NULL
NULL
Amaro Dorneles*
O teuto-britânico Paul Julius barão von Reuter e seus telégrafos – com os quais criou a agência de notícias Reuters no século XIX – arrebentaria todos os ossos de tanto bater na lápide se imaginasse ver um dia a maior agência do mundo, curvar-se tão gentilmente diante dos exigentes padrões éticos do jornalismo made in Brazil.
Na terça 24/3/15, o site da Reuters publicou entrevista de Fernando Henrique Cardoso culpando Lula pelos casos de corrupção na Petrobras. Carne de vaca para a imprensa tupinambá. Mas no sexto parágrafo, a matéria de Brian Winter cita informações de Pedro Barusco: o desvio de dinheiro teria começado no governo FHC.
Pois bem, junto com a notícia – talvez por distração – foi ao ar, uma observação do editor: “Podemos tirar, se achar melhor”. Quando a Reuters percebeu a patuscada, correu para fazer a reedição, mas aí o estrago já estava feito. As redes sociais circularam o fato. Como seria de se esperar, ao que se saiba, nenhum veículo da “grande imprensa” tocou no assunto. Afinal, Quanto É, Veja, não entendem a Época e o tempo perdido, na Visão dos Cegos… o império da hegemonia das 7 famílias que dominam a comunicação de massa no país cresceu sonegando informação ao populacho e impostos ao fisco. Mas do episódio fica a constatação: a imprensa atua como partido político e a serviço do grande capital. Nada a surpreender-se com Reuter que como a AP, UPI, entre outras, que só publicam notícias de interesse das grandes corporações e tratam o terceiro mundo como lugar exótico e primitivo. * Amaro Dornelles