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ToggleNo Brasil, uma em cada quatro mulheres, entre 15 e 29 anos, não estuda nem trabalha, enquanto, entre os homens, essa proporção cai para 1,4 a cada dez. Os dados são do último módulo anual sobre educação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em 2024.
Um dos maiores desafios para as jovens mulheres no Brasil é encontrar boas oportunidades e condições adequadas de trabalho e estudo. Com esse pensamento, Henrique Domingues aceitou ser embaixador brasileiro do programa Work in Russia (Trabalhe na Rússia, em tradução livre).
“É uma oportunidade de combinar trabalho remunerado, desenvolvimento profissional, integração cultural e formação prática de negócios — tudo pensado especialmente para mulheres — e ainda por cima em uma das zonas econômicas especiais mais avançadas do mundo”, avalia Domingues.
O programa está alinhado a uma das diretrizes sociais dos BRICS, aprovadas em diversas cúpulas de presidentes do bloco, inclusive na última, realizada em Kazan, Rússia, ressalta o também chefe adjunto do Fórum Internacional dos Municípios BRICS. Essas resoluções reconhecem a necessidade de que os países do bloco avancem para empoderar mulheres e acabar progressivamente com as brechas de gênero existentes entre os países membros.
Oportunidade de trabalho e estudo
“Sabemos que a maior parte das jovens brasileiras não tem a oportunidade de fazer intercâmbio, de estudar uma nova língua ou mesmo de receber capacitação técnica para trabalhos altamente qualificados. Por isso esse projeto é tão essencial”, explica Domingues.
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O programa é realizado na cidade de Alábuga, na República do Tartaristão, uma das 85 subdivisões da Federação da Rússia. A zona econômica especial Alábuga é voltada para a indústria, com foco na produção de automóveis e componentes, além do processamento de matérias-primas químicas e agrícolas.
As participantes podem aprender gratuitamente uma profissão em uma das seguintes áreas: transportes e logística, serviços e hospitalidade, operação de produção e indústria alimentícia. Desde o primeiro dia, elas são orientadas por mentores, que as auxiliam em todo o processo.
Com uma abordagem integrada, o Work in Russia não apenas prepara as participantes para desempenhar funções específicas, mas as capacita para assumir papéis de liderança e explorar oportunidades de empreendedorismo no futuro. Durante o programa, as jovens têm permissão para trabalhar e estudar o idioma russo, com moradia e alimentação subsidiadas.
O Work in Russia tem duração de seis meses a dois anos. Após o término do programa, as participantes podem realizar o processo de admissão para ingressar na Faculdade Politécnica de Alábuga. Nela, são oferecidos cursos em áreas como robótica industrial, automação, análise química, programação e manutenção de equipamentos.

Durante os estudos, a participante pode continuar a trabalhar, garantindo uma integração entre aprendizado e prática.
Instalações
O programa Work in Russia cobre os custos de realocação para a Rússia e oferece um salário inicial de R$ 5.000. O projeto, que já contempla jovens de países da África, América Latina, Ásia Central, Sul da Ásia e da própria Rússia, agora possibilita a participação de mulheres brasileiras.
As participantes do Work in Russia vivem em complexos residenciais modernos da empresa, projetados especialmente para seus funcionários. Esses condomínios contam com vigilância por vídeo, segurança 24 horas e um sistema de identificação facial (Face ID).
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Domingues visitou nesta semana as instalações onde mais de 300 participantes vivem seu dia a dia. Ele conta que teve a oportunidade de conhecer a Zona Econômica Especial da República do Tartaristão, os alojamentos, os locais de trabalho e também de visitar as jovens durante as aulas de russo.
“A qualidade das instalações é realmente compatível com a classificação de Zona Econômica Especial mais bem-sucedida de toda a Europa. Além disso, foi possível perceber o ótimo nível de domínio do idioma russo pelas participantes, assim como a excelente relação entre elas e os responsáveis pelo programa. De fato, é uma oportunidade concreta de construir uma nova carreira e um novo futuro para as meninas que decidiram dar esse importante passo internacional.”
Ele conta ainda que as primeiras brasileiras deverão chegar nos próximos dias ao Tartaristão para iniciar o Work in Russia. “Elas estão em processo de adequação da documentação e finalização dos trâmites burocráticos. Nós vamos acompanhá-las de perto para garantir que tudo ocorra da melhor forma possível. Vale destacar ainda que o programa conta com o aval do chefe do Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação da Embaixada do Brasil na Rússia, Andre João Ripple — uma garantia extra da seriedade com que nossas jovens serão recebidas e tratadas em território russo”, garante Domingues.
Quem pode participar?
Jovens mulheres, com idade entre 18 e 22 anos, com ensino médio completo.
É preciso ter passaporte válido e os documentos necessários para o trabalho. É importante ressaltar que a equipe de RH da Zona Especial Econômica de Alábuga orientará todo o processo burocrático para a emissão dos documentos requeridos.
Para saber mais e se inscrever, acesse este link.