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ToggleA aparição do inquilino da Casa Branca, Joe Biden, durante cinco horas em Kiev nesta segunda-feira (20), sob o estrepitoso som dos alarmes antiaéreos e sem nenhum assunto para tratar cara a cara com seu anfitrião, o presidente Volodymir Zelensky, além de simbolizar com a sua presença o irrestrito apoio dos Estados Unidos à Ucrânia, tomou por surpresa a todos, mas teve dedicatória especial a um espectador, o titular do Kremlin, Vladimir Putin, na véspera de apresentar seu informe de governo ante o Parlamento russo.
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Dimitri Medvedev, subsecretário do Conselho de Segurança da Rússia, publicou de imediato nas redes sociais que a viagem de Biden não é nenhum ato de valentia, pois não corre nenhum perigo:
“Biden, após receber de antemão garantias de segurança, viajou finalmente a Kiev. Prometeu muitas armas e jurou lealdade até a tumba ao regime neonazista”, anotou o também ex-presidente da Rússia em seu canal do Telegram.
“E, é claro, houve conjuros mútuos de vitória que chegaria com as novas armas e gente valorosa”, agregou aquele que desempenhou da mesma o cargo de primeiro ministro, sempre à sombra de Putin como leal colaborador desde os longínquos tempos da Universidades de San Petersburgo.
Observador
Cientista política russo: "Biden pode viajar a Kiev com toda tranquilidade pois sabe que Putin cumpre sua palavra e nada lhe vai acontecer"
O “ancião” e os “viciados”
Na linguagem de Medvedev carregada de insultos, Biden é o “ancião do outro lado do oceano” e o governo ucraniano o “bando de viciados de Bankova”, nome da rua onde estão localizados os escritórios de Zelensky.
Mais mesurado se mostrou o vice-presidente do Senado, Konstantín Kosachov, para quem a visita de Biden “se inscreve nas eleições de 2024” no sentido de que viajou a Kiev “para exigir a Zelensky o quanto antes possível uma prova de êxito no campo de batalha”.
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O cientista político de cabeceira do Kremlin nos programas da televisão pública, Serguei Markov, propôs esta explicação:
“Biden visita Kiev não por ser muito valente, mas porque seu inimigo Putin é honesto e civilizado. Biden pode viajar a Kiev com toda tranquilidade já que sabe que Putin cumpre sua palavra e nada lhe vai acontecer. E Putin não visita Donetsk porque todo o mundo sabe que em Kiev governam terroristas que tratariam de matá-lo a qualquer preço, inclusive inundando de bombas, sem importar que morram milhares de pessoas. Por isso, a visita de Biden a Kiev demonstra que a Rússia tem razão e está do lado de Biden contra o mal”, escreveu Markov igualmente no Telegram.
Os Z-blogueiros, como são conhecidos os comentaristas que apoiam a guerra nas redes sociais e se identificam com a última letra do abecedário latino, símbolo da invasão, coincidem em restar importância à viagem de Biden. Assim, Boris Rozhin, que se apresenta como especialista de um centro de jornalismo político e militar, diz que Biden pode aparecer em Kiev devido a que ninguém tinha a intenção de disparar contra ele, assim como a Zelensky”.
E uma das vozes mais radicais do setor belicista, Igor Guirkin, que em 2014 como chefe de segurança do consórcio do magnata Konstantin Malofeyev entrou a partir da Rússia com um destacamento armado para iniciar o levantamento da população em Donetsk contra o governo de Kiev e logo caiu em desgraça, escreveu que “não me surpreenderia que levem o avô (Biden), que só serve para participar em torpes provocações, até Bakenmut. Total, nada lhe passaria tampouco aí”.
Juan Pablo Duch | Correspondente do La Jornada em Moscou.
Tradução: Beatriz Cannabrava.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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