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Quanto faturam, que países contratam e quais as vítimas dos exércitos mercenários no mundo

A contratação dessas empresas sempre está relacionada a certos dilemas éticos; confira os principais grupos que trabalham a nível global
Redação Russia Today
Russia Today
Moscou

Tradução:

Na primeira década do século XXI o mercado de exércitos privados disparou até tornar-se um negócio que move mais de 100 bilhões de dólares. Quem são os principais atores neste mercado e onde atuam?

As guerras do Iraque e do Afeganistão são consideradas os dois grandes aceleradores do crescimento das companhias militares privadas. Dezenas de milhares de mercenários são contratados pelo Governo dos EUA ou por empresas para protegerem seus empregados e instalações ali. Por um lado, usando soldados privados, os Governos diminuem o risco de sofrerem baixas em suas tropas nacionais. Mas por outro lado, o emprego de mercenários sempre está relacionado a certos dilemas éticos. Estes são os principais grupos que trabalham em nível mundial neste controvertido setor. 

Academi

Academi é o principal contratista dos Estados Unidos. É mais conhecido por seu antigo nome, Blackwater, mudado depois de vários grandes escândalos por matanças de civis no Iraque e no Afeganistão. A empresa, fundada em 1997, assinou o primeiro contrato (27,7 milhões de dólares) com o Pentágono para o envio de suas tropas ao Iraque em 2003. Um ano mais tarde, já recebeu cerca de 320 milhões de dólares por seus serviços. No total, até 30.000 empregados desta empresa contratados pelos EUA passaram pelo Iraque.

A contratação dessas empresas sempre está relacionada a certos dilemas éticos; confira os principais grupos que trabalham a nível global

Pixabay
Várias grupos de exército privado estão relacionados à execução de civis




G4S

É a companhia com o maior número de empregados do mundo, com mais de 620.000. Em 1901 o dinamarquês Marius Hogrefe criou uma pequena empresa de segurança que com o tempo se transformou na gigante G4S e se mudou para o Reino Unido. Na atualidade, a maior parte de seu negócio são serviços de segurança para bancos e aeroportos por todo o mundo, mas também está presente na proteção de prisões, postos de controle e assentamentos de Israel na Cisjordânia. Além disso, a G4S se encarregou da segurança durante os Jogos Olímpicos de Londres em 2012.

www.facebook.com/G4S 


Defion Internacional

A companhia, com sede no Peru, também tem escritórios em países como os Emirados Árabes e o Iraque. Geralmente dedica-se a recrutar contratistas latino-americanos para missões no mundo todo. Aumentou seu capital treinando o pessoal de outra companhia militar privada, a Triple Canopy, para a guerra do Iraque. Enviou cerca de 3.000 pessoas a Bagdá.

www.elitedaily.com


Aegis Defense Services

Esta companhia participou de missões militares em aproximadamente 40 países, contratada por 20 Governos e inclusive pelas Nações Unidas. Fundada em 2002 na Inglaterra, agora tem escritórios também nos EUA, Afeganistão e Bahrein e tem em torno de 5 mil empregados. A Aegis está presente no Iraque, contratada pelo Pentágono por quase 300 milhões de dólares. Em 2005, foi divulgado um vídeo que supostamente mostra os mercenários da Aegis disparando contra civis iraquianos.

www.aegisworld.com


Triple Canopy

A empresa foi criada em 2003 por um grupo de veteranos das forças especiais dos EUA. Em abril de 2009, quando a Blackwater estava sob investigação, seus contratos com Washington no Iraque foram atribuídos a Triple Canopy. Atualmente suas tropas contam com 1.800 soldados deslocados para o Iraque, com um contrato de 1,5 bilhão de dólares. Tem ainda vários milhares de soldados ao redor do mundo, protegendo inclusive algumas instalações nucleares.


DynCorp

Este exército privado surgiu em 1946 como a companhia Land-Air, que dispunha de suas próprias forças aéreas. Sua renda anual chega a 3,4 bilhões de dólares. Preparou numerosas missões para o Haiti, Bósnia, Afeganistão, Iraque e Colômbia. Neste último país participou de operações contra o narcotráfico. É uma das empresas militares cujos mercenários assumiram parte das funções das tropas estadunidenses depois de sua retirada do Iraque.


Unity Resources Group

Embora seu proprietário seja australiano, sua sede principal fica em Dubai. Foi criada no ano 2000 e já tem cerca de 15 escritórios por todo o mundo, três deles no Iraque, país onde reforçou sua presença à medida em que iam se retirando as tropas da coalizão internacional. Em sua história houve também dois grandes escândalos por tiroteios no Iraque que provocaram a morte de um professor australiano e de duas mulheres civis.

www.unityresourcesgroup.com

Redação | Rússia Today
Tradução: Ana Corbisier.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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