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Quem vocês pensam que "ainda" são, cara pálidas?

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

João Baptista Pimentel Neto*

Ontem, passei o dia refletindo e ruminando. Tentativa de digerir uma notícia que, confesso, inicialmente nem acreditei, já que, de tão surreal pareceu-me inacreditável. Depois, confirmadas as informações, fui dormir, acordei e continuo indignado com o lamentável episódio que vitimou o presidente da Bolívia, Evo Morales. E me perguntei: Quem vocês pensam que “ainda” são, cara pálidas?

Neste contexto e após muito refletir, acredito que o episódio merece, mais que um vigoroso e uníssono repúdio de todos os povos latino-americanos e caribenhos, de respostas através de ações concretas se espera que sejam estes os resultados da reunião emergencial da UNASUL que se realiza  hoje em Cochabamba.

indignado com o lamentável episódio que vitimou o presidente da Bolívia, Evo Morales. E me perguntei: Quem vocês pensam que
indignado com o lamentável episódio que vitimou o presidente da Bolívia, Evo Morales. E me perguntei: Quem vocês pensam que “ainda” são, cara pálidas?

Em minhas reflexões,  um fato merece especial registro e atenção o de que Evo Morales é o primeiro presidente latino americano indígena eleito e reeleito democraticamente, após mais de 500 anos de práticas e atitudes colonialistas, fundamentadas na espoliação das terras, das riquezas e no genocídio dos povos originários das Américas.

Nestas circunstâncias e na atual conjuntura social e econômica por que passa a Europa, parece-me significativo o fato de que dentre os quatro países que tiveram participação direta no ato de violação do Direito, pelo menos três – Espanha, Portugal e França – figurem entre os principais colonizadores das Américas.

Quem eles pensão que “ainda” são?

Será que acreditam que ainda possuem a força econômica e militar para romper e desprezar a ajuda – que diga-se de passagem vêm constantemente solicitando – de suas antigas colônias?

Será que vale a pena se mostrarem tão submissos às vontades, caprichos e poderio do império, para correrem o risco de terem os ativos e investimentos de suas empresas e cidadãos sequestrados, expropriados e congelados em toda a região?

Não seria esta uma possível e necessária resposta concreta ao verdadeiro atentado cometido contra o presidente Evo Morales e a nação boliviana.

Por fim, penso que merece aplausos e todo apoio a nota divulgada pela presidenta Dilma Roussef, que ao seu final registra que “Causa surpresa e espanto que a postura de certos governos europeus tenha sido adotada ao mesmo momento em que alguns desses mesmos governos denunciavam a espionagem de seus funcionários por parte dos Estados Unidos, chegando a afirmar que essas ações comprometiam um futuro acordo comercial entre este país e a União Européia.”

E da minha parte novamente pergunto:

Quem vocês pensam que são hoje, cara pálidas? Colonizadores ou colonizados?

João Baptista Pimentel Neto é jornalista, produtor cultural, articulista da Revista Diálogos do Sul e presidente do CBC – Congresso Brasileiro de Cinema

 

 

 

 

 

 

 


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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