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Templo de todas as religiões, no Tartaristão (Foto: Alex DROP/ Flickr)

Programa oferece a jovens brasileiras chance de trabalhar e estudar na Rússia com salário inicial de R$ 5 mil

Iniciativa internacional voltada para mulheres de 18 a 22 anos combina capacitação profissional, aprendizado de idioma e experiência cultural na Rússia
Redação Diálogos do Sul Global
Diálogos do Sul Global
São Paulo (SP)

Tradução:

No Brasil, uma em cada quatro mulheres, entre 15 e 29 anos, não estuda nem trabalha, enquanto, entre os homens, essa proporção cai para 1,4 a cada dez. Os dados são do último módulo anual sobre educação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em 2024.

Um dos maiores desafios para as jovens mulheres no Brasil é encontrar boas oportunidades e condições adequadas de trabalho e estudo. Com esse pensamento, Henrique Domingues aceitou ser embaixador brasileiro do programa Work in Russia (Trabalhe na Rússia, em tradução livre).

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“É uma oportunidade de combinar trabalho remunerado, desenvolvimento profissional, integração cultural e formação prática de negócios  — tudo pensado especialmente para mulheres — e ainda por cima em uma das zonas econômicas especiais mais avançadas do mundo”, avalia Domingues.

O programa está alinhado a uma das diretrizes sociais dos BRICS, aprovadas em diversas cúpulas de presidentes do bloco, inclusive na última, realizada em Kazan, Rússia, ressalta o também chefe adjunto do Fórum Internacional dos Municípios BRICS. Essas resoluções reconhecem a necessidade de que os países do bloco avancem para empoderar mulheres e acabar progressivamente com as brechas de gênero existentes entre os países membros.

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Oportunidade de trabalho e estudo

“Sabemos que a maior parte das jovens brasileiras não tem a oportunidade de fazer intercâmbio, de estudar uma nova língua ou mesmo de receber capacitação técnica para trabalhos altamente qualificados. Por isso esse projeto é tão essencial”, explica Domingues.

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O programa é realizado na cidade de Alábuga, na República do Tartaristão, uma das 85 subdivisões da Federação da Rússia. A zona econômica especial Alábuga é voltada para a indústria, com foco na produção de automóveis e componentes, além do processamento de matérias-primas químicas e agrícolas.

As participantes podem aprender gratuitamente uma profissão em uma das seguintes áreas: transportes e logística, serviços e hospitalidade, operação de produção e indústria alimentícia. Desde o primeiro dia, elas são orientadas por mentores, que as auxiliam em todo o processo.

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Com uma abordagem integrada, o Work in Russia não apenas prepara as participantes para desempenhar funções específicas, mas as capacita para assumir papéis de liderança e explorar oportunidades de empreendedorismo no futuro. Durante o programa, as jovens têm permissão para trabalhar e estudar o idioma russo, com moradia e alimentação subsidiadas. 

O Work in Russia tem duração de seis meses a dois anos. Após o término do programa, as participantes podem realizar o processo de admissão para ingressar na Faculdade Politécnica de Alábuga. Nela, são oferecidos cursos em áreas como robótica industrial, automação, análise química, programação e manutenção de equipamentos. 

O programa é realizado na cidade de Alábuga, na República do Tartaristão, uma das 85 subdivisões da Federação da Rússia (Foto: Alex DROP/ Flickr)

Durante os estudos, a participante pode continuar a trabalhar, garantindo uma integração entre aprendizado e prática.

Instalações

O programa Work in Russia cobre os custos de realocação para a Rússia e oferece um salário inicial de R$ 5.000. O projeto, que já contempla jovens de países da África, América Latina, Ásia Central, Sul da Ásia e da própria Rússia, agora possibilita a participação de mulheres brasileiras.

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As participantes do Work in Russia vivem em complexos residenciais modernos da empresa, projetados especialmente para seus funcionários. Esses condomínios contam com vigilância por vídeo, segurança 24 horas e um sistema de identificação facial (Face ID). 

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Domingues visitou nesta semana as instalações onde mais de 300 participantes vivem seu dia a dia. Ele conta que teve a oportunidade de conhecer a Zona Econômica Especial da República do Tartaristão, os alojamentos, os locais de trabalho e também de visitar as jovens durante as aulas de russo.

“A qualidade das instalações é realmente compatível com a classificação de Zona Econômica Especial mais bem-sucedida de toda a Europa. Além disso, foi possível perceber o ótimo nível de domínio do idioma russo pelas participantes, assim como a excelente relação entre elas e os responsáveis pelo programa. De fato, é uma oportunidade concreta de construir uma nova carreira e um novo futuro para as meninas que decidiram dar esse importante passo internacional.”

Ele conta ainda que as primeiras brasileiras deverão chegar nos próximos dias ao Tartaristão para iniciar o Work in Russia. “Elas estão em processo de adequação da documentação e finalização dos trâmites burocráticos. Nós vamos acompanhá-las de perto para garantir que tudo ocorra da melhor forma possível. Vale destacar ainda que o programa conta com o aval do chefe do Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação da Embaixada do Brasil na Rússia, Andre João Ripple — uma garantia extra da seriedade com que nossas jovens serão recebidas e tratadas em território russo”, garante Domingues.

Quem pode participar?

Jovens mulheres, com idade entre 18 e 22 anos, com ensino médio completo.
É preciso ter passaporte válido e os documentos necessários para o trabalho. É importante ressaltar que a equipe de RH da Zona Especial Econômica de Alábuga orientará todo o processo burocrático para a emissão dos documentos requeridos.

Para saber mais e se inscrever, acesse este link.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

Redação Diálogos do Sul Global

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