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Prefeito Ricardo Nunes ignora há três meses riscos da variante Delta em São Paulo

Desde o primeiro e-mail enviado ao prefeito, já morreram 6 mil pessoas de Covid-19 e outras milhares entraram no exército de sequelados pela pandemia
Da Redação (*)
Diálogos do Sul Global
São Paulo (SP)

Tradução:

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB),  além de desconhecido, está sumido também. Há três meses, a Coalizão pela Vida tenta marcar reunião com ele para apresentar propostas para proteger a população contra a variante Delta da Covid-19.

Mostrando total descaso com a população, o funcionário público ignorou três ofícios  solicitando o agendamento do encontro: o primeiro em 5 de maio, o segundo em 2 de julho e o terceiro na segunda-feira, 16 de agosto. 

Desde o primeiro e-mail enviado, morreram quase seis mil pessoas de Covid-19 e outras milhares entraram no gigantesco exército de sequeladas pela pandemia apenas capital paulista.

Para derrubar rapidamente o número de novos casos, internações, mortes e sequelados da pandemia, a Coalizão elaborou o documento “Agenda Emergencial de Prevenção à Covid-19”. 

No documento, a iniciativa pede a criação de uma Mesa de Diálogo com o poder público em torno de medidas para proteger sobretudo a população mais vulnerável à pandemia, incluindo os mais pobres, negros, população em situação de rua e morando em habitações precárias, grávidas e lactantes, comunidade LGBTI+ e trabalhadores de atividades essenciais. 

Entre as medidas, a Coalizão recomenda a testagem em massa, incluindo sintomáticos e não sintomáticos, com rastreamento de contatos e seu isolamento, distribuição de máscaras PFF2 nos terminais de transporte coletivo e nas escolas e prioridade da vacinação para a população da periferia com busca ativa e o uso de unidades móveis. A Coalizão também propõe a criação de um programa de apoio socioeconômico e de saúde às vítimas da Covid-19 e suas famílias. 

As propostas da Agenda Emergencial estão distribuídas em cinco eixos: alinhamento com a Agenda Municipal 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU; transparência e participação social; prevenção, controle e proteção à vida; prioridade para a vacinação nos territórios vulneráveis à Covid-19; e apoio socioeconômico e de saúde às vítimas da pandemia e suas famílias. 

Sobre o tema:
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Capital de mortes

A capital paulista, a mais rica do país registrou até 17 de agosto cerca de 1,4 milhão de casos confirmados e mais de 36 mil óbitos de Covid-19. São 2.958 mortes por milhão de habitantes, uma das taxas mais altas do mundo, acima inclusive dos números no Brasil todo, 2.699 óbitos por milhão. 

Segundo Beto Gonçalves, membro da coordenação da Coalizão pela Vida, o poder público precisa implementar uma série de medidas que reforcem substancialmente a perna da prevenção na estratégia de enfrentamento da pandemia. “Só assim será possível conter o avanço da variante Delta do novo coronavírus e proteger a população da periferia, que é quem está arcando com o custo mais pesado da pandemia, em vidas, saúde, aumento da fome e perda de renda”, argumenta. 

Sobre o tema:
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Coalização pela Vida

A Coalizão pela Vida foi criada em 8 de abril de 2021 como resposta da comunidade acadêmica e da sociedade civil ao quadro trágico da pandemia na cidade de São Paulo. 

Ante o abandono à própria sorte dos mais pobres e mais afetados pela Covid-19, a iniciativa procura sensibilizar poder público, sociedade e mídia a priorizarem a prevenção e o combate às desigualdades no enfrentamento da pandemia.  

Já aderiram à Coalizão 26 grupos de cidadãos e organizações acadêmicas e da sociedade civil das áreas de assistência social, comunicação, educação, habitação e urbanismo, infância e saúde e movimentos negro, de mulheres e LGBTI+. 

No fim de abril, a iniciativa lançou o “Apelo Público da Coalizão pela Vida ao Prefeito de São Paulo”, que pode ser consultado aqui.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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Da Redação (*)

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