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Proposta para a paz entre Israel e Palestina é farsa diplomática de Trump e Netanyahu

Em uma tentativa de desviar a atenção de seu julgamento, o mandatário americano apresentou proposta elaborada sob a supervisão de seu genro
Redação Prensa Latina
Prensa Latina
Nova York

Tradução:

Donald Trump e Benjamin Netanyahu, ambos formalmente acusados por empregar seus poderes de maneira corrupta em seus respectivos países, apresentaram hoje de maneira conjunta na Casa Branca sua proposta para a paz entre Israel e Palestina – que quase todos consideram como “morta”-, enquanto a equipe de defesa do presidente estadunidense concluiu sua apresentação contra a destituição do mandatário.

No que foi obviamente uma tentativa para desviar um pouco de atenção sobre seu julgamento político, Trump apresentou a proposta longamente prometida e elaborada sob a supervisão de seu genro Jared Kushner, que oferece quase tudo o que desejava Israel e que literalmente deixou de fora os interesses palestinos – o que ficou claro com a ausência de líderes palestinos no evento na Casa Branca.

A proposta outorga a Israel o controle de Jerusalém, manter suas colônias na Cisjordânia consideradas ilegais pela comunidade internacional enquanto os palestinos seriam limitados a um arquipélago de terrenos isolados e rodeados por Israel. Aos palestinos seria oferecido um “estado” palestino com soberania limitada só depois de cumprir com um número de condições que seriam qualificadas pelos Estados Unidos e por Israel.  

“Minha visão apresenta uma oportunidade na qual cada lado ganha, uma solução realista de dois estados”, declarou Trump e convidou o presidente Mahmoud Abbas da Autoridade Palestina a se somar a este caminho à paz”, prometendo assistência internacional.

Mas nunca os palestinos foram consultados, os quais não têm relação com o regime de Trump por razões óbvias. E ainda mais, o plano abandona iniciativas estadunidenses anteriores ao permitir a ampliação da geografia israelita na Cisjordânia e anulando a ideia de um Estado palestino com plena soberania.

Em uma tentativa de desviar a atenção de seu julgamento, o mandatário americano apresentou proposta  elaborada sob a supervisão de seu genro

Pixabay | Hosny Salah
Guerra na palestina duram mais de 5 anos

Netanyahu declarou que “é um grande plano para Israel, é um grande plano pela paz”, depois de qualificar Trump como o melhor amigo que Israel jamais teve na Casa Branca. E ainda mais, Netanyahu, pouco depois da cerimônia, anunciou sua intenção de anexar 30 por cento mais da Cisjordânia. 

Poucas horas antes, o procurador geral de Israel registrou denúncias formais para julgar o primeiro ministro por suborno, fraude e outras violações ao concluir uma investigação que Netanyahu chamou de “caça às bruxas”, exatamente um eco de Trump.

O plano anunciado hoje chega “morto ao nascer” coincidem analistas. Longe de ser uma iniciativa viável, disseram vários, é um instrumento político para desviar a atenção de um presidente em julgamento aqui que será empregado como propaganda para sua reeleição entre as bases conservadoras, incluindo sionistas e cristãos evangélicos que apoiam a expansão de Israel.

Os dois mandatários na Casa Branca não apenas são grandes amigos, mas compartilham outras coisas em comum, entre elas que ambos estão atualmente sob processos judiciais em seus respectivos países acusados de manejos corruptos de seu poder. Enquanto Netanyahu foi formalmente acusado na terça-feira e terá que enfrentar seu julgamento proximamente, Trump é agora o terceiro presidente na história do país a ser submetido a um julgamento político.

O julgamento

Pouco depois do evento na Casa Branca, continuaram as sessões do julgamento político do presidente no Senado, convertido em tribunal, com a esquipe de defesa de Trump concluindo sua apresentação no terceiro dia de seu turno. 

Insistindo em que o impeachment é sobre “diferenças em política”, reiteraram que não há bases constitucionais para o processo, argumentou Jay Sekulow, um dos advogados do presidente.   Descartou a relevância legal de recentes revelações que ameaçam descarrilar o objetivo de Trump e seus aliados de levar o processo a uma conclusão rápida do julgamento. 

As revelações do ex-assessor de Segurança Nacional, John Bolton – em segmentos filtrados de seu próximo livro – publicados no New York Times no domingo, contradizem a narrativa oficial da Casa Branca ao afirmar que Trump pessoalmente ordenou condicionar a assistência militar à Ucrânia em troca de um favor político para prejudicar os democratas nas eleições de 2020. Isso intensificou a pressão política para convocar pelo menos Bolton e talvez outras testemunhas para o julgamento, algo que a Casa Branca e a liderança republicana buscavam evitar a qualquer custo. 

Trump recusou totalmente o que afirmou Bolton, e alguns de seus aliados estão desqualificando o ex-assessor como um empregado revoltado porque foi obrigado a renunciar ao seu posto no ano passado. 

Mas hoje o general John Kelly, o ex-chefe de gabinete de Trump afirmou que entre seu ex-chefe e Bolton, acredita no segundo, e opinou que o Senado deveria convidar mais testemunhas. 

Ao concluir esta sessão, a grande interrogante é se com as revelações de Bolton agora há suficientes senadores para conseguir uma maioria de 51 a favor de convocar testemunhas, entre elas Bolton. Por primeiro vez, o líder do Senado, Mitch McConnell, indicou que por agora não tem os votos para evitá-lo.

Enquanto isso, sob a regras desse julgamento, vai se iniciar um período de 16 horas durante os próximos dois dias em que os senadores podem fazer perguntas, por escrito, as equipes de promotores e defensores.    

Na sexta-feira, depois de quatro horas de debates, o Senado tem programada a realização do voto crítico sobre convocar ou não mais testemunhas. 

Jeffrey Toobin, analista legal de The New Yorker y CNN comentó que a fin de cuentas es importante recordar que esto no es un proceso judicial, sino un proceso político, y que el factor más importante no son los argumentos ni la evidencia, sino el hecho de que es casi imposible que, de los 53 senadores republicanos y 47 de oposición, se logren obtener los 67 votos requeridos para condenar  destituir a Trump.

Jeffrey Toobin, analista jurídico da The New Yorker e da CNN comentou que é importante lembrar que este não é um processo judicial, mas um processo político e que o fator mais importante não são os argumentos ou as evidências, mas o fato de que é quase impossível que, dos 53 senadores republicanos e 47 da oposição, seja possível obter os 67 votos necessários para o impeachment de Trump.

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Redação Prensa Latina

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