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ToggleCorria o primeiro mês do ano 1959, a nascente revolução cubana tinha triunfado e no exterior se criava uma voraz campanha midiática contra o processo encabeçado pelo jovem Fidel Castro.
Reinava a desinformação proveniente das grandes agências estadunidenses.
Os mais importantes diários estadunidenses e as revistas Life, Time, Newsweek e Ou.S. and World Report, dedicavam-se a tergiversar os julgamentos contra criminosos de guerra e repressores do derrotado regime de Fulgêncio Batista.
Terminar com a mentira imperante era a cada vez mais necessário, neste contexto apenas três semanas após o triunfo revolucionário o líder cubano, Fidel Castro, convocou uma histórica reunião organizada em menos de 72 horas com a ajuda de embaixadas de Cuba em vários países.
Operação Verdade chamou-se essa convocação do Governo revolucionário a mais de 400 jornalistas do mundo para desmentir as campanhas midiáticas e com o desejo de que a América Latina tivesse uma verdadeira voz própria.
Em reunião, Fidel Castro qualificou a campanha então em marcha como “a mais infame, mais criminosa e mais injusta que se lançou contra um povo” e agregou que “a imprensa da América deveria ter posse de meios que lhe permitissem conhecer a verdade e não ser vítimas da mentira”.
Prensa Latina
Operação Verdade chamou-se essa convocação do Governo revolucionário a mais de 400 jornalistas do mundo
Uma agência de notícias necessária
Com o objetivo de difundir uma visão emancipadora do mundo, anti hegemônica, diferente à dos monopólios informativos, um grupo de jornalistas da região encabeçados pelo argentino Jorge Ricardo Masetti, fundam a agência latino-americana de notícias Prensa Latina (PL).
Reconhecidos jornalistas do continente como Gabriel García Márquez (Colômbia); Rodolfo Walsh e Rogélio García Lupo (Argentina); Aroldo Wall (Brasil), Carlos María Gutiérrez (Uruguai), junto com os cubanos Francisco V. Portela, Juan Marrero e Gabriel Molina, entre outros profissionais, faziam parte do grupo inicial da agência impulsionada por Fidel Castro e Ernesto Che Guevara.
Em 16 de junho de 1959 publicou-se o primeiro cabo deste meio de imprensa nascido com uma definida impronta latino-americanista a serviço da verdade e com uma linha editorial definida por Masetti (diretor-Fundador) como “objetiva mas não imparcial”.
Assim, PL começou a fazer frente aos grandes monopólios midiáticos depois de se montar uma rede de correspondentes na América Latina e outras capitais do mundo.
Comemorando 60 anos
A seis décadas da fundação de Prensa Latina, apesar dos augúrios de autoridades estadunidenses de que permaneceria menos de um mês, PL se converteu em um centro de reconhecida influência jornalística.
Com 40 correspondentes no mundo, serviços de rádio, televisão e multimídia, portais em seis idiomas, além de um trabalho constante nas redes sociais, PL mantém-se ao serviço da verdade.
Na ocasião da efeméride o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, reconheceu através de uma mensagem o trabalho de Prensa Latina, “por levar a verdade da Revolução durante 60 anos até os mais remotos confins do mundo”.
O mandatário caribenho sublinhou que nesse trabalho pela verdade PL tem sido fiel às ideias de seus fundadores, Fidel Castro e Ernesto Che Guevara.
Em um ato político-cultural ao que assistiram trabalhadores e fundadores do meio, além de diplomatas creditados aqui, o membro do Secretariado do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba e chefe de seu Departamento Ideológico, Víctor Gaute, entregou o texto de Díaz-Canel enquadrado em um quadro. Uma vez entregue o reconhecimento, Gaute felicitou os trabalhadores da agência e sublinhou que está pronto para o combate.
“É uma agência para livrar a luta pela verdade, para defender as razões que nos assistem no propósito de construir uma sociedade cada vez melhor”, destacou.
Por sua vez, o presidente de PL, Luis Enrique González, assinalou que Prensa Latina segue sendo esse meio alternativo, maduro, pujante e em desenvolvimento contínuo, apesar dos que se empenham em obstaculizar seu alcance.
Assim mesmo, sublinhou que a responsabilidade da agência é com o futuro, com a mensagem de Cuba e a visão revolucionária mundial acima das dificuldades e os obstáculos por vir.
Durante a velada, o sindicato nacional da cultura outorgou a medalha Raúl Gómez García a 19 trabalhadores de PL pelo destacado trabalho durante mais de 10 anos em dito setor.
Também, outro grupo recebeu o Prêmio Prensa Latina pela obra da vida, instituído pela direção geral do centro faz três anos, o qual reconhece a trajetória acumulada por profissionais do meio durante 60 anos.
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