões nos 30 anos previstos para a exploração dos campos que serão entregues às multinacionais estrangeiras.
O mais absurdo da atitude do governo, que claramente atua contra o interesse do país, é que as empresas vencedoras nem mesmo terão o trabalho de prospectar, pois os investimentos para pesquisar a localização das reservas já foi feito pela Petrobras, com recursos da própria empresa. É furar e faturar os bilhões que irão para a cornucópia de banqueiros e rentistas em diversos países do mundo. Ao Brasil restarão as migalhas – mas ainda assim para banqueiros e rentistas tupiniquins.
De acordo com os dois maiores especialistas do Brasil no assunto, Sauer e Estrella, nenhum país detentor de reservas expressivas comete a aberração que está ocorrendo no Brasil. O padrão mundial – inclusive nas monarquias do Golfo Pérsico, fortemente alinhadas com o Império dos EUA – é explorar o petróleo e o gás através de empresas totalmente estatais ou outorgam contratos de prestação de serviços, sempre sob o controle dos governos.
Será uma pilhagem das riquezas brasileiras de proporções épicas, que penalizará a população como um todo, pois um dinheiro que iria para a educação e a saúde (lembram da proposta da Dilma?), agora será canalizado para as contas de bilionários fora do país.
Boa parte do campo democrático brasileiro, aí incluída a mídia digital independente, parece ter caído na armadilha montada por Steve Bannon: o debate nacional se concentrou em bobagens e fakenews produzidos pela matilha oficial, ofuscando, como o governo queria, a entrega do pré-sal, que terá efeitos infinitamente mais perversos do que a escatologia histérica de Bolsonaro e seus milicianos digitais.
(*) Evilázio Gonzaga Alves é jornalista, publicitário e especialista em marketing e comunicação digital.
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